I SÉRIE — NÚMERO 22
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Aplausos da IL.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias.
O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, bem, se gosta de viver
na e com a mentira, isso é problema seu.
Aplausos do PCP.
Para o PCP, o problema é o aumento do custo de vida da população. Para a IL, o problema é o PCP.
Aplausos do PCP.
O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — E a resposta é…!
O Sr. Presidente: — Sobre o mesmo artigo, tem agora a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do
Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,
há uma orgia de lucros extraordinários no País.
Vozes do PSD e da IL: — Ah!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É a banca, é a grande distribuição. Os grandes grupos económicos
ganham como nunca, à custa de quê? À custa do abuso dos preços, em particular dos preços de bens
essenciais.
Sobre essa matéria, qualquer notícia sobre este tema deveria aparecer na televisão com a bolinha amarela,
porque isto é impróprio para públicos sensíveis, em particular as pessoas que trabalham, que têm os seus
salários a serem calcados, ao mesmo tempo que as desigualdades aumentam.
Dirá a direita: «Bem, isto é o mercado.» Dirão as pessoas: «É a mão invisível do mercado que nos está a ir
ao bolso.» Dirá o Governo: «Não queremos saber». E porque não queremos saber, até eliminamos o imposto
sobre lucros extraordinários, porque, lá está, estes lucros são todos normais para o Partido Socialista.
Ora, esta injustiça e estas desigualdades são inaceitáveis.
É por isso que aceitar lucros desta dimensão, na banca com estes juros abusivos, na grande distribuição
com este aumento de preços de bens essenciais, é um insulto ao País, e esse insulto vai ter um ajuste de contas
no dia 10 de março.
Aplausos do BE.
O Sr. André Ventura (CH): — Ai isso vai, de certeza!
O Sr. Presidente: — Passamos agora à proposta 1324-C, do PCP, de aditamento de um artigo 138.º-A —
Regime especial de proteção da habitação arrendada. Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, das várias propostas que o PCP
apresentou para responder à autêntica emergência social que se está a viver na habitação em Portugal, uma,
em particular, destina-se a proteger os inquilinos face à situação dramática que cada vez mais pessoas
enfrentam.
Em cima dos aumentos insuportáveis das rendas, do desalojamento de famílias aos milhares, o Governo
deixa o caminho aberto para o novo aumento das rendas, o maior aumento em 30 anos. E, isso depois de terem
aprovado, com o dito pacote Mais Habitação, ainda mais facilidades para despejar os inquilinos das casas.