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I SÉRIE — NÚMERO 13

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empresas que, de facto, recorrem a publicidade agressiva para aliciar interessados na naturalização, anunciando

as vantagens associadas a um passaporte de um Estado-Membro da União Europeia.

Tudo isto é dito na exposição de motivos da proposta de lei que hoje o Governo nos traz. Acontece que aquilo

que o Governo faz, efetivamente, com a sua proposta de lei, é manter este regime, que é efetivamente um

regime de privilégio, na medida em que tem condições que são passíveis de ser adquiridas para efeitos de

naturalização, neste regime.

E, portanto, aquilo que o Governo faz não é aquilo que diz na exposição de motivos; não é aquilo que tem

sido correspondente ao sentido das suas palavras e não visa, de facto, cessar o regime em causa.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não corresponde ao voto!

A Sr.ª Alma Rivera (PCP): — A proposta do PCP, pelo contrário, propõe a cessação do regime especial que

está neste momento em vigor, e que se revelou fonte de naturalizações abusivas e fraudulentas. Naturalmente,

os pedidos que já entraram devem ser avaliados, são direitos que as pessoas têm, mas, a partir de agora,

entendemos que a existência deste regime não tem sentido.

E aquilo a que desafiamos, não só o Partido Socialista, mas os restantes Deputados, é que sejam coerentes

com as suas palavras, com as constatações que fazem, por escrito e também nas suas declarações públicas, e

que façam efetivamente corresponder as palavras às ações, fazendo cessar o regime que apelidam de

fraudulento.

Aplausos do PCP.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Adão Silva.

O Sr. Presidente: — Cumprimento as Sr.as Ministras, os Srs. Secretários de Estado, as Sr.as e

Srs. Deputados. Passamos agora à intervenção do Sr. Deputado Pedro Pinto, pelo Grupo Parlamentar do

Chega. Tem a palavra.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr. Presidente de todas as bancadas deste Parlamento,…

Risos do CH.

… Sr.as Ministras, Srs. Secretários de Estado: Temos assistido, com preocupação, às sucessivas alterações

à Lei da Nacionalidade. A ideia base tem sido sempre a mesma, facilitar cada vez mais a possibilidade de

adquisição de nacionalidade portuguesa. Quer cheguem a Portugal por meios legais, quer cheguem por meios

ilegais, não importa nada; interessa é dar-lhes rapidamente a nacionalidade e dizer que são portugueses como

nós. É como se fôssemos ali em frente, ao supermercado,…

Risos do Deputado do CH Gabriel Mithá Ribeiro.

… comprar pão ou leite — dão-nos a nacionalidade portuguesa.

Queres ser português? Yes, yes, e aí está mais um português. Não é isso que queremos para o nosso País.

Aplausos do CH.

Em Portugal, não é preciso saber falar a língua de Camões; não é preciso saber a história ou cultura de

Portugal; não é preciso saber o hino nacional ou as cores da nossa bandeira, basta estar em Portugal há um

ano e um dia — um ano e um dia! —, mesmo de forma ilegal, e o seu descendente pode ver reconhecida a

nacionalidade portuguesa originária.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Porque cá nasceu!