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22 DE ABRIL DE 1981

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Em termos infra-anuais, refira-se que se espera que na segunda metade do ano o crescimento do produto nacional se faça a ritmo mais rápido do que na primeira, o que traduzirá uma certa recuperação da economia.

2 — As previsões formuladas para 1981, designadamente no que se refere à intensificação da produção nos últimos meses do ano, apoiam-se em vários pressupostos, sendo de destacar:

Não alteração das políticas monetária e fiscal; Não alteração do preço real das ramas de petróleo;

Aumento, a ritmo próximo de 20 %, do volume de compras à OCDE por parte da OPEP.

Estes pressupostos são de algum modo «frágeis». O mercado petrolífero continuará a ser marcado pela incerteza em 1981, embora se possa pensar que a quebra de 10% verificada na oferta mundial, em consequência do conflito entre o Irão e o Iraque, possa ser compensada de algum modo pelo aumento de produção dos restantes países da OPEP e pela redução da procura de energia primária por parte dos países da OCDE. A manutenção do preço real do petróleo, que decorre da evolução relativa do preço da energia importada e do preço dos produtos transformados exportados pela OCDE, a não se verificar, afectará negativamente as previsões para 1981. Relativamente ao pressuposto referido em terceiro lugar, note-se que o Iraque ocupa uma posição de destaque entre os países da OPEP compradores à OCDE. A guerra neste país determinará uma alteração desta situação. A não ser que outros países da zona intensifiquem as suas importações da OCDE, aquele pressuposto poderá estar comprometido.

3 — Para o conjunto da OCDE estima-se praticamente uma estagnação (-1- 0,3 %) da procura interna em 1980, contra o aumento de cerca de 4 % em 1979. Todos os países mostram sensíveis desacelerações da procura interna, exceptuando-se a Itália, país onde os níveis em 1979 e 1980 mais se aproximaram. Refira-se, contudo, que apenas nos Estados Unidos da América e no Canadá se espera ocorram diminuições efectivas dos níveis da procura interna em 1980.

Praticamente todas as componentes da procura mostraram uma evolução muito moderada em 1980 e, em particular, nos sete maiores países da OCDE. O investimento em habitação diminuiu em termos absolutos nestes países, mais marcadamente nos Estados Unidos da América (30 %), no Canadá (20 %) e no Reino Unido (14%). O consumo privado também enfraqueceu substancialmente em relação a 1979; no que respeita ao consumo público, manteve-se um aumento, fraco, sensivelmente igual ao do ano precedente.

A ocorrer alguma recuperação dos níveis da procura interna em 1981, tal deverá resultar sobretudo do comportamento do consumo privado. Nos sete países mais industrializados da OCDE os rendimentos disponíveis per capita deverão aumentar cerca de 1,5%, o que permite encarar uma retoma daquela variável. Por outro lado, também o consumo público poderá crescer mais marcadamente em 1981.

A formação bruta de capital fixo não deverá mostrar, em 1981, sintomas significativos de retoma. Admite-se, no entanto, que em alguns países possa ocorrer uma evolução favorável, sobretudo no que se refere aos investimentos relacionados com a construção de habitações.

4 — A situação pouco animada da produção em 1980 fez sentir os seus reflexos em termos do volume de emprego.

Neste domínio, a situação é diferenciada, consoante se considerem os pequenos países da OCDE ou os grandes países industrializados, sendo mais penosa para estes últimos.

Para o conjunto dos sete grandes países da OCDE, a taxa de desemprego passou de 5 % para 5,7 % em 1980 e as previsões indicam ainda um agravamento em 1981 (6,5 %). Em termos de países, aparecem em situação mais desfavorável o Canadá, a Itália, os Estados Unidos da América e o Reino Unido.

No Japão, a taxa de desemprego é a menor deste conjunto de países, tanto a estimada para 1980 (1,9%) como a prevista para 1981 (2,1 %).

Neste domínio, as perspectivas para 1981 não são favoráveis. A aceleração do ritmo de produção que poderá ocorrer no final do ano não deverá ser acompanhada no campo do emprego.

Também a produtividade, já de si com crescimento lento nos últimos anos, experimentou uma deterioração em 1980, mais fortemente marcada nos países da América do Norte e na Suécia.

QUADRO LVD OCDE — Taxas de desemprego

"VER DIÁRIO ORIGINAL"

Fonte: OCDE, CPE (80) 8.

5 — Após um máximo na taxa de inflação durante o l.° semestre de 1980, assistiu-se a um movimento mais moderado dos preços no consumidor, tendência que se admite possa continuar em 1981.

Utilizando como indicador o deflacionador do consumo privado, a taxa de inflação na zona da OCDE deverá rondar os 11% em 1980, podendo diminuir um ponto em 1981 (10 %).

Também neste domínio a situação de grandes e pequenos países é diferenciada. A tensão inflacionista foi mais forte em 1980 nos pequenos países da OCDE (14%) e continuará a sê-lo em 1981 (12%).

As previsões formuladas para 1981 partem do princípio de que não se alterara substancialmente em relação a 1980 o preço do petróleo. Um aumento do preço da energia importada afecta directa e indirectamente