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I SÉRIE — NÚMERO 5

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O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.ª Ministra, Sr. Ministro: O País está numa encruzilhada perigosa no que diz respeito à formação e à qualificação.

Se, durante décadas, todos apostámos nas qualificações individualmente — cada cidadão, as famílias e o País como um todo — porque isso beneficiava o País, agora, seja porque os licenciados não têm a mesma certeza de ter a compensação adequada no País, seja porque o País vê a emigração de jovens qualificados, corre-se o risco de haver uma quebra neste desígnio coletivo de educação.

As famílias vão continuar a investir na educação dos seus filhos e das suas filhas, evidentemente, isso é necessário no mundo contemporâneo. O que vai acontecer é que vão cada vez mais individualizar essas estratégias e pode haver uma quebra do ponto de vista da cidadania na vontade de dar os recursos suficientes para sair deste problema.

Portanto, a Sr.ª Ministra e o Sr. Ministro têm aqui um nó muito complicado para resolver. Estou contente por os ver aqui juntos, mas não os vejo muitas vezes juntos fora do Parlamento a anunciar como podem resolver este nó em conjunto — e há muitas coisas que a Ministra do Ensino Superior e o Ministro da Educação podem fazer em conjunto.

Desde já, uma coisa: se temos falta de professores, porque não há anúncios que tenham a ver com a formação de professores de ensino secundário, que tenham vantagens específicas? Por exemplo, isenção ou abolição das propinas nos cursos que vão para a via de ensino, ou bolsas específicas que sejam anunciadas até com conjunção de recursos do Ministério do Ensino Superior e do Ministério da Educação.

Se há um problema de residências e o Ministério da Educação tem muito património construído para professores que, hoje em dia, em certas regiões do País — no Algarve, no litoral alentejano —, chegam a uma certa altura do ano e vão para a rulote ou para o parque de campismo porque já não têm mais casa para viver, então, porque é que não há anúncios conjuntos em relação a residências? Sei que me vão falar no edifício que era do Ministério da Educação, mas vamos muito para lá disso.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado acaba de duplicar o seu tempo. O Sr. Rui Tavares (L): — Finalmente, Sr.ª Ministra, porque é que não há uma majoração na fórmula de

financiamento que estão agora a rever para as instituições de ensino superior que canalizam formandos e licenciandos para o ensino secundário?

O Sr. Bruno Nunes (CH): — Ignora sempre o Presidente! O Sr. Rui Tavares (L): — Olhe, assim ainda atrasa mais! O Sr. Presidente: — Para intervir, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Carla Madureira. A Sr.ª Carla Madureira (PSD): — Sr. Presidente, cumprimento as Sr.as Ministras, o Sr. Ministro, os

Srs. Secretários de Estado e as Sr.as e Srs. Deputados. Sr. Ministro: De facto, esta manhã, já ouvimos, mais uma vez, o senhor e a bancada do Partido Socialista a

tentarem mudar a narrativa da atualidade da educação no nosso País. Por muito que o tente fazer, a verdade é que o seu Ministério revela uma angustiante incapacidade de planear, de se orientar pelo método e de levar projetos a cabo.

Mais: o Sr. Ministro quer fazer-nos acreditar que vive no melhor de dois mundos. Falou na integração dos alunos e na recuperação de aprendizagens. Então, importa perguntar-lhe: como é que se faz recuperação de aprendizagens sem professores, sem técnicos e sem pessoal na escola?

Vozes do PSD: — É verdade! A Sr.ª Carla Madureira (PSD): — Sim, Sr. Secretário de Estado!