14 DE OUTUBRO DE 2023
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Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.
… numa tentativa de enganar os portugueses com mentiras de supostas alternativas de políticas de saúde.
Este Primeiro-Ministro e as maiorias que o suportam, nos últimos oito anos, têm as mãos sujas de sangue,
sangue das muitas vítimas que morreram à espera de uma consulta, à espera de uma cirurgia, à espera de uma
ambulância ou à espera de uma urgência hospitalar aberta que os receba para os aliviar dos acidentes e das
doenças.
O risco total de colapso em vários hospitais é real. Os médicos falam em «grande catástrofe», em
«transferência de doentes graves», em «cenários de terror» e em «risco de morte». Citei declarações médicas.
Srs. Deputados, Sr. Presidente, estas maiorias, por cegueira ideológica, empurram os pobres para os
serviços que hoje temos ao nível do terceiro mundo, e a classe dos privilegiados para o setor privado.
As vossas bancadas são, na verdade, o grande abono de família e os maiores angariadores dos hospitais
privados e das seguradoras de saúde.
Aplausos do CH.
Pagando os portugueses a maior carga fiscal da 3.ª República, 38 %, quem consegue sacrificar algumas
poupanças ao fim do mês procura, no setor privado, os cuidados de saúde que o Estado não é capaz de
providenciar. E à cabeça, Srs. Deputados, Sr. Presidente, o Estado não providencia os cuidados de saúde
primários, os médicos de família.
O Primeiro-Ministro prometeu um para todos, um médico de família para todos os portugueses, mas hoje
todos sabemos que mais de 1,6 milhões de portugueses não o têm, e este número não vai parar de crescer.
Porquê? Porque temos serviços de saúde inacessíveis, tempos de espera intermináveis, doentes que pernoitam
à porta dos centros de saúde, médicos em exaustão física e emocional, médicos que, ou pedem escusas de
responsabilidade ou de horas extraordinárias, ou se demitem em bloco, médicos que, quando apontam as falhas
do SNS, são demitidos, greves com uma enorme adesão por parte de todas as classes profissionais da saúde,
uma população cada vez mais doente e que fica cada vez mais por tratar. Tudo isto se reduz a mortes inevitáveis.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Devia falar da petição!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — E este, Srs. Deputados, é o legado do Governo de António Costa,
que nos empobrece, nos deixa doentes e nos mata.
Os portugueses, Srs. Deputados, dizem «chega» a este caos na saúde; os portugueses estão cansados e
dizem «chega» a estas políticas e a estes ministros socialistas; os doentes dizem «chega» ao desrespeito pela
sua dignidade; e os médicos dizem «chega» a um Governo que mata.
Srs. Deputados da esquerda que ouve a Internacional, o vosso SNS mata, e mata sem dó nem piedade,
porque dá primazia à ideologia em detrimento da eficiência do sistema de saúde.
Vozes do CH: — Muito bem!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Mas o Chega é o partido das soluções e, porque o que tem em
conta são os atos, acompanha esta petição de cidadãos e apresenta aqui o Projeto de Lei n.º 812/XV/1.ª (CH),
de forma a garantir o acesso universal a médico especialista em medicina geral e familiar, e o Projeto de
Resolução n.º 749/XV/1.ª (CH) — Pela defesa da especialidade de medicina geral e familiar.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Assim, os peticionários verão, como verão todos os portugueses,
como irá comportar-se esta maioria na hora da votação destas iniciativas. Verão que este Governo, em vez de
expandir o SNS, está a contraí-lo, que, em vez de respeitar os profissionais de saúde, os enxota para um êxodo
de dimensões bíblicas, que a maioria, em vez de prevenir o aborto, o promove e que, em vez de promover os
cuidados paliativos, disponibiliza a eutanásia.