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19 DE OUTUBRO DE 2023

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milhões de euros no âmbito dos empréstimos do PRR. Se tivesse acedido a este valor, significaria que o PRR

português seria de 30,5 mil milhões de euros.

Estamos a falar de valores de empréstimos em condições irrepetíveis nesta década, sendo evidente que não

se percebe porque é que não acedeu a esta ajuda e, no dia a seguir, identificou problemas estruturais para os

quais pede a colaboração da Comissão Europeia. Aliás, os Eurodeputados do PSD na Europa fizeram uma

pergunta ao Comissário Gentiloni exatamente sobre esta opção portuguesa. Naturalmente, o Comissário não

percebeu, mas eles fizeram mais: perguntaram se este dinheiro poderia ser novamente aproveitado numa

reformulação de projeto, numa reformulação de programas, porque, por exemplo, quer na habitação, quer no

armazenamento de água, estamos a falar de investimentos muito vultuosos, em que o apoio comunitário é

necessário como nunca.

Portanto, a pergunta que lhe faço é se vai reconsiderar e aceder a estes valores.

Ainda no âmbito dos fundos, tenho de lhe fazer mais uma pergunta. Qual é o valor no pacote das pescas e

da coesão, referente ao PT 2020 (Portugal 2020), que vai ficar por ser utilizado? Nós entendemos que não é

admissível que Portugal desperdice os fundos, mesmo do PT 2020.

Finalizo com uma outra pergunta. Ontem, o Conselho de Ministros da Energia reuniu-se e, aparentemente,

vamos ter um formato novo de regulamento para a energia na Europa. Mas há aqui um problema, o mecanismo

ibérico europeu está garantido até junho de 2024 e prevê-se que a entrada em vigor deste novo regulamento

não seja antes de daqui a três anos. E a pergunta que lhe faço é esta: entre junho do ano que vem e esses três

anos, como é que as empresas e os portugueses vão ter a garantia de um mecanismo de custo de energia e de

um preço ao consumidor estável e baixo?

O Sr. Presidente: — Para responder, tem agora a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Catarina Rocha Ferreira, em

primeiro lugar, temos de garantir a libertação incondicional de todos os reféns e, quanto ao apoio humanitário,

ele deve continuar a ser canalizado da forma como tem sido canalizado.

Como disse, ainda hoje ou ontem, a Sr.ª Presidente da Comissão Europeia, ela não tem o menor indício de

que as verbas da ajuda humanitária da União Europeia tenham servido para financiar o terrorismo. Se o fizeram,

isso é uma falha gravíssima da Comissão e que deve exigir a responsabilização do Sr. Comissário Várhelyi,

mas, segundo a Presidente da Comissão, não há qualquer indício de que isso tenha acontecido e, portanto,

nenhuma razão há para que isso sirva de pretexto para não se dar o apoio humanitário que, aliás, a Comissão

— e bem! — decidiu triplicar neste momento tão crítico na Faixa de Gaza.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Relativamente às empresas portuguesas, elas têm contado, e já contam, com o

apoio do Estado português neste impacto brutal que, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, têm tido nos seus

custos de energia.

Tiveram-no através do mecanismo ibérico e fico muito satisfeito por finalmente o PSD concluir que o

mecanismo ibérico, afinal, é um mecanismo bom, que afinal apoia as empresas, que afinal protege o País e que

afinal permitiu diminuir os custos.

Aplausos do PS.

Deixaram de dizer as mentiras que andaram a dizer meses a fio sobre o mecanismo ibérico. É pena não o

dizerem publicamente depois da vergonha que fizeram e das acusações que me dirigiram sobre ele. Mas, enfim!

Aplausos do PS.

O Governo, tanto quanto creio, ainda não recebeu — ou, se recebeu, eu, pelo menos, ainda não recebi — o

relatório final da Comissão que apreciou o currículo e as prestações dos três candidatos que o Governo

apresentou, três nomes de elevadíssimo perfil, cada um com o seu perfil próprio.