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II SÉRIE — NÚMERO 36

exemplo é o Departamento Juvenil Franco-Germânico, criado em 1963, e que tem sido primordial para tornar a Alemanha Federal o país mais popular entre os franceses e a França o país mais popular entre os alemães federais, apenas 40 anos após a última guerra. Também são analisadas duas outras iniciativas transatlânticas recentes. A primeira foi criada pelo Presidente dos Estados Unidos e a segunda é uma iniciativa legislativa conjunta do Congresso dos Estados Unidos e do Bundestag Alemão.

Capítulo IV — Como melhorar o diálogo político. — Concentra-se em algumas recomendações que o relator pensa poderem melhorar o modo de comunicar aos jovens a aplicação prática da democracia. Os dirigentes políticos deviam fazer um esforço para tornarem a política acessível aos jovens que pretendam seguir essa carreira. As decisões relativas à defesa, a serem apoiadas pela nova geração, devem ser tratadas do mesmo modo que outros tipos de decisões: a responsabilidade tem de ser o lema. Os compêndios escolares e os cursos devem também contemplar temas de defesa, tanto nacional como da Aliança. Os programas de intercâmbio devem ser reforçados e o relator sugere que um período durante o cumprimento do serviço militar (ou durante o primeiro ano de serviço de jovens soldados e oficiais nos países em que não existe serviço militar obrigatório) seja passado nos efectivos de um país aliado. Consciente da necessidade de respeitar a soberania nacional, o relator sugere que as associações voluntárias devem ser as principais estruturas de diálogo com a nova geração. A flexibilidade e imaginação destas estruturas voluntárias não têm substituto a nível de serviços governamentais.

INTRODUÇÃO

1 — Nos finais dos anos setenta, os responsáveis pela política, tanto na Europa Ocidental como nos Estados Unidos, foram ficando cada vez mais preocupados com a transferência de poderes que se estava a processar de uma geração para a outra e com o possível impacte dessa mudança na Aliança Atlântica. Antes do final deste século, europeus e americanos nascidos depois da Segunda Guerra Mundial — os membros da nova geração— ocupação a maior parte dos cargos de chefia nos seus países. Estes jovens dirigentes possuem uma experiência formativa completamente diferente da dos seus pais. Eles cresceram numa época caracterizada pela prosperidade e pela estabilidade política e têm a tendência para tomar por dados adquiridos organizações como a Comunidade Económica Europeia e a Aliança Atlântica. Estudos especiais e sondagens da opinião pública mostram que a maior parte deles conhece pouco sobre as raízes e antecedentes destas instituições e sobre as dificuldades por que passaram os seus pais (').

2 — A experiência formativa de cada ser humano influencia a sua atitude em relação à sociedade e também o seu modo de encarar a política. Indubitavelmente, os acontecimentos mais importantes da história mundial, tais como uma guerra ou uma grave crise económica, influenciam uma geração e, consequentemente, modificam a sua faceta política. Notamos, por exemplo, uma atitude perfeitamente dis-cernível entre as pessoas que eram jovens durante

a guerra do Vietname, nos Estados Unidos ou durante as guerras coloniais e a descolonização, nos países europeus. Esta geração tem uma percepção dos assuntos internacionais mais idealista, muitas vezes rotulada de irrealista e impraticável. Esta é a geração que está a assumir o poder.

3 — Ê demasiado linear considerar que a atitude diferente da nova geração em relação à sociedade é irrealista, negativa ou destrutiva, como muitas vezes acontece. Ê de extrema importância para uma organização como a Aliança Atlântica conseguir compreender de forma clara e sem preconceitos a atitude da nova geração, da qual, num futuro, sairão os seus dirigentes.

4 — Há vários anos que os responsáveis pela política e as instituições atlânticas, de ambos os lados deste oceano, detectaram o problema da nova geração e desde então têm vindo a trabalhar no sentido de melhorar a avaliação que a nova geração faz da Aliança Atlântica. Na 35.a Sessão Anual da Assembleia do Atlântico Norte, realizada em Otava em Outubro de 1979, a então Comissão para a Educação, Assuntos Culturais e Informação criou um grupo de trabalho para estudar a forma como a juventude estava a ser informada sobre a política internacional em geral e os assuntos atlânticos em particular, e para apresentar sugestões em relação a uma linha de actuação apropriada para melhorar a avaliação que a nova geração faz da Aliança Atlântica. Em 1981, este grupo de trabalho foi transformado num subcomité, tendo o Sr. Joseph-Roland Comtois, do Canadá, como seu primeiro relator.

5 — O problema da nova geração é um dos aspectos de uma questão mais geral, conhecida por relação transatlântica. Esta questão foi detalhadamente estudada, tanto no ano transacto como neste ano, pelo Subcomité para a Nova Geração. Nos Estados Unidos, já há vários anos que instituições como o Atlantic Council of the United States (Conselho Atlântico dos Estados Unidos) e a United States Information Agency (Agência de Informações dos Estados Unidos) começaram a trabalhar no problema da nova geração e na melhoria das relações transatlânticas, mesmo antes da formação do nosso subcomité, concentrando-se na avaliação que a nova geração faria dos interesses e dos valores morais e cívicos comuns às sociedades democráticas. Ê evidente que os nossos amigos americanos abriram o caminho nesta área.

6 — Diz-se que a Europa Ocidental e a América do Norte se estão a afastar. Muitos políticos e jornalistas apontam para as tendências neutrais, pacifistas e antiamericanas claramente perceptíveis nos últimos anos, especialmente no movimento pacifista. Outros apontam para o «novo patriotismo» nos Estados Unidos e para o desgaste provocado pelas frustrações resultantes do comprometimento com a Aliança e crêem que estes acontecimentos constituem um importante incentivo para a «viragem para o Pacífico» dos Estados Unidos. Qualquer que seja a verdade existente nestas afirmações, é da maior importância obter uma percepção do desenvolvimento da relação transatlântica — como o Subcomité para a Nova Geração tem tentado fazer— e tomar medidas para corrigir estas tendências.

7 — Face a estes problemas, vem a propósito o facto de este relatório se destinar à Sessão de Outono da Assembleia do Atlântico Norte a realizar em