I SÉRIE — NÚMERO 38
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Em relação ao apoio aos refugiados, Sr. Primeiro-Ministro, como é óbvio, o CDS, como partido
responsável, está plenamente de acordo. Tudo o que fizermos será bem feito e transmitimos, portanto, a
nossa total solidariedade em relação a tudo o que o País possa fazer para acolher aqueles que, em situações
tão dramáticas, fogem do conflito e das zonas de guerra.
Em relação à questão energética, já foi levantada e estou de acordo. O Sr. Primeiro-Ministro diz-nos, e tem
dito, que a questão é europeia e que é preciso discuti-la no contexto europeu, designadamente a possibilidade
de redução do IVA. A questão é a de saber se, enquanto essa possibilidade europeia não é levantada, não
deveríamos começar já por reduzir naquilo que é possível, designadamente no ISP, para depois, havendo
essa viabilidade europeia, podermos ter uma melhor solução.
Por outro lado, dizia-nos, no outro dia, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros que não estamos muito
dependentes do gás. Enfim! Em qualquer caso, o mercado é global, Sr. Primeiro-Ministro, e a segunda
pergunta direta que lhe queria fazer, sobre os combustíveis, prende-se com o seguinte: o Sr. Primeiro-Ministro
dizia que a União Europeia, à semelhança do que fez com a pandemia, procurará fazer compras conjuntas
para resolver estes problemas. Sabemos, até, que já está a avançar em termos do gás, pelo que pergunto:
não seria do interesse de Portugal que se fizesse o mesmo na questão do petróleo, por exemplo?
O gás é muito importante para alguns países do centro e do norte da Europa, mas, para nós, nos
combustíveis, o petróleo é absolutamente fundamental. Não seria desejável e possível, também nesta matéria,
avançar para uma solução deste tipo?
Por outro lado, Sr. Primeiro-Ministro, alguns dos seus homólogos têm falado em planos nacionais de
resposta. Vi, recentemente, o plano do Sr. Macron e, também, o plano do Governo espanhol, do Sr. Sánchez.
Pergunto-lhe — enfim, V. Ex.ª e o próximo Governo dirão, como é evidente! — se não considera que também
teremos de ter um plano, o qual poderá passar, até, por alguma alteração, seja, estruturalmente, em termos de
fundos europeus, seja de redireccionamento de alguns aspetos do próprio PRR (Plano de Recuperação e
Resiliência) com medidas de apoio às empresas, quer através de medidas de apoio a fundo perdido, quer pela
reutilização do layoff. De facto, se faltar matéria-prima, se faltarem matérias fundamentais, teremos de
trabalhar para fazer sobreviver as empresas.
Por último, Sr. Primeiro-Ministro, sobre a questão da defesa, queria perguntar-lhe se, na sua opinião, este
esforço e investimento europeus não devem ser feitos sempre no quadro da NATO. Não é sempre este o
quadro, por assim dizer, mais vantajoso para Portugal no reequilíbrio de um pilar europeu num contexto
atlântico? Sendo Portugal um país que é essencialmente atlântico, parece-nos ser este o caminho e a bússola,
por assim dizer, mais certos e adequados.
Sr. Primeiro-Ministro, neste contexto, são estas as questões que lhe deixo.
Termino, dizendo que, com toda a naturalidade e com toda a probabilidade, esta será a última intervenção
da bancada do CDS-PP nos próximos quatro anos e alguns meses.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vamos ver!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Provavelmente e em princípio assim será, se a maioria funcionar. Queria dizer-lhe, por isso, que mantemos o comportamento que sempre tivemos, de partido responsável, e
que assumimos as nossas responsabilidades até ao último minuto — até ao último segundo!
Aproveito para dizer que espero que o Governo de V. Ex.ª tenha uma oposição firme, boa e leal, e espero
também que V. Ex.ª faça um bom Governo e tenha um bom mandato, pois isso é, obviamente, do interesse de
Portugal. Nesse sentido, desejo-lhe as maiores felicidades.
Aplausos da Deputada do PS Constança Urbano de Sousa.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do PAN.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo aqui presentes: Gostaria de começar por aludir às palavras de hoje do Presidente
ucraniano, Volodymyr Zelensky, a propósito da audição que ocorreu no Parlamento italiano, em que afirmou