I SÉRIE — NÚMERO 12
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Portanto, gastar 20 minutos para acabar com estas regras, porque é a única forma que nós temos… Se
pudéssemos acabar com estas regras numa subcomissão ou um grupo de trabalho acabávamos, mas a verdade
é que estas regras existem, estas burocracias inúteis existem e a única forma de acabar com elas é trazê-las a
Plenário. É isso que estamos a fazer, e, sim, é um investimento fantástico despender aqui 20 minutos para
poupar milhões de horas a pessoas que passam por burocracias absolutamente inúteis.
E, não, Sr.ª Deputada Isabel Pires, isto não tem nada a ver com uma visão de Estado. Quero acreditar que
nem mesmo a vossa visão de Estado, que é diferente da nossa, inclui um conjunto enorme de burocracias
inúteis. Se a vossa visão de Estado inclui ter um enorme conjunto de burocracias inúteis, então, digam-no,
porque eu acredito que não é.
Essa não é nossa visão e não deveria ser a de ninguém, porque isto que estamos a fazer poupa horas de
trabalho às pessoas, poupa horas de trabalho inútil à própria Administração Pública, poupa dinheiro aos
contribuintes.
Houve aqui alguém que disse: «Mas isto é insuficiente». É verdade! É verdade aquilo que disseram, é
insuficiente! Mas nós temos um grupo parlamentar de oito Deputados, menos de 4 % do total, e se cada grupo
parlamentar trouxesse aqui uma medida de desburocratização, ou se trouxesse, em termos proporcionais, o
mesmo trabalho de desburocratização que nós trazemos, hoje, em vez de quatro medidas, teríamos 80 e
acabava-se a burocracia neste País.
Se todos os grupos parlamentares fizessem o esforço que nós fazemos para acabar com estas burocracias,
a burocracia neste País acabava num ano, só que cada vez que trazemos aqui este esforço ele é desvalorizado.
Dizem que as horas das pessoas não importam para nada, elas que gastem horas a preencher papéis, a ir…
Para vocês, estar aqui 20 minutos para poupar milhões de horas às pessoas é um trabalho que não vale a pena.
Para nós, vale a pena!
Quanto ao Sr. Deputado Hugo Oliveira, agradeço as questões técnicas que trouxe e acho que na questão do
dístico elas são perfeitamente válidas. É algo que, em especialidade, se poderia alterar, perfeitamente.
Na questão dos passaportes, em grande parte dos países europeus têm uma validade de 10 anos. É verdade!
Poderíamos ouvir entidades, em processo de especialidade, para perceber porque é que em Portugal têm de
ser 5 anos em vez de 10, mas para isso é preciso haver alguma boa vontade para passar isto, percebendo que
existem detalhes, que existirão sempre, que possam ser depois discutidos em especialidade.
O mesmo acontece com as páginas de reclamação virtuais. Mais uma vez, o Sr. Deputado diz que quase
nenhuma empresa as usa, então, se calhar, mais uma razão para não serem pagas. É uma burocracia inútil,
que afeta 0,3 % das empresas.
Mais uma vez, quero acreditar — e esta discussão não vai passar na televisão, não vale um voto — que são
coisas pequenas que facilitam a vida às pessoas, e gostaria de acreditar que isto é algo que nos deveria unir e
não dividir nestes ressentimentos partidários, porque, efetivamente, poupar tempo às pessoas, à Administração
Pública, devia ser uma causa comum.
Nós continuaremos a fazê-lo, porque não desistimos do País.
Aplausos da IL.
O Sr. Presidente: — Passamos, assim, ao segundo ponto da nossa ordem do dia, que consiste na
apreciação, na generalidade, dos Projetos de Lei n.os 878/XV/1.ª (L) — Cria a linha nacional para a prevenção
do suicídio e de comportamentos autolesivos, e 923/XV/2.ª (BE) — Criação de linha de prevenção do suicídio
no Serviço Nacional de Saúde, bem como na apreciação dos Projetos de Resolução n.os 350/XV/1.ª (PAN) —
Recomenda ao Governo que proceda à aprovação de uma estratégia nacional de prevenção do suicídio
ferroviário, 866/XV/1.ª (CH) — Pela prevenção do suicídio jovem, 867/XV/1.ª (CH) — Pela prevenção do suicídio
nas forças de segurança, e 907/XV/2.ª (BE) — Realização de um novo estudo epidemiológico nacional de saúde
mental.
Para a apresentação do Projeto de Lei n.º 878/XV/1.ª (L), tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares.
O Sr. Rui Tavares (L): — Sr. Presidente, Caras e Caros Colegas, Caros Concidadãos nas galerias: O assunto
de que vamos falar neste agendamento, o primeiro que o Livre faz no Parlamento, é um assunto difícil. Por isso,
o que se costuma fazer e o que se deve fazer, em responsabilidade, é apelar às pessoas que nos estejam ou