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II SÉRIE — NÚMERO 92

é o nosso. Não vou tecer considerações sobre o que aqui foi dito, porque penso que as que foram feitas chegam e sobram. O que gostaria de referir aqui, numa pequena intervenção, eram os temas que deviam ter sido abordados de uma forma mais concreta. Nós não estávamos a pensar participar hoje, mas apenas ver o que se iria passar para participarmos amanhã e no dia seguinte.

De qualquer forma, e hoje mais do que nunca, penso que as organizações de juventude, que são aquelas que pugnam por interesses que dizem exclusivamente respeito aos jovens, têm um papel importantíssimo na dinamização deles, tentando mostrar-lhes que é possível a resolução desses problemas mesmo que demorem 9 anos a ser resolvidos, como foi o caso do Estatuto dos Objectores.

Levanta-se aqui um problema que é o seguinte: por muito boa vontade que as organizações de juventude tenham em dinamizar e em mobilizar as pessoas para os problemas específicos, sofrem nesta Assembleia uma acção de desgaste constante, não tendo eu conseguido compreender até hoje se por incompreensão ou por interesses. O que é certo é que se não se fizer, o mais rapidamente possível, uma descentralização e regionalização do poder e da participação efectiva penso que não se vai a lado nenhum. Isto porque no actual sistema —e posso dizê-lo por experiência própria— os problemas que aqui se põem trazidos de todas as partes do País chocam com um escudo ou com qualquer coisa que não consigo explicar sem que se consiga resolver nada. É muito aborrecido estarmos a vir aqui constantemente expor o problema, mobilizar as pessoas lá fora e ficar tudo em «águas de bacalhau».

Em relação às outras organizações que estão aqui neste momento a assistir, o que lhes proponho é o seguinte: apesar da morosidade da resolução dos problemas, não desistam, continuem a trabalhar nas questões específicas a que se dedicaram porque mesmo que passem 9 ou 50 anos alguma coisa se há-de resolver!

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Fernanda Garcia da Associação para a Promoção Cultural da Criança.

A Sr.0 Fernanda Garcia (Associação para a Promoção Cultural da Criança): — Queria apenas dizer uma breve nota em relação àquilo que o Alfredo Abreu disse relativamente aos jovens que estão lá em cima com os estatuto de observadores e não de participantes como nós aqui. Ouvi já dizer a alguns deles que estavam um pouco desiludidos por terem também coisas para dizer e não o poderem fazer. Alguns deles tiveram, além disso, de sair mais cedo, porque tinham alguns problemas em encontrar residências, visto que estão numa cidade estranha e não conhecem muitas coisas. Penso que é de tecer um voto de louvor, não só aos que ficaram, mas aos que foram embora e voltarão amanhã, por terem tido o trabalho de vir da província até aqui com dificuldades económicas e de transporte e por estarem interessados e dispostos a ouvir os nossos debates.

Aplausos dos participantes e dos observadores.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Paulo Martins da Associação de Escuteiros de Portugal.

O Sr. Paulo Martins (Associação de Escuteiros de Portugal): — Já foi aqui dito, por diversas vezes, que cabe um papel importante às associações juvenis. Resta saber como é que elas poderão agir. Penso que seria mais produtivo, em futuras realizações deste tipo, tentarmos deixar estas generalidades políticas e pequenas querelas e passarmos a pontos concretos de discussão. Há muito a fazer a nível comunitário e local, havendo que definir o que é que cada um pode fazer concretamente em cada organização juvenil.

A nossa associação está com bastantes esperanças no futuro do CNJ, a nível de intercâmbios de experiências e de projectos e peço aos membros das organizações políticas que nessas alturas ou em futuras realizações deste tipo esqueçam um pouco os manuais políticos e tragam projectos concretos, coisas que se possam debater, palpáveis, donde possam sair acções concretas em que cada um possa participar.

Como já disse no início, resta saber o que é que as organizações juvenis poderão fazer. Ê fácil dizer que o desenvolvimento da participação dos jovens passa pelas organizações juvenis. Estamos conscientes de que o desenvolvimento dessa participação terá de ser aberto e nunca fechado. Gostávamos de ver exemplos concretos disto.

Ê também fácil dizer que as organizações juvenis tem um grande papel a desenvolver. Mas de que meios e instalações elas dispõem? Falo não só pela minha associação, mas também por aquelas que conheço a nível nacional, quer as associações de estudantes, quer os grupos de teatro, porque penso que isso é sentido a vários níveis.

Outro problema importante por que nos batemos actualmente é a falta de meios para proceder à formação de jovens líderes e animadores. Julgo que talvez fosse possível encontrar programas comuns a certos níveis para quase todas as organizações juvenis. Não sei se as políticas entrariam num esquema destes, mas pelo menos as não políticas e não partidárias talvez se pudessem encontrar. Isso seria um grande incentivo à participação e uma forma de a conseguirmos alargar.

Outro problema que nos toca são as dificuldades de transporte. Como é que poderemos levar os jovens do interior ao litoral e vice-versa? Como poderemos levar as nossas propostas, capacidade de acção e transmitir as nossas boas vontades a esses jovens?

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Restam-nos ainda 50 minutos do tempo que tínhamos inicialmente destinado para esta sessão.

Tem a palavra o Sr. José Adriano Borges de Carvalho, presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Regional dos Açores.

O Sr. José Adriano Borges de Carvalho (Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Regional dos Açores):— Sr. Presidente, Srs. Jovens, Amigos: Não sei se a minha participação terá grande cabimento numa reunião destas. No entanto, como fui convidado e sendo o tema bastante aliciante, penso que seria talvez oportuno deixar duas ou três ideias sobre aquilo que penso dever ser o papel da juventude na transformação social.