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19 DE OUTUBRO DE 2023

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A diplomacia é a arma que temos, a diplomacia é política, é negociação e é a única via capaz de trazer ao

diálogo diferentes interesses, é a arma capaz de travar os crimes que estão a ser cometidos.

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Dizes isso porque não tens lá os teus, sequestrados!

A Sr.ª Rosário Gambôa (PS): — A ONU fala de violações do direito internacional e humanitário. O Ministro

dos Negócios Estrangeiros, num artigo num jornal diário, dizia que um Estado de direito jamais pode confundir

a sua legítima defesa com ações de vingança e violência cega.

O Sr. Pedro Pinto (CH): — Já não devia ser Ministro!

A Sr.ª Rosário Gambôa (PS): — A diplomacia nunca é fácil. Há um bombardeamento num hospital

precisamente na altura em que havia no terreno uma estratégia de conversações com países limítrofes e

estavam agendadas mediações ao mais alto nível com o encontro do Presidente Biden e o Presidente da

Autoridade Palestiniana. Agora estão cancelados.

É urgente travar o conflito, evitar a escalada em nome das vítimas e dos massacres,…

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Dos sequestrados!

A Sr.ª Rosário Gambôa (PS): — … evitar o gatilho da intervenção do Irão, prevenindo consequências para

a segurança e estabilidade no mundo.

E a Europa? Qual a posição da Europa?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É uma vergonha a posição da Europa!

A Sr.ª Rosário Gambôa (PS): — A reunião extraordinária do Conselho Europeu ocorrida ontem era de uma

imensa importância. Nas palavras de Charles Michel, cito: «É crucial que a Europa, em conformidade com os

tratados e os seus valores, defina uma posição comum e estabeleça uma linha de ação clara e unificada que

reflita a complexidade atual da situação.»

Com efeito, depois de uma semana titubeante, precipitada e inconsistente, o Conselho Europeu firmou, numa

declaração, as traves-mestras da política europeia: o repúdio do ataque terrorista, o direito de defesa de Israel,

em conformidade com o direito internacional, o sistema de coexistência de dois Estados, abrir o processo

negocial.

A importância da definição de uma posição comum, uma linha de ação clara e unificada é o centro do desafio

que coloca a afirmação da Europa como instituição política. Um desafio que tem vindo a manifestar-se e que o

momento presente tornou mais evidente. Ter uma posição clara, efetiva e não diluída ou fragilizada em

consensos longos, uma posição célere, adequada à ponderação, mas também uma resposta em tempo, é algo

imprescindível no posicionamento de uma instituição que é um ator político a nível mundial.

Aqui ancora a minha questão, Sr. Primeiro-Ministro: não é tempo de aceitar o repto do Parlamento Europeu

e promover uma convenção para uma revisão dos tratados da União que altere, em matéria de política externa

e de segurança, a regra da deliberação por unanimidade para uma maioria qualificada?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Ainda no tempo reservado ao PS, tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Jamila Madeira.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.ª Ministra, Sr.as e Srs. Deputados, na

minha, ou melhor, na nossa opinião, já temos Conselhos Europeus a mais com o tema da guerra na agenda,

nesta União Europeia que é o território da paz, o espaço que, como aqui foi dito, é o da diplomacia, o espaço

do softpower e que sempre rejeitou que a política fosse a do «olho por olho e dente por dente.»

O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — E os 200 raptados?!