I SÉRIE — NÚMERO 14
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Última pergunta: acha ou não que esta questão da imigração e da política de portas abertas por parte do
Partido Socialista deveria ser objeto de referendo e serem os portugueses a decidir quem querem dentro de sua
casa, e não os senhores, porque não foram mandatados para isso?
Aplausos do CH.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Diogo Pacheco de Amorim.
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas,…
Risos do PS.
… Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, é revoltante este exercício de amálgama a que temos
assistido na sequência das barbaridades cometidas pelo Hamas no território de Israel.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Revoltante porque passadas duas ou três horas sobre essas
barbaridades já assistíamos à relativização da selvajaria, quando não mesmo à sua desculpabilização. Isto lá
fora, como cá dentro, e mesmo cá dentro desta Casa.
Vozes do CH: — Muito bem!
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Esta é uma nota de profundo repúdio pelos malabarismos
dialéticos e pelas falsas simetrias a que temos vindo a assistir.
Aplausos do CH.
Ainda há pouco o ouvimos aqui.
Mas essa amálgama, já de si inaceitável, menos ainda se justifica, pois que parte de uma confusão
propositada entre o povo palestiniano e o Hamas, que supostamente o representaria. Digo «supostamente»
porque, aqui, há que se saber isto: o Hamas ganhou, de facto, eleições em 2006, mas foram as primeiras e as
últimas, porque, como sempre acontece com os partidos totalitários, as primeiras eleições que ganham são
sempre as últimas que se realizam.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Muito bem!
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — Foi assim que os mandatos ganhos em 2006, e que caducaram
em 2009, ilegitimamente se prolongaram, porque posteriores eleições foram sendo adiadas.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Muito bem!
O Sr. Diogo Pacheco de Amorim (CH): — O último adiamento data de 2021, curiosamente por um decreto
presidencial. Isto é espantoso! Ou seja, o Hamas exerce uma ditadura, e uma ditadura feroz, sobre o povo
palestiniano. Esta é a verdade.
Aplausos do CH.
Daqui a pergunta que lhe queria deixar, Sr. Primeiro-Ministro: quando é que a União Europeia vai exigir, para
princípio de qualquer conversa com ou sobre o Hamas, que estas eleições eternamente adiadas finalmente se
realizem, sob rigoroso controlo de entidades internacionais credíveis? Ou a União Europeia vai continuar a