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II SÉRIE — NÚMERO 18

meida, desta forma nem de outras já utilizadas, como os constantes apelos à polícia no sentido de intervenções ilegais, só conseguidas através de compa-drios de pessoas que o «servem», demover a vontade já expressa.

Apesar de tudo isto, os trabalhadores não se deixarão dividir e sabem que só com a sua unidade conseguirão os objectivos a que se propuseram, contando com a solidariedade já manifestada pelos camaradas da Portela.

Os trabalhadores têm razão!

Unidos venceremos!

Lisboa, 24 de Maio de 1983. — Os ORTs.

CONSELHO DE TRABALHADORES DA ZONA OCIDENTAL DE LISBOA

Na Progresso Mecânico a Luta Continua!

O Sr. Administrador Marques de Almeida quer cortar regalias aos trabalhadores a transferir para as novas instalações da fábrica na Portela da Ajuda.

O que exigem os trabalhadores?

Apenas que sejam utilizados critérios idênticos aos aplicados a trabalhadores já transferidos.

Mas o Sr. Marques de Almeida, de forma arbitrária e ilegal, tenta impor as suas decisões sem ouvir os trabalhadores e tentando pela via da força, intimidação, calúnia e recorrendo à PSP levar à prática, como no tempo do fascismo, as suas prepotências.

Os trabalhadores encontram-se paralisados e permanentemente junto das instalações da empresa há já 240 horas e continuam determinados até à vitória da sua justa luta.

O Sr. Marques de Almeida veio com a polícia, na tentativa de confrontações, mas não o conseguiu.

Agora aparece com o encerramento do refeitório, na tentativa de desmobilizar os trabalhadores, mas mais uma vez se engana.

Os trabalhadores têm tido apoio e solidariedade de várias empresas e da população local e contam com o reforço da solidariedade de todos.

Os trabalhadores terão garantidas as suas refeiçõesl

Tal como em lutas anteriores, chegarão apoios de vária ordem, desde artigos de mercearia até ao gás, para poderem confeccionar as refeições à porta da Fábrica, e a rua será o refeitório.

Os trabalhadores da Fábrica Progresso Mecânico têm razão!

Lisboa, 25 de Maio de 1983. — O Secretariado do Conselho de Trabalhadores da Zona Ocidental de Lisboa.

SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE LISBOA

Comunicado aos trabalhadores e à população

Porque lutam os trabalhadores da Fábrica Progresso Mecânico, de Francisco José Simões?

A Fábrica Progresso Mecânico é uma empresa do sector da metalurgia ligeira, fabricando produtos de boa aceitação no mercado interno e com grande expansão no mercado externo.

Laboram na empresa cerca de 500 trabalhadores, distribuídos por 2 fábricas, situadas em Santo Amaro e na Portela da Ajuda, e ainda com um departamento comercial na Rua do Comércio, em Lisboa.

A situação vivida na empresa é deveras preocupante para os trabalhadores. A administração espezinha todos os dias os direitos fundamentais dos trabalhadores, desde a liberdade sindical a regalias sociais instituídas r.o CCTV da metalurgia. São exemplo disso a assistência inadiável aos seus familiares e o subsídio de acidentes de trabalho, entre outros.

Entretanto a administração resolveu unilateralmente transferir os trabalhadores de Santo Amaro para a Portela da Ajuda, não criando as condições de trabalho mínimas para que estes possam trabalhar em condições normais.

Em situações anteriores, na transferência de alguns trabalhadores, foram garantidos por parte da administração os seus direitos fundamentais, ou seja, as deslocações que são devidas aos trabalhadores de acordo com a lei e o CCTV.

A administração da FPM é a responsável pela situação criada nc empresa, muito particularmente na pessoa do Sr. Engenheiro Marques de Almeida, que tem sido o «ponta de lança» da administração, na tentativa de retirar direitos e regalias que os trabalhadores conquistaram através de grandes lutas após o 25 de Abril.

Perante todos estes acontecimentos, os trabalhadores têm-se mantido firmes e unidos na defesa dos seus postos de trabalho e das suas condições de vida, repudiando todas as tentativas intimidatórias que a administração, através do seu «ponta de lança», tem tentado pôr em prática na empresa.

Os trabalhadores da FPM vão continuar firmes na sua luta até verem satisfeitas as suas justas reivindicações e que, de uma vez por todas, sejam banidas da empresa posições que têm mais a ver com o 24 de Abril, ou seja, o regime fascista. O que estes senhores pretendem é o regresso ao passado, não aceitando o regime saído do 25 de Abril de 1974 e as transformações daí decorrentes.

Esta situação que se vive na Progresso Mecânico, em que os trabalhadores já efectuaram 72 horas de luta pelas suas justas reivindicações, não pode ser desligada da situação mais geral que se vive no nosso país e que os trabalhadores repudiaram nas eleições realizadas em 25 de Abril último, ou seja, a derrota de uma política que não serve o País nem os trabalhadores.

Os trabalhadores, através do seu movimento sindical unitário, sempre manifestaram vontade em discutir e analisar os graves problemas existentes nas empresas, bem como os grandes problemas nacionais, no entanto, não estão dispostos a aceitar medidas, venham elas donde vierem, que ponham em causa os seus legítimos direitos e interesses.

Contra a fome e a repressão, os trabalhadores resistem!

Contra as arbitrariedades da administração da FPM! Nós temos a força e a razão; a administração tem a repressão.

A luta vai continuar.

Lisboa, 26 de Maio de 1983. — A Direcção.