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12 DE JANEIRO DE 2024

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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Quando o Serviço Nacional de Saúde se confronta com uma falta gritante de profissionais, de investimentos críticos sistematicamente adiados, com as pessoas confrontadas com uma falta de condições inaceitável, então o Governo responde ao povo português apresentando os indicadores e a consolidação das contas?

As contas certas, voltamos a colocar a questão, são afinal para quem? Quando temos um Governo que, do ponto de vista do poderio dos grupos económicos, de empresas que foram privatizadas e que, agora, em exemplos concretos, que abundam na sua gravidade, no escândalo nacional, que foi a privatização da ANA, a atuação nos CTT, a atuação na PT (Portugal Telecom), e os senhores ajoelham, enquanto Governo, numa capitulação nacional autêntica, perante esse poderio dos grupos económicos, a pergunta que voltamos a fazer é que explicações dão ao País sobre essas contas certas que, afinal, são só para alguns.

Aplausos do PCP. O Sr. Presidente: — Para pedir um esclarecimento em nome do PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Vera

Braz. A Sr.ª Vera Braz (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, a

nossa direita acredita que o equilíbrio de mercado é garantido por uma mão invisível da economia, a qual, por si só, faria com que existisse uma saúde económica e que esta fosse garantida, só que não.

Não garante a saúde económica e muito menos garante o bem-estar dos portugueses. Repito: não garante a saúde económica e não garante o bem-estar dos portugueses. O bem-estar económico e social dos portugueses não é um negócio.

E se, para a Iniciativa Liberal, esta é a dita linguagem socialista que pretendem abolir, volto a repetir: o bem-estar dos portugueses não é um negócio.

Aplausos do PS. A educação, a saúde, a justiça não são um negócio. E também não é um jogo político, Srs. Deputados. Garantir que existe redistribuição da riqueza, que existe

igualdade no acesso às necessidades básicas, que existe equidade para alcançar as diferentes oportunidades, para o Partido Socialista, não é nenhum jogo.

Não colocamos a vida dos portugueses num qualquer jogo de mercado, num «salve-se quem puder, que o mercado resolva». Isto, sim, seria desrespeitar os portugueses.

A ação do Estado, enquanto pilar da sociedade, não pode nem deve abstrair-se daquilo que o rodeia. Srs. Deputados, tirar o Estado da economia? Em momentos de crise — e temos passado por vários —, quem

é que salvou a economia? Foi o Estado, que a direita quer afastar. O Sr. João Cotrim Figueiredo (IL): — Outra vez arroz?! A Sr.ª Vera Braz (PS): — Em plena pandemia, não fosse o Estado e teríamos milhares de empresas que

teriam encerrado e, com elas, milhares de pessoas que teriam ido para o desemprego… O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Muito bem! Nem mais! A Sr.ª Vera Braz (PS): — … sem rendimentos, sem acesso a cuidados, sem a vacinação. Foi este Estado,

sob a governação do Partido Socialista, graças ao caminho de crescimento económico e de redução da dívida pública, que respondeu com toda a sua força e capacidade.

Srs. Deputados, nestes momentos, também sabemos que já vêm rapidamente chamar a intervenção do Estado. E, Srs. Deputados, se o Partido Socialista continuar a governar, garanto-lhes que cá estará, para, mais uma vez, apoiar as nossas famílias e as nossas empresas.

Mas não serve só para crises. O Estado, no seu dia a dia, desempenha um papel fundamental para a promoção do crescimento e para o desenvolvimento económico.