I SÉRIE — NÚMERO 23
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Esta é uma proposta razoável, uma proposta exequível, porque não há hoje qualquer medida de apoio para
um jovem que queira comprar a sua primeira casa. Aliás, os censos demonstram este facto com o número de
jovens proprietários a ter diminuído para metade, entre 2011 e 2021.
Sabemos que esta nunca foi uma prioridade para o Partido Socialista, quase como se passasse a ser crime
um jovem ser proprietário.
Está na hora de termos também respostas para aqueles jovens que querem aceder ao mercado da aquisição,
e, por isso, colocamos mais uma vez em cima da mesa a proposta de criação de uma garantia para a parte que
os bancos não financiam. Ou seja, uma garantia para a parte que os jovens têm de acumular, com muito esforço,
o que dificilmente conseguirão com os salários que se praticam em Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para intervir em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Sónia Ramos.
A Sr.ª Sónia Ramos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, já não é novidade
para ninguém que o PS avariou o elevador social e estrangulou a escola pública. O PS quebrou um pilar
fundamental da nossa democracia: a educação.
A política educativa em Portugal resume-se hoje a milhares de alunos sem professores, a milhares de jovens
que não querem abraçar a profissão de professor e a milhares de jovens que ficaram para trás, porque a
recuperação das aprendizagens falhou. O desempenho global dos alunos piorou, como sabemos, em particular
no 9.º ano. O Plano Escola+ foi, por isso, um fracasso.
Mas agora que já exportámos o Ministro da Educação, e que o Governo está demissionário e já «virou o bico
ao prego» no IUC, o PSD desafia os Srs. Deputados do PS a aprovarem a nossa proposta para a recuperação
das aprendizagens, criando um sistema de tutorias e reforçando os créditos horários, de modo a apoiar os alunos
com mais dificuldades.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Sim, precisamos de mais professores. Sim, infelizmente, perdemos uma geração, perdemos aqueles que
não conseguiram pagar o acesso à educação quando o Governo falhou redondamente ao futuro de Portugal.
Ainda assim, Srs. Deputados do PS, podem hoje minimizar os estragos que o Governo fez repercutir nas
aprendizagens e no futuro de Portugal e assumir o erro, votando a favor da proposta do PSD.
É por isso que apelamos também, em nome do futuro de Portugal, à aprovação da recuperação do tempo de
serviço dos professores — 6 anos, 6 meses e 23 dias —, a iniciar já em 2024, à razão de 20 % ao ano.
Srs. Deputados, é preciso pacificar a escola. Façamo-lo hoje, pacifiquemos a escola; assumam o papel de
Deputados da República, esqueçam por alguns minutos o cartão partidário e aprovem esta medida, que é mais
do que justa. Se não o fizerem hoje, o PSD fá-lo-á sozinho, a partir de 10 de março de 2024.
Aplausos do PSD.
O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sozinho é que não!
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Isso queria a senhora!
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Secretário de Estado da Educação, António Leite.
O Sr. Secretário de Estado da Educação (António Leite): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, vamos
então ver o que aconteceu com os professores durante estes oito anos.
Os Governos do Partido Socialista herdaram uma carreira congelada.
A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Quem é que a congelou?!