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16 DE DEZEMBRO DE 2023

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Passamos ao Projeto de Voto n.º 529/XV/2.ª (apresentado pelo CH) — De pesar pelo falecimento da fadista Maria João Quadros.

Peço à Sr.ª Secretária Palmira Maciel o favor de o ler. A Sr.ª Secretária (Palmira Maciel): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor: «Maria João Quadros, uma voz inconfundível e uma presença luminosa no mundo do fado e no panorama

cultural de Portugal, deixou-nos no dia 8 de dezembro de 2023. Maria João Quadros nasceu em Moçambique, no ano de 1950. Trazia na sua voz a alma da portugalidade e

personificou o fado com uma autenticidade e paixão que transcendeu gerações, tornando-se uma das mais respeitadas e amadas fadistas da nação.

A sua carreira foi um tributo ao fado, a expressão mais pura da cultura portuguesa. Maria João Quadros não só interpretou melodias tradicionais com maestria, como também inovou, adicionando a sua própria marca pessoal e elevando esta arte a novos patamares. Através da sua música, partilhou a riqueza da língua portuguesa e a profundidade da nossa alma coletiva, com inúmeras atuações em casas de fado de renome, assim como em palcos nacionais e internacionais, levando a alma do fado português além-fronteiras.

A sua partida deixa um vazio imenso no mundo da música e na cultura portuguesa. Reconhecendo o seu legado imensurável na música e na cultura portuguesas, a sua falta será profundamente sentida, mas a sua música e a sua paixão pelo fado viverão para sempre.

Pelo exposto, reunida em sessão plenária, ao abrigo do n.º 1 do artigo 75.º do seu Regimento, a Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento da fadista Maria João Quadros, uma voz eterna no panorama do fado português, e expressa as mais sinceras condolências à família, amigos e a todos os que, como nós, foram tocados pela sua arte e pelo seu espírito.»

O Sr. Presidente: — Obrigado. Vamos votar a parte deliberativa deste projeto de voto. Submetida à votação, foi aprovada por unanimidade. Segue-se a votação do Projeto de Voto n.º 531/XV/2.ª (apresentado pela Comissão de Cultura,

Comunicação, Juventude e Desporto e subscrito por uma Deputada do PS) — De pesar pelo falecimento de Carlos Avilez.

Peço à Sr.ª Secretária Lina Lopes o favor de proceder à sua leitura. A Sr.ª Secretária (Lina Lopes): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o projeto de voto é do seguinte teor: «Faleceu no dia 22 de novembro, aos 88 anos, Carlos Vítor Machado, conhecido por Carlos Avilez, figura

maior do teatro nacional, que nos deixa um legado incontornável na arte da encenação e da formação de atores. Estudante universitário de Matemática e Físico-Química, o fascínio pela magia do teatro, que germina ainda

na infância por influência familiar, faz nascer, aos 17 anos, Carlos Avilez. Carlos Avilez estreou-se como ator em 1956 na Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, onde

permaneceu até 1963, quando passa a dedicar-se à encenação, onde deixa marca profunda, estreando-se com a peça de teatro A Castro, de António Ferreira, destacando-se à época pelo seu cunho inovador e audacioso.

Como encenador, passa pela Sociedade Guilherme Cossoul, pelo Teatro Experimental do Porto e pelo Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra.

Em 1965, funda, com outros artistas, como Maria do Céu Guerra, João Vasco e Zita Duarte, o Teatro Experimental de Cascais, que desenvolveu, ao longo dos últimos 58 anos, uma atividade contínua de pesquisa e experimentação, tendo aí emergido, em 1993, o projeto da Escola Profissional de Teatro de Cascais, por si fundada e da qual foi diretor e docente, onde formará e inspirará centenas de profissionais.

Foram inúmeros os espetáculos que encenou, as companhias que integrou e dirigiu e os projetos artísticos que protagonizou, tendo sido ainda Diretor do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Nacional de S. João, bem como Presidente do Instituto de Artes Cénicas.

No exterior, destaca-se o seu trabalho com Peter Brook e com Jerzi Grotowsky, tendo, além do teatro, encenado diversas óperas, entre as quais Carmen ou Madame Butterfly.