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I SÉRIE — NÚMERO 13

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Pessoas que poderiam estar vivas hoje, pediram, no início da II Guerra Mundial, para virem para Portugal,

porque falavam em português, porque eram tratadas como portugueses e foram reconhecidas como a Nação

portuguesa em Amesterdão.

Infelizmente, antes do regime de Salazar mudar a sua atitude em relação aos refugiados da II Guerra Mundial,

a estes disse que não, que não podiam ser portugueses porque não tinham passaporte, e morreram nos campos

de concentração, gente com nomes como os nossos e que mantiveram o português ali vivo durante séculos.

Portanto, às vezes, quando ouço dizer que não, porque estamos a falar de gente que «precisa ter amor à

pátria, precisa…»… ouvi isto da boca de um Deputado de um partido que, no dia a seguir ao VOX, em Espanha,

ter feito um mapa da Península Ibérica sem fronteira com Portugal, foi lá prestar vassalagem ao líder do VOX e

vem para aqui comparar-se com pessoas que, durante séculos, mantiveram a chave da casa,…

Protestos do Deputado do CH Gabriel Mithá Ribeiro.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Tavares (L): — … que falaram português em Amesterdão, ou ladino em Istambul.

Claro que a lei inicial foi mal feita e foi abusada.

Aquilo que o Governo deveria fazer era trabalhar com quem, aqui nesta Casa, propôs e aprovou um regime

que, precisamente, intensifique…

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Cala-te!

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Sr. Deputado, tem mesmo de concluir.

O Sr. Rui Tavares (L): — Vou mesmo concluir, Sr. Presidente.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Acabou!

O Sr. Presidente (Adão Silva): — A tolerância, como sabe, hoje é mínima.

O Sr. Rui Tavares (L): — Vou mesmo concluir.

Protestos do CH.

… e priorize as questões da língua, da ligação afetiva, e efetiva, a Portugal para que possamos fazer esta

reparação histórica, sem abusos e sem uma lei, como aconteceu com outra, que não foi sequer regulamentada

e, aí, sim, teve muitos erros.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Apelo aos Srs. Deputados à contenção no tempo e ao estrito cumprimento

do que está no nosso Regimento, porque hoje o dia é mesmo muito longo.

Agora, para uma intervenção, tem a palavra ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e

Srs. Deputados: O regime excecional que foi criado para a possibilidade de tornar cidadãos portugueses os

descendentes dos judeus sefarditas que foram expulsos de Portugal há centenas de anos teve voto favorável

do Bloco de Esquerda, porque cumpria quer um objetivo histórico relevante, quer, por outro lado, porque foi

apresentado como sendo algo temporário, como deveriam ser, neste tipo de situações, estas iniciativas.

Não ignoramos que ficou manchado por várias prevaricações e deturpações dos seus objetivos, mas, tendo

ficado manchado por essas realidades, não foi definido por esses acontecimentos, porque foi uma decisão justa,

cumpriu um objetivo histórico justo, que foi o reconhecimento de uma decisão errada de Portugal e o acolhimento

de cidadãos que tinham um vínculo com Portugal e que ficaram lesados nesse vínculo, do ponto de vista

histórico.