28 DE NOVEMBRO DE 2023
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Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, o que está a acontecer é o resultado de opções políticas, não é
uma fatalidade, de opções políticas concretas como aquelas que estão agora perante vós, em que está ao vosso
alcance limitar o aumento das rendas; limitar os despejos dos inquilinos relativamente ao arrendamento; limitar
a possibilidade de não renovação dos contratos de arrendamento, para que as pessoas não continuem a ser
expulsas das suas casas e dos seus bairros; e limitar as rendas de novos contratos para que não haja novos
aumentos.
Esta proposta do PCP, na Comissão Parlamentar, foi chumbada por quem? Quem é que deu a mão a quem?
Foi chumbada pelo Chega,…
Protestos do CH.
… pela Iniciativa Liberal, pelo PSD e pelo PS.
E nós apelamos aos Srs. Deputados do PS para que não deem a mão à direita e protejam os inquilinos da
situação dramática que está a viver-se.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para intervir sobre o mesmo artigo, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real,
do PAN.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros da Mesa,
Srs. Membros do Governo, ainda em relação à proposta de um artigo 126.º-A e sobre o cabaz essencial, o PAN
não pode deixar de referir que, infelizmente, os portugueses — fazendo aqui analogia a uma certa referência
que foi feita — não têm dinheiro para comprar nem sequer uma salada de frutas.
O preço do cabaz essencial não para de aumentar — já vai em 231,70 €, mais 10 € do que há uma semana,
mais 12 € do que há um ano — e, face apenas há um ano, podemos olhar para preços de bens essenciais como
o arroz, que aumentou 64 %, os brócolos, que aumentaram 31 %, ou as laranjas, que aumentaram 33 %.
Falamos de bens essenciais, e estes aumentos são incomportáveis e trarão um sufoco para as famílias se o
IVA não continuar a ter este controlo e se não pusermos o IVA zero prolongado. O fim do IVA zero traz também
o fim do acordo que o Governo tinha feito com os retalhistas, e sobre esta medida o Governo ainda não teve
uma palavra a dizer.
Por isso mesmo, o PAN acompanha a proposta do PCP, porque o fim desta medida pode trazer um aumento
dos preços, que pode ascender até mais 15 % em relação àquilo que já é sentido pelas famílias.
Ora, se for para fazer sofrer as famílias, de pouco nos vão valer os brilharetes que o Governo possa querer
fazer com a dívida e o défice ou o excedente orçamental junto de Bruxelas. Daí que me dirija, em particular, ao
PS para lembrar que, logo à tarde, vamos ter oportunidade de votar duas medidas do PAN, nomeadamente para
prolongar o IVA zero do cabaz essencial para o próximo ano, até junho de 2024.
Aprovar esta proposta parece-nos da mais elementar à justiça, porque não podemos ter um Governo de
gestão e os portugueses à espera de uma medida que necessariamente vai ter de aguardar por novas eleições
para poder ter uma vigência.
Por outro lado, quero falar também no cabaz essencial e no que tem ficado esquecido e reiteradamente para
trás, a alimentação dos animais de companhia, que este Governo continua a tratar como um bem de luxo. Aliás,
quer a alimentação dos animais de companhia, quer os tratamentos médico-veterinários, que são taxados a
23 % e aos quais o Governo continua a fechar os olhos e a ignorar claramente as famílias, que veem um aumento
de 12 % e tantas vezes deixam elas próprias de comer para poderem assegurar a alimentação dos seus animais.
Por isso, não podemos continuar à espera das eleições, porque manter em 23 % o IVA das rações,…
O Sr. André Ventura (CH): — O que é que isso tem a ver com habitação? Estamos a discutir a habitação!
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — … ou dos cuidados dos atos médicos veterinários é abrir o caminho ao
aumento do abandono dos animais, e é também uma asfixia para as famílias e associações zoófilas, com as