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II SÉRIE — NÚMERO 36
poderiam cumprir uma parte do serviço militar num país da Aliança que não fosse o seu próprio. Isso contribuiria para melhorar a compreensão internacional no seio da Aliança e para fortalecer a indivisibilidade da defesa da Aliança: ensinar-se-ia aos jovens soldados e recrutas que, ao defenderem o seu próprio país, estão a defender a Aliança. Deste modo, eles compreenderiam que a Aliança se destina a defender o seu próprio país.
E) O papel das associações voluntárias
80 — As associações voluntárias podem desempenhar um papel importante na informação do público e na organização de determinados projectos, sendo a sua participação essencial para o sucesso do diálogo político, indubitavelmente, as associações voluntárias têm grandes vantagens em comparação com os organismos públicos e semipúblicos. Operam de modo flexível e rápido, gozam de grande credibilidade em consequência do seu estatuto privado e independente e podem actuar como um eficiente elo de ligação entre os responsáveis pela política e os jovens. Tal facto ficou demonstrado pelo sucesso obtido pelo Comité Atlântico Norueguês e People and Defence ao comunicarem a necessidade da Aliança ao público do seu país. Nos Estados Unidos a experiência recente da campanha publicitária do Comité Atlântico dos Estados Unidos, cujo financiamento é essencialmente proveniente de fundos privados, é outro exemplo do papel das associações voluntárias. Os comités atlânticos nos países membros da NATO são uma importante via de comunicação com o público. O seu papel na informação do público, e especialmente dos sectores mais jovens, sobre segurança internacional e política da NATO deveria ser reconhecido e — onde e quando possível — aumentado.
81—Obviamente, as condições variam consideravelmente de país para país. Cada um possui a sua identidade, a sua posição geográfica, o seu passado histórico e a sua própria organização sócio-política. O que possuem em comum, no entanto, é uma reserva de boa vontade entre os seus cidadãos. As organizações privadas diferem enormemente mas muitas desempenham um importante papel na apresentação da Aliança ao público.
CONCLUSÃO
82 — Todos os países membros da NATO têm as suas necessidades e problemas específicos em relação à juventude e nunca foi intenção do Subcomité para a Nova Geração pressionar a aplicação de medidas semelhantes em todos os países da Aliança. Pelo contrário, para que o diálogo político tenha êxito é necessário estudar cuidadosamente as necessidades e os problemas específicos de cada país. Nos últimos cinco anos, o Subcomité tem tentado detectar a verdadeira natureza do problema da nova geração. O Subcomité concluiu que —felizmente— as coisas não são tão dramáticas como podemos ser levados a crer com base na cobertura dada pelos órgãos de informação e que o problema da nova geração é mais político que de formação: o problema da nova geração é basicamente um problema de diálogo político.
83 — Ao descrever as questões e ao fazer as inúmeras recomendações, o relator apenas tentou clarificar
um complexo fenómeno político. Não pretende fazer crer que tem uma fórmula para o sucesso. No entanto, espera ter indicado a direcção certa na qual os responsáveis pela política e as associações voluntárias dos países membros da NATO deverão continuar & acção que a Assembleia do Atlântico Norte considera essencial para o futuro da Aliança.
(') Stephen F. Szabo, The Successor Generation: International Perspectives of Postwar Europeans, Londres, 1983.
(J) Cf. «Opinion roundups, «Values: generations apart», in Public Opinion, Dezembro/Janeiro de 1984, p. 37.
('), Comissão das Comunidades Europeias, Comission Memorandum, Junho de 1985.
O Comissão das Comunidades Europeias, The Young Europeans: an explanatory study of 15-24 year olds in EEC countries, Dezembro de 1982.
O «Opinion roundup», art. cit., p. 26.
(') Comissão das Comunidades Europeias, Eurobarometres, 3-22, 1975-1984, e The Young Europeans.
(') Cf., por exemplo, Michel Richard, «Surprise: les jeunzs 's'engagent'», in Le Point, 2 de Abril de 1985.
(s) Cf., por exemplo, Louis-Gilles Trancoeur, «Les jeunes placent en priorité le désarmement et la dépollution», in Le Devoir, 29 de Dezembro de 1984, e Jean Bothorel, «Les jeunes pour 'une autre politique'», in Le Figaro, 27 de Março de 1985.
( ) por exemplo, «Les jeunes placent en priorité le désarmement et la dépollution», art. cit., e Jacques Julliard, «Jeunes: la love-polilique», in Le Nouvel Observateur, 15 de Fevereiro de 1985.
(") Cf., por exemplo, «Jeunes: la love-politique», art. cif., e «A new breed of aetivism», in Newsweek, 13 de Maio de 1985.
(") The Young Europeans, ob. cit., p. 91.
( ) «Les jeunes pour 'une autre politique'», art. cit.
(") «Opinion roundup», art. cit., p. 31.
(") Idem.
(") Ct., por exemplo, idem, pp. 24 e 28. Os resultados são idênticos no Norte da Europa.
O6) Idem, p. 29, e Olivier Duhamel, «L'évolution des dis-sensus trançais», in SOhKES, Opinion Publique, 1984, Paris, 1984, pp. 133-160.
(") Cf., por exemplo, «La France et son environnement international», in SOFRES, Opinion Publique, 1984, ob. cit., pp. 241-256.
(la) The Successor Generation: Internationl Perspectives of Postwar Europeans, ob. cit., pp. 170-173, e Stephen F. Szabo, «The successor génération», in The Atlantic Aliance — Perspectives from the Successor Generations, Alan Piatt, ed. (Santa Monica: The Rand Corporation, 1983), pp. 45-57.
(") Attitudes of the American Public and Selected Opinion Leaders Related to Foreign Policy, estudo Gallup realizado para o Conselho de Chicago sobre Relações Externas, Fevereiro de 1983.
C) «The successor génération», art. cit., pp. 54-57.
(3I) The Young Europeans, ob. cit., pp. 62-65.
(") International Herald Tribune, 30 de Maio de 1985.
(a) OECD Observer, n.° 135, Paris, OCDE, Julho de 1985, pp. 27-28.
(") Flora Lewis, «A moral duty Among nations», in Internationa/ Herald Tribune, 10-11 de Novembro de 1984.
(») World Debt Tables 1984-1985, Banco Mundial.
(*) The State of the Environment, OCDE, Paris, Junho de 1985.
(") Cf., por exemplo, Henri Amoureux, «Les jeunes — avoir vingt ans en 1984», in SOFRES, Opinion Publique, 1985, Paris, 1985, pp. 263-270.
(a) Sidney Hook, «Education in defense of a free society», in Commentary, vol. 78, n.° 1, Julho de 1984, pp. 17-22.
(") Lawrence Feinberg, «William Bennett: proponent of a worldly view», in International Herald Tribune, 26 de Maio de 1985.
(M) David Instance, «Continuity and change» in OECD Observer, n.° 132, Paris, OCDE, Janeiro de 1985, pp. 11-13.
(") Cf., por exemplo, SOFRES, Opinion Publique, 1984, ob. cit., pp. 253-254.
O Relator, Fernando Pereira de Sousa (Portugal). Secretariado Internacional, Outubro de 1985.