22 DE DEZEMBRO DE 2023
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ex-titulares de cargos políticos, e nesta, porque a copiaram para titulares de cargos políticos, propõem um
período de inibição de três anos. Vejam lá se se entendem sobre o que querem!
Aplausos do PSD.
O Sr. Pedro dos Santos Frazão (CH): — Está mesmo noutro mundo!
O Sr. Rui Cruz (PSD): — Este Plenário prepara-se para aprovar regras de transparência aplicáveis a
entidades privadas que realizam a representação de interesses junto de entidades públicas. E como se regista
a atividade de lobbying junto de empresas privadas que tutelam interesses públicos, como, por exemplo, a EDP
(Energias de Portugal), que produz e vende energia e licencia projetos elétricos e emite certificados para efeitos
de autorização de utilização, sem o mínimo escrutínio do Estado no uso deste interesse público?
Protestos do Deputado do CH Pedro Pinto.
Acho — é a minha opinião e, provavelmente, será a opinião desta bancada — que, quanto ao PS, os objetivos
parecem ser licenciar Lacerda Machado, novamente amigo, o melhor amigo de António Costa e dos projetos de
interesse nacional; Nuno Rebelo de Sousa, melhor amigo das gémeas e de Lacerda Sales; António Mexia e
Manso Neto, melhores amigos da água e de Matos Fernandes.
Protestos de Deputados do PS.
No meio do turbilhão, a intenção poderá ser bem mais profunda, a de construir uma confusão insanável entre
tráfico de influências e atividade de lobbying, entre quantias indevidas e donativos e remunerações legitimadas,
porque sabemos bem que em processo penal se aplica sempre o regime mais favorável, mesmo quando os atos
cometidos são anteriores à nova legislação.
A pergunta é mesmo esta: é só mesmo isto que querem? Será que já nem os tempos mudando vos mudam
a vontade? Não vos bastou que permitissem, apesar da fraude, que a lei fosse contornada várias vezes neste
mandato? Não vos bastaram já aqueles que, com inocentes enganos, se enganaram, enganando a lei e as
instituições?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Adão Silva): — Para um pedido de esclarecimento, agora pelo Grupo Parlamentar do
Chega, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Matias.
A Sr.ª Rita Matias (CH): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, deixe-me fazer-lhe uma
pergunta.
O Sr. Deputado dispõe de uma maioria. O Sr. Deputado já é Deputado nesta Assembleia há várias
legislaturas. Porque é que não tiveram esta pressa legislativa anteriormente? Porque é que vêm tentar lavar a
cara em janeiro, antes de entrarmos em período pré-eleitoral? Quem é que é verdadeiramente o populista aqui
nesta Assembleia da República?
Aplausos do CH.
Deixe-me dizer que diz a Frente Cívica que não há políticas reais de prevenção e que estão criados todos os
incentivos para a informalidade, o abuso e o favorecimento. E, neste sentido, o Chega, em junho — não foi
quando surgiram os escândalos, foi em junho —, apresentou uma proposta nesta Assembleia da República.
Depois, o PAN também quis vir a jogo, mas mais nenhuma força política teve o ímpeto de tentar responder a
esta necessidade.
O Sr. André Ventura (CH): — Exatamente! Essa é que é a verdade!