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I SÉRIE — NÚMERO 25

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informáticos, o que, como todos sabemos, é muito mais confortável, já que não sujeita as pessoas à espera e às filas que encontramos nas lojas do cidadão.

Além disso, a situação que temos hoje discrimina os imigrantes. Quer dizer, nós dizemos que queremos que estas pessoas se aproximem do País e que não deixem de ter vínculo, mas depois cobramos mais dinheiro para elas continuarem a ter a sua identificação. Isto é absolutamente injusto e até irracional.

Por último, refiro o argumento económico, que aqui é sempre trazido. O IRN tem centenas de milhões de receita própria. Isso nunca significou melhores meios ou melhores condições para os seus trabalhadores, como bem sabemos, pelo contrário. Além das competências que ganha com o fim do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), ganha mais trabalho, mas ganha também mais 55 milhões de euros a nível de receita. Daí que perguntemos: neste quadro, é legítimo invocar a falta de receitas ou o argumento económico para a impossibilidade de se tomar uma medida que é de elementar justiça e que nos parece a todos simplesmente óbvia, até para o Partido Socialista, cujo único argumento é o argumento económico? Parece-nos que não.

Parece-nos que é o momento de dar este passo em frente, para ser justo, para haver uma relação mais igual entre a Administração Pública e os cidadãos, de modo que, quando lhes são exigidas responsabilidades, não lhes sejam imputados custos injustos, que, recorde-se, num país com a média salarial de Portugal, não são nada poucos — não são custos que se possam considerar despicientes.

Aplausos do PCP. A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Tavares, do

Livre. O Sr. Rui Tavares (L): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Já a chegar ao fim do debate e com apenas

1 minuto, queria mencionar apenas duas notas. Uma relaciona-se com o que referiu a Sr.ª Deputada Joana Mortágua, que é o facto de deixar de haver a necessidade de morada física para se atribuir o cartão de cidadão a pessoas sem abrigo e a outras que não disponham dessa morada física. Noto como isto é importante, em muitos casos, para podermos fazer um trabalho de reintegração das pessoas numa vida digna.

Lembro que se trata de pessoas reais, havendo casos em que essas pessoas regressam ao País e querem renovar o cartão de cidadão, mas, não tendo morada física, demoram muito mais tempo do que necessitariam se assim não fosse. Há também casos de pessoas que não podem trabalhar porque, não tendo uma morada física, não podem ter número de contribuinte e, não tendo número de contribuinte, não podem assinar um contrato. Em suma, estamos a dificultar o acesso das pessoas a uma vida mais digna, estamos a prejudicar o Estado com isso, portanto, esta é uma medida positiva, que acompanhamos.

A segunda nota é apenas para salientar que, com o Orçamento que foi aprovado ontem, foi aprovada uma proposta do Livre para a atualização dos cadernos eleitorais. Creio que todos aqui concordamos que essa é uma necessidade absolutamente essencial. Mesmo entrando em funções de gestão muito em breve, com o Orçamento do Estado, o Governo está completamente mandatado para dar os passos necessários com vista a iniciar este processo, que, esperemos, também nos trará mais fidedignidade no momento de avaliação e participação no voto.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do Chega, tem

a palavra o Sr. Deputado Pedro Pinto. O Sr. Pedro Pinto (CH): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:

Ouvi com atenção o Sr. Deputado Pedro Anastácio, do Partido Socialista, dizer que o Chega provoca alarmismo social quando fala em eleitores-fantasma.

Sei que o Sr. Deputado Pedro Anastácio tem muitas dificuldades em sair de Lisboa, porque conhece Lisboa e pouco mais.

O Sr. Pedro Anastácio (PS): — Sou do Algarve!