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I SÉRIE — NÚMERO 14

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Sr. Deputado Diogo Pacheco de Amorim, não posso estar mais de acordo consigo quanto à natureza

terrorista e antidemocrática do Hamas e quanto à necessidade de, na Faixa de Gaza, se realizarem eleições

livres, periódicas e reconhecidas pela comunidade internacional.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para intervir pela Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardo Blanco.

O Sr. Bernardo Blanco (IL): — Sr. Presidente, cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro e a Sr.ª Ministra.

Sr. Primeiro-Ministro, trago-lhe cinco temas.

Em primeiro lugar, relativamente à guerra entre o Hamas e Israel, queria começar, obviamente, por lamentar

e perguntar-lhe se poderia informar o Parlamento de quantas pessoas com nacionalidade portuguesa,

infelizmente, faleceram ou estão desaparecidas.

Vi ontem, após o Conselho Europeu, a sua declaração de condenação do terrorismo, por um lado, e pedido

de respeito pelo direito humanitário internacional — e estamos de acordo — e, por outro, disse também que é

fundamental assegurar a criação de corredores humanitários, o que penso que também será consensual aqui,

no Parlamento.

A grande questão é como. Pergunto-lhe como é que a Europa pensa tornar isso possível, tendo em conta

que, ainda ontem, o Rei da Jordânia e, hoje, o Presidente do Egipto davam a entender que não queriam aceitar

nos seus países refugiados palestinianos. Por isso, com esta dificuldade de os países árabes, vizinhos, não

quererem aceitar refugiados palestinianos, o que é que a Europa irá fazer?

Segundo tema: Portugal recebeu ontem em Sines uma nova carga de gás natural liquefeito russo, a quarta

carga deste ano, e é um dos países que mais importa GNL da Rússia, tendo as importações portuguesas até

aumentado no primeiro semestre. Gostaria de saber se o Governo tem alguma explicação para este aumento

que, como sabemos, aumenta o financiamento ao regime russo.

Terceiro tema, ainda sobre a energia. Vimos esta semana um amigo comum entre o Sr. Primeiro-Ministro e

o Chega, o Sr. Primeiro-Ministro Viktor Órban, a reunir com Vladimir Putin, na China, relativamente à energia.

Gostava de lhe perguntar se considera correto — não sei se teve a oportunidade de ouvir as declarações que

foram preferidas — este acordo de um líder europeu com o líder de um regime que está a atacar outro país

europeu.

O quarto tema vem no seguimento deste. Este acordo ocorreu, já agora, na China, no âmbito de um evento

de celebração da iniciativa Belt and Road, de expansão da influência chinesa, a que Portugal, infelizmente, e

temos alertado para isso, está há muitos anos cada vez mais sujeito, e parece que, finalmente, a Europa acordou

para isso e para a necessidade da diversificação das cadeias de abastecimento ao nível das baterias, dos chips,

das matérias-primas, e a Comissão Europeia até lançou recentemente — penso que deve ter visto — uma

investigação aos subsídios que o Estado chinês dá às empresas chinesas, neste caso em relação aos carros

elétricos, mas também noutros setores, que assim concorrem de forma artificial com as empresas europeias.

Pergunto-lhe se concorda com esta investigação e se acha, ou não, que as empresas chinesas, ou de outros

países, e as europeias devem concorrer sob as mesmas regras do jogo, porque a Europa deve condenar tudo

o que seja uma subsidiação, uma concorrência artificial, e não deve pactuar com essa falsificação da

concorrência.

Por último, um quinto tema. Gostaria que nos explicasse um pouco esta sua ideia de um PRR permanente.

O que é que seria isto? Não considera que isso é quase um reconhecimento do PS de que Portugal vai continuar

pobre em relação à média europeia, de que vai continuar a precisar de receber mais dinheiro da Europa do que

aquilo que contribui? A nossa visão é totalmente a contrária. O que queremos é que Portugal se desenvolva,

enriqueça e, no futuro, passe a depender cada vez menos, até não precisar, do dinheiro dos outros países.

Aplausos da IL.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.