I SÉRIE — NÚMERO 5
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Os professores deste País não foram abduzidos por extraterrestres. Estão aí, existem no sistema, foram sendo expulsos do sistema e foram sendo maltratados, vendo as suas carreiras desvalorizadas e não tendo condições para dar aulas ou tendo condições muito precárias como aquelas que correspondem a professores deslocados.
A principal mensagem que queria deixar neste momento é que o Sr. Ministro não é figurante do estado de coisas a que chegámos.
O Sr. Ministro da Educação: — O Bloco também não! O Sr. Bruno Nunes (CH): — Seis Orçamentos! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Portanto, a vitimização permanente do Governo não corresponde às
responsabilidades que tem nesta matéria. O Sr. Ministro tem o papel principal nesta história, porque, quando o Bloco de Esquerda apresentou propostas para apoiar os professores deslocados — o facto de os professores terem de pagar para dar aulas está identificado como um dos grandes problemas da falta de professores neste País — e para resolver os problemas de professores com 50 anos, com netos, que têm de dividir quartos para poder dar aulas, aquilo que o Sr. Ministro e o Partido Socialista fizeram nesta Câmara foi chumbar estas propostas.
O Sr. Bruno Nunes (CH): — Seis Orçamentos! A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Portanto, não vale a pena vir aqui e fazer-se de vítima de um problema que
o Sr. Ministro criou, porque, se há responsável pelo problema das greves e pelo desassossego em que as famílias vivem, é este Governo.
Aplausos do BE. O Sr. Presidente: — Para intervir pelo Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Alfredo
Maia. O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Ciência e Ensino Superior: Escutei-a com muita
atenção, nomeadamente em relação à problemática dos alojamentos e do programa da construção de residências estudantis, mas queria salientar aqui duas notas fundamentais.
A primeira é que é manifestamente urgente acelerar a construção e a oferta de residências públicas. Vozes do PCP: — Exatamente! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Não podemos continuar ao ritmo em que estamos. É preciso mesmo acelerar,
porque a carência é gritante. Eu repito o número: 104 000 camas em falta. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Já vem de trás! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Em relação ao complemento de alojamento, é importante chamar a atenção
para a necessidade de medidas urgentes de combate à especulação dos preços no setor privado. O Sr. João Dias (PCP): — Exatamente! O Sr. Alfredo Maia (PCP): — Os preços são absolutamente incomportáveis e são fator de desmobilização e
de abandono precoce do ensino. Muitos alunos nem chegam realmente a entrar. O Sr. Bruno Nunes (CH): — Devem estar cheios de trabalho, no PCP!