I SÉRIE — NÚMERO 6
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dos fundos, porque, por exemplo, já existe o Regime Público de Capitalização. Aliás, provavelmente, também vão dizer que isso é a tal roleta, algo que gostam tanto de referir.
Protestos da Deputada do PCP Paula Santos. Vou terminar dizendo apenas que golpe e desfalque é o que os portugueses sentem todos os dias, e não é
com esta proposta, é com o que se está a passar com a fiscalidade e com as políticas deste País. Aplausos da IL. Protestos do PCP. O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, em nome do Chega, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Rita Matias. A Sr.ª Rita Matias (CH): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Traduzindo por miúdos a declaração do
Sr. Deputado José Moura Soeiro, basicamente o Bloco de Esquerda está muito incomodado com o facto de o Governo, este ano, ter alargado o espetro de entidades que está a ouvir no período pré-Orçamento do Estado e não estar a ouvir exclusivamente os sindicatos e os movimentos dos trabalhadores controlados pela extrema-esquerda, que, segundo a sua mentalidade, representa a voz do proletariado. E imaginem que decidiu sentar-se à mesa com os patrões e que ouviu, então, a Confederação Empresarial de Portugal. Percebo que deve custar ver o Partido Socialista, depois de sete anos a depender do Bloco de Esquerda, rasgar completamente os compromissos que tinha convosco e ignorar-vos.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Essa é que é essa! A Sr.ª Rita Matias (CH): — Mas isto é apenas o Partido Socialista a ser igual a si próprio e a usar as pessoas
enquanto precisa destas e a descartar-se mais tarde, da mesma forma que o faz assim com os eleitores e com os cidadãos portugueses.
Aplausos do CH. Percebo também que isto possa incomodar muito os sociólogos dessa bancada, que são devotos de S. Karl
Marx,… Risos do CH. … mas é preciso descer à terra e, acima de tudo, deixarem-se de teorias marxistas e perceberem as
dificuldades do cidadão comum. A CIP veio propor o pagamento voluntário pelas empresas de um 15.º mês isento de IRS e de segurança
social. Sem esta isenção, só cerca de 45 % desse ordenado chegaria à mão do trabalhador. Já para os jovens, a CIP sugere a isenção de IRS nos primeiros 100 000 € auferidos até aos 35 anos. Isto significaria que um jovem que ganhasse, em média, 1000 € por mês teria, pelo menos, sete anos de isenção. Perante isto, a líder do Bloco de Esquerda rasga as vestes e diz-nos que estas propostas são um engodo e que os problemas dos baixos salários não se resolvem com impostos.
Vozes do CH: — Claro, o que eles querem é pobres! A Sr.ª Rita Matias (CH): — Trago aqui um exemplo final que foi avançado recentemente pelo jornal ECO:
um trabalhador solteiro e sem filhos, a ganhar um vencimento médio, leva para casa cerca de 58 % do seu vencimento, depois de ter deduzido os impostos e as contribuições para a segurança social. A esta conta soma o facto de este mesmo cidadão, na esmagadora maioria de bens e serviços, ter de pagar ao Estado mais 23 %