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II SÉRIE — NÚMERO 85

A Comissão de Agricultura e Mar deslocou-se ao concelho de Coruche, a convite da Câmara Municipal.

Iniciou-se a visita com uma reunião com o executivo, Associação de Regantes e representantes dos agricultores e com a ausência da Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste, em que nos foi dada pelas entidades presentes uma panorâmica do concelho de Coruche. De entre todos os problemas salientamos as cheias do rio Sorraia e seus afluentes, que produzem graves prejuízos, quer económicos, quer sociais, a este concelho, que é essencialmente agrícola.

Em primeiro lugar constatámos que, devido a vários organismos —DGEHA e DH do Tejo— intervirem no rio Sorraia, torna-se difícil a coordenação dos trabalhos de regularização do rio, com a agravante de que as cheias obrigam a autarquia local a avultados dispêndios, quer económicos, quer humanos, para se repararem os estragos.

Da parte da tarde, visitámos locais, tais como Fa-jarda, Erra, Escusa e Couço, para nos inteirarmos dos estragos que as últimas cheias produziram.

Também visitámos a fusão de cooperativas da Volta do Vale, unidade colectiva que se dedica à bovinicul-tura, quer de carne, quer de leite, e, entre várias culturas, às do tabaco, milho, trigo, batata e hortícolas, exploração esta que nos pareceu extraordinariamente bem gerida, podendo considerá-la de nível europeu.

A Comissão de Agricultura e Mar sugere, com o fim de haver um melhor aproveitamento de verbas, que seja formada uma comissão, em que tomem parte todas as entidades —autarquia local, Ministtério da Agricultura, MES, MAI, Associação de Regantes e representantes dos agricultores —, com o fim de se proceder, o mais rapidamente possível, ao estudo dos trabalhos julgados necessários para a regularização do rio Sorraia.

Palácio de São Bento, 6 de Março de 1985.— A Deputada Relatora, Maria Ângela Pinto Correia. — O Presidente da Comissão de Agricultura e Mar, Álvaro Favas Brasileiro.

Relatório da visita da Comissão de Agricultura e Mar à União de Cooperativas Abastecedoras de Leite a Lisboa

Visita, a convite da comissão de trabalhadores, à União de Cooperativas Abastecedoras de Leite a Lisboa— UCAL, no dia 6 de Fevereiro de 1985, pela Comissão de Agricultura e Mar, da Assembleia da República, composta pelos Srs. Deputados:

CDS — Armando Domingos de Oliveira;

PCP — Custódio Jacinto Gingão e Álvaro Brasileiro (presidente da Comissão);

PSD — Gaspar Pacheco, Guerreiro Norte e Joaquim dos Santos Costa;

PS — João de Almeida Eliseu, Francisco Augusto de Sá Morais, Luís Vaz, Luís Cacito, Ferdinando Gouveia, Ângela Pinto Correia e M. Fontes Orvalho.

A visita à União de Cooperativas principiou pelo conhecimento do funcionamento do complexo de Águas de Moura (Setúbal), de que foi iniciada a sua

construção em 1972, tendo sido calculado para receber 300 0001 de leite por dia, e para uma área social muito maior à presente, em que receberia o excedentário de outras organizações leiteiras. Neste momento recebe 350 000 1 de leite por semana ou 70 0001 por dia, conjuntamente com o excedente do complexo fabril de Sete Casas (Loures). O leite recebido é oriundo das áreas sociais das cooperativas agrícolas dos concelhos de Almada, Coruche, Évora e Setúbal, tendo saído recentemente da União as cooperativas agrícolas de Mafra e Santarém, que representavam 25 % do total do leite recebido.

Nos anos de 1977/1978 o consumo de leite era já significativo, mas, devido a não haver uma grande capitação, o que provocava um excelente de leite, originou que a UCAL adquirisse uma linha de engarrafamento e de tratamento de leite —leite esterilizado—, com um ano de validade, que custou, em termos financeiros, cerca de 210 000 contos. Esta linha de tratamento de leite é tecnicamente do mais avançado, pois tem fabrico próprio da garrafa (3200 garrafas/hora), sendo auto-suficiente. Aqui o leite sofre um tratamento térmico de 45 minutos, para que se faça a sua esterilização. A outra linha de produção é referente ao leite ultrapasteurizado, ou mais vulgarmente designado por UHT, que custou à UCAL 80 000 contos. Brevemente vai começar a trabalhar o leite UHT achocolatado, mas em embalagens de tetrapac para alternar com o vasilhame de vidro. A UCAL trabalha também aqui em Águas de Moura para o IASE, com uma produção de 100 000 I.

Na época de carência de leite recorre a UCAL à elaboração do leite recombinado, a partir de leite em pó, o que acontece nos meses de Julho, Agosto e Setembro.

Devido ao equipamento existente neste complexo fabril, a mão-de-obra é reduzida, sendo somente necessárias 72 pessoas distribuídas por 3 turnos em época de plena laboração.

Complexo de Sete Casas, Loures

Esta unidade fabril apresenta uma menor operacionalidade, pois está mais envelhecida tecnologicamente, mas, quanto à direcção da UCAL, apresenta-se mais rentável.

O leite aqui recebido é em potes (não refrigerado, mas quente) e também em tanques refrigeradores. A produção de leite do dia é de 18 000 l/hora.

Nesta unidade trabalham também no fabrico de manteiga, mas foi na reestruturação da linha de fabrico de iogurtes, com o adquirir de equipamento com o fabrico de embalagens, que a direcção apostou para uma maior rentabilidade económica da empresa.

Aqui trabalham 320 pessoas, incluindo pessoal administrativo.

A Comissão de Agricultura e Mar reuniu, no fim das visitas às unidades fabris, com a direcção da União de Cooperativas, com o director técnico e com a comissão de trabalhadores, da qual se tiraram as seguintes conclusões:

A direcção da UCAL acredita na viabilidade económica do sector cooperativo. Tem desen-

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