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I SÉRIE — NÚMERO 39

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vindo a fazer, e, assim, demonstrar o respeito pelo impacto do setor não só na vida dos contribuintes, mas também, e sobretudo, na vida dos portugueses e das portuguesas.

Sr.as e Srs. Deputados, o Estado é acionista de um vasto número de empresas, nele se englobando as entidades públicas empresariais, chamadas «EPE», as sociedades comerciais integral e parcialmente detidas por si, bem como as empresas participadas. Como estabelecido na nossa Constituição, incumbe prioritariamente ao Estado promover o aumento do bem-estar social e económico e a qualidade de vida, promover a igualdade de oportunidades e a justiça social e assegurar a plena utilização das forças produtivas, zelando pela eficiência do setor público.

As empresas que integram o setor empresarial do Estado, enquanto instrumento importante de implementação de políticas públicas, desempenham um papel fundamental no cumprimento do interesse público, permitindo, desde logo: garantir a provisão de determinados bens e serviços essenciais, mitigando impactos negativos para a sociedade; contribuir para a regulação de setores de atividade, por motivos estratégicos de funcionamento do mercado ou de segurança; assumir um papel de relevo na dinamização do tecido empresarial, independentemente da sua dimensão e esfera geográfica de atuação; e acautelar especiais deveres em matéria de sustentabilidade nos domínios económico, social e ambiental.

O setor empresarial do Estado inclui empresas de diversos setores de atividade, destacando-se, desde logo, a saúde, que representa qualquer coisa como 30 %; os transportes e o setor financeiro, que representam, cada um deles, 11 %; e, depois, as infraestruturas, as águas, a agricultura ou a cultura. Diretamente detidas pelo Estado são mais de 140 empresas, e mais de 250 detidas indiretamente.

Feito este enquadramento, importa agora dar nota do desempenho económico e financeiro do setor empresarial, que em 2021 empregava qualquer coisa como 156 000 trabalhadores, representando 3,2 % do emprego nacional e 20 % do emprego público. O valor acrescentado bruto ascendia a 5,6 mil milhões de euros, ou seja, aproximadamente 2,6 % do PIB, em 2021.

Tendo por base os relatórios do setor empresarial do Estado, elaborados pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial, constata-se uma melhoria dos principais indicadores.

Em 2015, os resultados líquidos das empresas foram negativos, em cerca de 403 milhões de euros; e, em 2014, em cerca de 1600 milhões de euros, também eles negativos.

Já em 2019, e pela primeira vez em muitos anos, o setor empresarial do Estado conseguiu gerar resultados líquidos positivos, atingindo um valor de cerca de 180 milhões de euros. Em 2020, a pandemia trouxe grandes desafios para as empresas públicas, mas os anos de 2021 e 2022 já foram marcados por uma forte tendência de recuperação.

O desempenho financeiro do setor empresarial do Estado tem evoluído positivamente, e 2023 foi para as empresas públicas um ano de consolidação no regresso à normalidade da sua atividade. Isso mesmo mostram os dados, ainda que preliminares, do relatório do 3.º trimestre de 2023, também produzido pela UTAM.

O volume de negócios das empresas públicas cresceu cerca de 25 %, passando dos 8,3 milhões de euros, em 2022, para os 10 mil milhões de euros, em setembro de 2023; ou seja, com um aumento de cerca de 2000 milhões.

Os resultados operacionais foram positivos, passando de 390 milhões de euros, em 2022, para cerca de 1,6 mil milhões de euros, em 2023; ou seja, cerca de mais 1,2 mil milhões de euros, praticamente quadruplicando os resultados operacionais.

Os resultados líquidos são igualmente positivos, melhorando de 109 milhões de euros, em setembro de 2022, para cerca de 400 milhões de euros, em setembro de 2023; ou seja, com uma variação positiva de cerca de 300 milhões de euros.

O endividamento decresceu cerca de 7 %, passando de 105 mil milhões de euros, em setembro de 2022, para cerca de 97 mil milhões de euros, em 2023, o que equivale a uma variação absoluta negativa de cerca de 7000 milhões.

Importa dar nota de que esta evolução económica e financeira tem vindo a ser sustentada no modelo de governação do setor empresarial do Estado, que se encontra em linha com os princípios e as boas práticas internacionais de gestão das empresas públicas, seguindo as diretrizes emanadas pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), conforme foi reconhecido pelo Conselho das Finanças Públicas.