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4 MAIO DE 1985

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volvido esforços para que o capital social fosse aumentado, o que aconteceu em 50 000 contos, apesar de as cooperativas agrícolas que formam esta União estarem numa situação de descapitalização;

Uma das suas preocupações é também que o pagamento à produção esteja sempre actualizado e que o complexo de Águas de Moura seja totalmente utilizado, pois estão presentemente 1 milhão de contos investidos, estando a pagar cerca de 132 000 contos de juros por ano;

A comissão de trabalhadores alertou os deputados desta Comissão para a grave situação financeira, pois neste momento são de 12 000 contos por mês ou de 132 000 contos por ano, como foi também referido pela direcção da UCAL, os encargos financeiros, o que provoca uma situação economicamente insuportável;

Pediu a intervenção desta Comissão junto da SET para o desbloquear de uma verba que o IFADAP tem retida, no valor de 150 000 contos, por indicação da SET, resultado de novo pedido de projecto de viabilização da empresa em alternativa ao que foi apresentado, pois não concorda com as medidas propostas no referido projecto. Foi também indicado que os trabalhadores estão conscientes da situação financeira da empresa e que, mediante essa consciencialização, prescindiram durante 6 meses da actualização dos seus salários, que são em média cerca de 30 800$, e constatou-se que os índices entre o montante da venda e o montante de salários é de 65 %.

Palácio de São Bento, 14 de Fevereiro de 1985.— A Relatora, Maria Ângela Duarte P. Correia. — O Presidente, Álvaro Favas Brasileiro.

Relatório da visita da Comissão de Agricultura e Mar a Seia

Ao convite formu'ado pela Câmara Municipal de Seia à Comissão de Agricullura e Mar para se deslocar a Seia no dia 16 de Fevereiro de 1985 para assistir à feira do queijo daquele concelho somente foi possível responder com a presença dos Srs. Deputados Abílio Mesquita Guedes (PSD) e Alexandre Reigoto (CDS), ambos elementos da referida Comissão.

Na recepção dos convidados operada nos Paços do Concelho de Seia, tive oportunidade de explicar a ausência do Sr. Presidente da Comissão e dos outros Srs. Deputados elementos da Comissão e agradecer à Câmara Municipal de Seia, na pessoa do seu presidente, o convite.

Seguidamente, procedeu-se à abertura da feira com a prova de queijo, cujo montante devia rondar as 30 t.

Após esta cerimónia, foi possível o primeiro contacto com os donos dos rebanhos e os técnicos daquele concelho.

Mostraram-se particularmente preocupados com o acesso dos seus rebanhos às terras mais aptas e pro-

pícias para o pastoreio, ou seja, as áreas mais ricas de flora própria, que, no seu entender, nem sempre é possível, dado o seu mau estado ou a sua inexistência.

Manifestaram muito interesse na zona demarcada do queijo da serra, pois é necessária para salvaguardar a boa qualidade dos queijos, pedindo que esta Comissão acelerasse os mecanismos necessários para que que tal lei seja efectivamente uma realidade a curto prazo.

Agradeceram a representação da Comissão naquela feira e naquele concelho, pois, segundo eles, é um 2c*o louvável que só dignifica a Comissão de Agricultura e Mar, por inspirar e dar confiança aos interessados no fabrico de queijo, aos que se dedicara já ao amanho da terra para dela retirar benefício que, em cada caso, lhes oferece e incentivar outros na formação de associações, dinamizando os incrédulos e indecisos.

O segundo encontro processou-se após a fundação de uma associação de ovinicultores daquele concelho e naquele dia.

Mostraram igualmente interesse na criação da região demarcada do queijo da serra e não esconderam uma certa inquietação e preocupação, pois os obstáculos a enfrentar e a resolver serão muitos porque muitos são os problemas dos ovinicultores, a maior parte originados pela descapitalização dos mesmos.

Quanto à presença da Comissão de Agricultura e Mar na sua feira do queijo e na sua terra, disseram: «A maior parte das pessoas não gostam dos deputados, porque só os vêem na televisão, desconhecendo o seu trabalho e o seu interesse em resolver os nossos problemas. Nós agora ficamos com uma ideia diferente, pois a vossa presença aqui nesta feira e junto de nós demonstrou-nos que estais connosco, que quereis e desejais também não só sentir mas também ver o nosso trabalho e ouvir as nossas mais prementes dificuldades e necessidades. Da maneira atenta como fomos ouvidos e tudo tendo observado, não nos restam dúvidas que tentareis ajudar-nos».

Como resposta foi-lhes dito que tudo o que tinha ouvido, visto, apreciado e observado seria transmitido, em pormenor, à Comissão de Agricultura e Mar, que ali representava, e que era minha convicção que iria ter em conta os seus desejos, defendendo-os, como o vem fazendo noutros assuntos respeitantes à agricultura, ou seja, na defesa dos agricultores e de todos aqueles que se dedicam ao amanho e exploração da terra. Que não pensassem que a lei, por si só, agradaria a todos. A demarcação da região, depois de aprovada, seria regulamentada e era nesse regulamento que deviam concentrar toda a sua atenção, tendo em vista a defesa dos seus interesses.

Todos os actos previstos decorreram impecavelmente, quer no aspecto organizativo, quer no disciplinar e hospitalidade.

Tal só foi possível mercê da capacidade e competência do Sr. Presidente da Câmara, nosso colega, que ali demonstrou quanto é estimado e respeitado, pela dedicação e honestidade com que tem dirigido aquele concelho.