I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. Diogo Cunha (PS): — Sr. Presidente, muito obrigada, Sr.ª Deputada Joana Mortágua… Mariana
Mortágua, pelas…
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Joana Mortágua!
O Sr. Diogo Cunha (PS): — Joana Mortágua, peço desculpa.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Estava a ver!
Vozes do CH: — É da família!
O Sr. André Ventura (CH): — É a mesma coisa!
O Sr. Diogo Cunha (PS): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada Joana Mortágua, pelo pedido de esclarecimento.
Relativamente ao alojamento universitário, segundo os investimentos que faremos, bem como os que já
existem atualmente no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e já estão executados, temos neste momento
mais de 5000 camas disponíveis para estudantes, mas elas duplicarão até 2026, chegarão às 27 000.
Quanto ao apoio estudantil, passou de 75 € para 400 €, sendo que o apoio será de 100 € para todas as
famílias.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sobre esta temática, tem agora a palavra o Sr. Secretário de Estado do Ensino Superior,
Pedro Nuno Teixeira.
O Sr. Secretário de Estado do Ensino Superior (Pedro Nuno Teixeira): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados, a questão do alojamento é, de facto, o maior obstáculo que temos no acesso ao ensino superior,
bem como à frequência do mesmo. É por isso que tem sido uma prioridade para este Governo reforçar a oferta
pública e é por isso também que temos em curso o maior investimento de sempre em residências do ensino
superior, o que vai permitir, até 2026, praticamente duplicar a capacidade existente.
Esse investimento está, de facto, em curso. Do que foi contratualizado em setembro de 2022, temos cerca
de 60 % desses projetos já em construção, em concurso de empreitada ou até mesmo concluídos. Ou seja, já
passaram por todas as fases administrativas e burocráticas que um processo tem de fazer, do ponto de vista do
concurso de projetos, especialidades, licenciamento, etc.
Para isso, precisamos de mudar estruturalmente a questão do alojamento no ensino superior — essa é uma
resposta fundamental —, mas precisamos de respostas imediatas para os estudantes que estão neste momento
no ensino superior e para aqueles que pensam candidatar-se ao ensino superior, para terem um horizonte de
esperança.
Por essa razão, este Governo aumentou quatro vezes o complemento de alojamento — só da última vez,
aumentámo-lo 38 % —, para que o complemento de alojamento para os bolseiros deslocados estivesse alinhado
com o custo médio de um quarto, que era particularmente oneroso nas grandes áreas metropolitanas. Por isso,
tivemos um aumento muito significativo desses apoios.
Este reforço do reembolso, em sede de IRS, daquilo que é gasto em rendas é também um contributo
importante. É-o não apenas pelo contributo que dá quanto ao rendimento das famílias, mas também porque
incentiva muitas destas situações de arrendamento a virem para o mercado formal.
Na verdade, uma das grandes dificuldades que os estudantes têm diz respeito à questão da formalização
dos contratos, pelo que, com o reforço do complemento de alojamento e com o que é agora proposto nesta
medida que foi avocada pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, estamos a reforçar os incentivos para a
formalização desses contratos, o que é muito importante. Para quê? Para que os estudantes possam ter o
comprovativo para receber o complemento de alojamento.