I SÉRIE — NÚMERO 22
14
quais o Estado tem uma dívida de gratidão pelos milhares de animais que, de norte a sul do País, continuam a
acolher.
Resta saber como é que logo à tarde a bancada do Partido Socialista vai votar estas duas medidas: se ao
lado dos portugueses e das associações, ou se vão ficar fechados no seu brilharete do excedente orçamental
para fazer aqui, face a Bruxelas e mais uma vez, o papel do bom aluno.
O Sr. Presidente: — Para intervir sobre o mesmo artigo, tem a palavra o Sr. Deputado André Ventura, do
partido Chega.
O Sr. André Ventura (CH): — Sr. Presidente de algumas bancadas, Sr. Deputado Bruno Dias, nós estamos
de acordo:…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não estamos, não! Não se preocupe!
O Sr. André Ventura (CH): — … há um problema de aumento das rendas sobre os inquilinos. Mas há uma
grande diferença: nós sabemos o que é a propriedade privada e como a proteger, e os senhores, aparentemente
não sabem.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Só no PCP!
O Sr. André Ventura (CH): — Quer dizer, os senhores, com as vossas sedes, façam o que entenderem,…
Risos do Deputado do CH Pedro Pinto.
… mas não podem é dizer às pessoas que famílias que toda a vida pouparam para ter uma casa e a puseram
no mercado de arrendamento, depois se alguém perde o emprego não pode ser despejado.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — É verdade!
O Sr. André Ventura (CH): — Os senhores querem matar o mercado completamente. Aos milhares de
famílias que com as suas poupanças de toda uma vida arranjaram uma casa ou outra, os senhores dizem que
a quem tiver perdido os rendimentos não é admitido o despejo.
Isto é um absurdo! É simplesmente matar o direito de propriedade, é matar as poupanças, é dizer às pessoas
«que se lixem!», é dizer «uns pagam pelos outros», em vez de ser o Estado, de que os senhores tanto gostam
e que tanto gosta de cobrar impostos, a pagar.
Não! Há um problema? Temos de proteger quem paga rendas? Temos, mas não é à custa das outras
famílias. Que pague o Estado que tem dinheiro para isso!
Aplausos do CH.
O Sr. Presidente: — Vejo-me obrigado a recordar ao Sr. Deputado André Ventura que há expressões que
não devem ser usadas no Parlamento.
A Sr.ª Rita Matias (CH): — Orgia, pode! Que se lixe, não!...
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Isabel Pires, para intervir em nome do grupo… O Sr. Deputado André
Ventura pretende intervir, faça favor. Sabe os termos em que tem de se dirigir?
O Sr. André Ventura (CH): — Sei, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Faça favor.