O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 13

30

defenda quem quer vir trabalhar de uma forma legal; e, sim, que defenda quem se quer integrar na sociedade;

e, sim, para quem conheça a língua portuguesa; e, sim, que defenda quem quer assimilar a cultura e a identidade

de um povo.

Da nossa parte, não desistiremos.

Aplausos do CH.

O Sr. Presidente (Adão Silva): — Apresentadas que estão as iniciativas que foram arrastadas com a

proposta de lei, passamos agora às intervenções. Para isso, dou a palavra ao Sr. Deputado Pedro Delgado

Alves, do Grupo Parlamentar do PS.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as Ministras, Srs. Secretários

de Estado: Em primeiro lugar, deixo duas notas muito rápidas quanto a um equívoco que ouvi em algumas

intervenções. O regime do artigo 6.º, n.º 7, não foi um regime de exceção e não foi desenhado como tal. Portanto,

obviamente, podemos revê-lo, mas ele consta como um critério de atribuição da nacionalidade, como outros. E

também não foi uma proposta do PS, foi uma proposta do PS e uma proposta do CDS, que já não está entre

nós…

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Já faleceu!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — … no Parlamento neste momento. Foi uma proposta de ambos e foi

aprovada, sublinho, por unanimidade por esta Câmara, com os votos favoráveis do Partido Comunista

Português, que hoje propõe, com toda a legitimidade, a revogação desse mesmo regime.

Vamos falar, efetivamente, do regime que permite a naturalização de descendentes dos judeus sefarditas

expulsos de Portugal no século XV e inspiremo-nos numa boa técnica de reflexão judaica que nos pode ajudar.

Perguntava uma vez a um rabino porque é que ele costuma responder sempre a todas as perguntas com outra

pergunta. E ele respondeu-me: porque não?

Risos da Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes.

Ou seja, porque é que não fazemos nós o exercício de responder a cada pergunta importante para este

debate, tentando construir um equilíbrio em função das respostas?

Primeira pergunta: o regime da lei atual está blindado à fraude e aos riscos? Não está. Portanto, a primeira

nota é a de que precisamos de mexer no regime para garantir a fidedignidade da lei da nacionalidade

portuguesa.

Segunda pergunta: todas as pessoas que adquiriram a nacionalidade, com base no artigo 6.º, n.º 7, fizeram-

no com fraude, falsas declarações e num registo de generalização como aquilo que ouvimos em algumas

intervenções hoje? Não. Não generalizemos para 75 000 pessoas as suspeitas dos processos que estão a ser

investigados de algumas centenas. Claro que algumas centenas já é um problema e é por isso que aqui nos

sentamos.

Por isso, este debate deve assentar no reconhecimento de que estes concidadãos nossos que adquiriram

legitimamente e à luz da lei a nacionalidade portuguesa devem merecer o respeito desta Câmara neste debate.

Nada deve ser dito contra eles, contra a sua participação na vida nacional, mas obviamente isso não significa

que não tenha esta Câmara toda a legitimidade para melhorar a qualidade da legislação.

Protestos da Deputada do PCP Alma Rivera.

Devemos, portanto, mudar a lei para robustecer a sua segurança e assegurar que só os seus fins são

acautelados? Mais uma resposta a esta pergunta e a resposta é «sim».

E, agora, a pergunta que divide mais a Câmara e divide mais, talvez, o debate na sociedade portuguesa:

achamos todos que a reparação histórica se deve continuar a fazer através da lei, voltando a acolher na