I SÉRIE — NÚMERO 25
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Acima de tudo, introduzimos um fator muito importante, que é a desmaterialização completa do cartão de cidadão e de outros títulos habilitantes, o que permite, precisamente, que o cartão físico, que é hoje tão importante e tão utilizado, possa também ser usado no nosso telemóvel, sem deixar, contudo, ninguém para trás, ou seja, promovendo a coexistência dos dois cartões ao mesmo tempo. A utilização de uma chave móvel digital, que já mais de 3,5 milhões de portugueses utilizam no quotidiano, garante que essa desmaterialização se torne efetiva e eficaz no dia a dia das pessoas.
Portanto, esta discussão que agora foi feita na generalidade, bem como as outras discussões que vão ser feitas na especialidade, são para nós, Governo, um sinal muito positivo de que esta Câmara pode ajudar concretamente Portugal a dar um salto efetivo na digitalização, garantindo que a desmaterialização dos cartões de cidadão e os novos cartões de cidadão estão conformes aos níveis de segurança que sempre foram apanágio do nosso cartão de cidadão, que é líder a nível internacional, e que o conjunto de casos de utilização será muito maior do que no passado.
É esta democracia com aspeto digital, sem deixar ninguém para trás, que este Governo pretende — e esperamos que esta Assembleia nos acompanhe —, para tornarmos Portugal numa nação cada vez mais digital.
Aplausos do PS. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para encerrar este debate, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro
Anastácio, do Grupo Parlamentar do PS. O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queremos só, naturalmente,
agradecer as intervenções dos diferentes grupos parlamentares e dizer que poderemos, em função dos contributos que trouxeram, aprofundar esta iniciativa, em sede de especialidade.
Quero explicar novamente ao Deputado do Chega — que, lá está, no espírito do alarmismo social, atira com outros temas de alarmismo — que, primeiro, vivo no Algarve e cresci toda a minha vida no Algarve.
Protestos do CH. Portanto, só para clarificar essa dimensão, cresci em Albufeira e, entretanto, vim para Lisboa. Queria dizer-
lhe isso. Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto. A seguir, queria dizer algo que lhe expliquei ali da tribuna, mas que vou explicar outra vez. Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto. Calma, que agora sou eu. Calma, calma, calma! O que lhe queria explicar é o que já lhe disse ali da tribuna, ou seja, que o recenseamento é permanentemente
atualizado. Ora, o que é que acontece? Quando o Sr. Deputado se for inscrever e fazer o seu recenseamento, é livre de
indicar a sua morada. Isto é, se o Sr. Deputado, que tem uma ligação ao círculo do Alentejo — onde, apesar disso, não consegue ser eleito —, indicar que afinal vive em Braga, pode fazer isso.
Sei que a liberdade é algo com que o Chega convive mal em todos os planos e domínios da vida, mas aqui é mesmo assim, é livre: as pessoas podem indicar outra morada.
Protestos do CH. Por isso, o Sr. Deputado tem de se conformar, tem mesmo de se conformar com essa liberdade. Eu sei que
é difícil para si, mas, se fizer um esforço, consegue. Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto.