I SÉRIE — NÚMERO 30
20
Quanto ao voto eletrónico, vi alguns Srs. Deputados a fazer alguns comentários aí nas bancadas sobre essa questão e sobre a credibilidade do sistema.
Vamos lá ver: o que o PSD propunha era um teste de voto eletrónico que não era vinculativo. Pergunto: os senhores têm medo de um teste que não é vinculativo e que nem sequer abrange todos os círculos da emigração?! Receiam que isso possa gerar depois — quando se souber que o resultado é diferente do resultado obtido em urna — aquele argumento de que eventualmente o resultado pode ficar descredibilizado, porque há uma divergência entre o resultado do voto eletrónico do teste e o resultado do voto em urna? Mas até nisso fomos cautelosos. Trata-se de um teste que não abrange todos os países da emigração, precisamente para não haver essa confusão, sendo que, a partir do teste, tiramos as nossas conclusões.
Ora, Srs. Deputados, podemos chegar à conclusão de que os problemas foram tantos, que não há ainda condições para prosseguir esse caminho, e temos a humildade de reconhecer que podemos chegar a essa conclusão.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é preciso serem muitos, podem ser poucos! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Mas para isso temos de tentar. Só que os senhores bloqueiam essa tentativa.
Portanto, sobre isto, estamos entendidos! Quanto ao insucesso das últimas reformas que, ao longo do tempo, foram sendo propostas pelo PSD… Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias. Ó Sr. Deputado, efetivamente temos de reduzir o número de Deputados, e o PSD tem flagrantemente, ao
longo do tempo, alertado para isso. O Sr. Bruno Dias (PCP): — Do PSD até podia haver só 4 ou 5! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Mas temos de encontrar o caminho que permita o consenso possível para
que não haja prejuízos na representação e para que, nesse caminho, não haja prejuízo para a representação do interior, como a proposta da Iniciativa Liberal promove.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Isso é matematicamente impossível! O Sr. Hugo Carneiro (PSD): — Por isso, Srs. Deputados, a nossa posição é clara, e acho que as minhas
respostas mostram, também de forma esclarecedora, qual é a nossa posição neste debate. Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome da Iniciativa Liberal, tem a palavra o Sr. Deputado
Rodrigo Saraiva. O Sr. Rodrigo Saraiva (IL): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, caros cidadãos que estão nas galerias
a acompanhar-nos: Ouvindo estas primeiras intervenções, e antes de ir ao tema sobre o qual decidi fazer esta intervenção — na qual serei acompanhado por suporte gráfico, porque às vezes as imagens ajudam a perceber aquilo de que estamos a falar —, não consigo deixar de fazer alguns comentários relativamente às intervenções que existiram até agora.
Já que alguns dos Deputados se puseram a falar para «as pessoas lá em casa», para que percebam o que está aqui a ser debatido, eu também vou ser pedagógico, porque convém que saibamos todos o que é que aconteceu sobre este tema ao longo, apenas, desta Legislatura. O que é que alguns partidos, desde as décadas de 80 e de 90 — tendo já passado 30 ou 40 anos —, perante esta realidade, fizeram até hoje? Nada! Mesmo alguns que tiveram maiorias absolutas parlamentares! Portanto, a vontade de mudar era tanta que, mesmo em maioria, nada fizeram.