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II SÉRIE - NÚMERO 54

dos, como os jovens, as mulheres, os idosos e os deficientes; /) Adoptar instrumentos normativos que visem o fomento do «emprego potencial», entendido este como o conjunto de actividades que, embora não remuneradas de imediato, se apresentem como social ou mesmo economicamente necessárias ou, pelo menos, desejáveis;

g) Incrementar a intervenção dos serviços de em-

prego e formação profissional no ajustamento entre a oferta e a procura de emprego, designadamente tendo em vista favorecer a mobilidade geográfica dos activos e a transparência do mercado de emprego;

h) Reforçar a rede de centros de formação pro-

fissional, aos quais será dada uma valência regional, e dar início ao levantamento dos recursos humanos, estruturas e meios técnicos de formação profissional;

0 Reformular os sistemas de informação e orientação profissional, integrando a perspectiva do emprego e da educação;

/') Apoiar o lançamento de acções e criação de serviços de formação profissional no interior das empresas, garantindo a articulação com o sistema escolar.

6.4 —Cenários de evolução económica em 1981

Satisfazendo os objectivos económicos atrás indicados, poder-se-ão ensaiar várias hipóteses de projecções macroeconómicas para 1981.

A hipótese que a seguir se apresenta não é mais do que um quadro possível de adaptação à conjuntura envolvente interna e externa, de aproximação aos oitados objectivos e de coerência com o cenário base de médio prazo esboçado no capítulo 3.° Não se trata, pois, de estabelecer neste documento uma quantificação de metas para 1981, tarefa que há-de caber ao Plano propriamente dito, mas sim de dar uma imagem do que poderá ser a evolução da economia portuguesa no próximo ano.

Nestes termos, as variáveis macroeconómicas mais relevantes poderão ter, em 1981, os seguintes comportamentos previsionais:

a) O produto crescerá 4,8%;

b) O consumo crescerá cerca de 3,5 %, com o

consumo privado a evoluir a um ritmo aproximadamente duplo do consumo público;

c) O investimento produtivo (FBCF) crescerá

cerca de 10%, contribuindo o sector privado com +12%, o sector empresarial do Estado com +8% e o sector público administrativo com +9%;

d) As exportações e as importações de bens e

serviços crescerão ao mesmo ritmo de 7 %;

e) O défice da balança de transacções correntes

atingirá 62 milhões de contos (1,3 biliões de dólares);

f) A inflação evoluirá a uma taxa de 16%,

medfda pelo índice de preços no consumidor;

ç) O emprego crescerá em cerca de 80 000 postos de trabalho, o que permitirá reduzir o desemprego em cerca de 50 000 activos.

A ocorrência de um novo choque petrolífero poderá, no entanto, modificar substancialmente aquele cenário base. Assim, um crescimento do preço do petróleo de 25% em dólares —em vez de 15%, como é pressuposto no cenário base — ocasionará uma perda provável de 3 pontos percentuais nas razões de troca, ou seja, um aumento adicional de 200 milhões de dólares no défice da balança de transacções correntes.

Se se quisesse evitar este agravamento do défice, seria indispensável adoptar medidas moderadoras do crescimento da actividade económica, de modo a possibilitar um menor crescimento das importações em termos reais. A procura interna seria assim restringida, o que, inevitavelmente, levaria a pôr em causa o objectivo de crescimento de 10 % para o investimento.

Um outro cenário alternativo para 1981, traduzindo um comportamento menos favorável da procura externa e uma eventual desaceleração do ritmo de crescimento do investimento produtivo, designadamente do sector privado, conduziria aos números seguintes:

c) Produto —3,5%;

b) Consumo privado—+3,0%;

c) Consumo público — +2,0%;

d) Investimento (FBCF)— +8%;

e) Exportações—+5%;

f) Importações—+4,5%;

g) Défice da balança de transacções correntes —

1,2 biliões de dólares;

h) Inflação — idêntica ao cenário base.

QUADRO LXIII Despesa Interna

(Valores em milhões de contos)

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