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II SÉRIE — NÚMERO 92

concreto a essa forma diversa de participação, que é muito mais activa e envolvente do que muitas vezes pode ser equacionado.

Havia ainda muito a dizer, mas está a verificar-se um problema nesta sessão: são sempre as mesmas pessoas a falar. Sobretudo são as mesmas pessoas a falar e as mesmas pessoas que falam muito e muitas vezes, devo dizê-lo, entendo que não dizem quase nada. Como julgo poder correr esse mesmo risco, vou concluir aqui a minha intervenção, esperando que mais pessoas possam falar e sobretudo que mais pessoas possam dizer outras coisas, porque a maior parte do que aqui ouvimos já está hoje muito ouvido.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Pedro Oliveira, da Associação dos Escuteiros de Portugal.

O Sr. Pedro Oliveira (Associação dos Escuteiros de Portugal): —Tal como o Carlos Coelho, vou falar de pé porque, se falasse sentado atrás das muitas publicações que me têm sido oferecidas, desaparecia.

Risos.

Quero fazer um aparte à Mesa no sentido de saber se não está na disposição de distribuir uns sacos de plástico para transportar todas estas publicações.

Risos.

Como foi dito pelo Carlos Coelho na primeira intervenção, é extremamente difícil responder-se à pergunta: «o que é ser jovem?» O próprio jovem acaba por não saber o que ele próprio é, acabando também por não conseguir responder a essa pergunta. Chegamos, assim, à situação de falarmos em jovens que, eles próprios, não sabem o que são. O jovem, hoje em dia, está sozinho: o jovem tem problemas no ensino, cada vez mais existem problemas a nível familiar, e o jovem encontra-se só. Há que dar apoio aos jovens, não só aos jovens não organizados como às organizações juvenis. Nós, organizações juvenis —neste caso organizações não partidárias —, sentimo-nos, de certo modo, extremamente desamparados. Isso faz com que actualmente tenhamos uma grande dificuldade na mobilização dos jovens voluntários com idade superior a 20 anos, que serão os que nas nossas organizações irão ter o papel de educadores. Isto faz com que os nossos quadros de educadores vão envelhecendo, e quanto mais velhos eles forem maior será a tal guerra, ou batalha, entre gerações, entre o educador e o educando.

Em nossa opinião é extremamente importante que se criem centros para jovens, onde o jovem possa procurar o outro jovem amigo; que se criem e se façam encontros de jovens, sob vários temas, como o desenvolvimento comunitário, a ecologia. Estas formas de união dos jovens talvez possam fomentar o associativismo juvenil, e então teremos uma forte acção do associativismo juvenil.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o representante da Juventude Monárquica.

O Sr. João Paulo Gaspar (Juventude Monárquica): — Estive a ouvir as intervenções que aqui foram produzidas durante a parte da tarde, uma vez que

não pude estar presente de manhã, e o que se vai

seguir são apenas alguns apontamentos, algumas ideias, que entretanto me surgiram.

Foi com bastante interesse que ouvi algumas das intervenções, como por exemplo a que colocava a questão do referendo e a opinião do Jorge Ferreira, que subscrevo inteiramente e é extraordinariamente importante.

Outra questão de que se falou muito aqui foi a da participação dos jovens. Face a essa questão, a nossa resposta é «sim». Inclusivamente, falou-se em participação a nível político e a nossa resposta torna a ser «sim». Uma das alternativas referida foi a da participação a nível local e autárquico: a nossa resposta continua a ser «sim». Mas uma dúvida se levanta: participar, como? Participar com que meios? Ê necessário haver uma real descentralização e regionalização. Não tem havido coragem, por parte dos poderes políticos, para actuar nessa área, com a apresentação de propostas concretas. Fala-se muito em regionalização, mas sempre que se chega à altura de resolver um problema concreto, normalmente o problema encalha e não se resolve.

Ora, contra uma ideia centralizadora de poder, actualmente vigente na prática senão na teoria, compete aos jovens — imbuídos que estão, ainda que mais ou menos adormecidos, das noções de dignidade humana, de valor do indivíduo — lutar pela implementação de formas de autogoverno, nomeadamente ao nível local e autárquico, nível educativo, etc.

De qualquer modo, é necessário criar objectivos para que a energia própria dos jovens esteja aproveitada. E a forma de interessar os jovens na sociedade é oferecer-lhes formas concretas de intervenção e, mais do que isso, a possibilidade de a sua actuação produzir resultados concretos e positivos. Quem melhor do que nós, associações políticas e não políticas de juventude, para o fazer? É preciso que se tenha a coragem de admitir a mudança e inverter a presente via de intervenção, isto é, a das cúpulas para as bases. E isto, a todos os níveis, desde o cultural ao governativo, passando pelo nível partidário. É este o desafio que se nos depara. Saibamos enfrentá-lo e vencê-lo.

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Jorge Ferreira.

O Sr. Jorge Ferreira (Juventude Centrista):—Desejo dar uma breve nota de informação ao António Eloy, porque não gosto que fique com dúvidas no espírito, para se aquietar quanto às reacções do CDS relativamente ao problema do referendo. O CDS acaba de entregar na Assembleia da República um projecto de lei destinado a instituir o referendo nacional, uma vez que o referendo local está já consagrado na Constituição. Portanto, quanto a isso pode ficar descansado. Talvez não o possa ficar relativamente a outras pessoas que gostam de defender o referendo, mas que depois, na prática, inviabilizam a sua discussão.

O Sr. Presidente:—Tem a palavra o Sr. Alfredo de Abreu, da Intercultura.

O Sr. AEfredo de Abreu (Intercultura): — O meu nome é Alfredo de Abreu e não estou aqui a represen-