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28 DE FEVEREIRO DE 1986

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o Greenpeace e o World Wildlife Fund, os quais, apoiados por um grande número de jovens e recorrendo a vários métodos, têm repetidamente vindo a acentuar a extensão e as implicações do problema ecológico nos últimos anos. Os partidos políticos ligados à ecologia («verdes») que emergiram em vários países membros da NATO são a expressão política das ideias de um determinado sector da juventude. Estes jovens ainda constituem a maioria dos dirigentes e apoiantes destes partidos. Outros partidos mais conservadores também se voltaram para a questão ecológica, alargando assim a sua área de captação da juventude.

43 — Um dos maiores perigos ecológicos que o mundo industrializado enfrenta hoje é o da chuva ácida. Não se sabe bem o que é nem o que faz e, consequentemente, existe urna certa relutância em actuar. Relatórios de várias instituições, tanto na Europa como na América do Norte, sublinham o facto de que o tempo escasseia e que se deve empreender uma acção imediata. No entanto, embora se saiba como controlar a chuva ácida, os governos parecem actuar lentamente e até agora poucas acções construtivas e concertadas foram empreendidas. Esta inacção é dificilmente compreendida pelos jovens de hoje, mas será ainda mais difícil de compreender para as gerações futuras.

44 — No Ocidente, tanto o interesse político como o interesse público relativamente ao meio ambiente aumentaram claramente nos últimos anos, e um número considerável de regulamentos e inovações tecnológicas foram introduzidos para tentar resolver o problema. No entanto, a luta contra a poluição continua a não ser uma tarefa fácil. Temos de aceitar o facto de que existem diferenças sociais, económicas e políticas entre os países afectados e, consequentemente, à luta contra a poluição não é dada a mesma prioridade em todos eles. Contudo temos de nos compenetrar de que a poluição é um problema que não se detém na fronteira. Assim, torna-se necessária uma maior consciencialização da extensão e das implicações do problema ecológico e uma cooperação mais estreita — não apenas na Europa mas, de preferência, entre nações de ambos os lados do Atlântico— para a sua resolução. Para fortalecer a confiança da nova geração nas prioridades e capacidades das sociedades democráticas ocidentais, os jovens deveriam ser informados não apenas sobre o próprio problema ecológico mas também sobre os esforços das democracias ocidentais para o combaterem e os resultados até agora alcançados. Os políticos deveriam compreender que a questão ecológica não é apenas o domínio de grupos de acção e de partidos políticos «verdes», mas que as gerações futuras nos julgarão, entre outras coisas, pelo modo como preservámos o nosso meio ambiente.

D) As conquistas das democracias no domínio do ensino

45 — O ensino é, sem dúvida, outra área de particular interesse para os jovens. O desenvolvimento das universidades, o aumento dos anos de escolaridade e. a expansão do ensino superior tornaram mais fácil para os jovens melhorar as suas habilitações no campo da educação. O número de pessoas que beneficiam de formação escolar aumentou consideravelmente nos últimos anos. Contudo, não é segredo que os níveis de educação baixaram porque não foi prestada a aten-

ção necessária ao modo como os sistemas educacionais se devem ajustar ao aumento do número dos seus beneficiários. Um dos resultados desta tendência tem sido a f rus tacão de quantos completaram os seus cursos secundários ou superiores. Tendo crescido na convicção de que conseguiriam arranjar um emprego, muitos jovens sofreram enormes desilusões ao descobrirem a competição que têm de enfrentar depois de terminarem os estudos, corolário inevitável da democratização do ensino. O presente relatório já referiu este problema e o perigo da crescente indiferença motivada pelas disparidades entre as aspirações e as rear lidades.

46 — Na maior parte das democracias, esforços intensos estão a ser desenvolvidos de modo a adaptar os sistemas educacionais ao grande número dos seus beneficiários e às exigências das sociedades em rápida transformação, nas quais os computadores desempenham um papel cada vez mais importante. Infelizmente, as conquistas e os esforços das democracias no campo da educação são muitas vezes considerados pela população mais jovem como dados adquiridos ou encarados com cepticismo. As recentes restrições orçamentais no campo do ensino, motivadas pela crise económica, foram muitas vezes interpretadas pelos jovens como um atentado a um direito inalienável e conduziram a protestos. O que se impõe como forma de evitar essas demonstrações de protesto e assegurar o diálogo é, em primeiro lugar, tentar explicar aos jovens as conquistas das democracias ocidentais no campo do ensino. Um melhor conhecimento destas conquistas facilitará a apreciação de novas decisões e progressos, que —uma segunda tarefa para os políticos e instituições educacionais— deverão também ser explicados de modo mais eficaz que anteriormente.

47 — Nas democracias ocidentais muitos esforços estão a ser desenvolvidos para adaptar os sistemas educacionais à alteração das condições sociais e económicas. Confrontados com o desemprego juvenil e com a notória insatisfação dos jovens quanto ao valor profissional da sua educação (26), muitos políticos e instituições educacionais têm acentuado a necessidade de um ensino prático e técnico. Em si mesma, tal intenção é não só compreensível como razoável. Ao mesmo tempo, porém, as escolas deviam ser protegidas contra a flutuação dos padrões educacionais e salvaguardada a sua principal função: salientar as qualidades de cada indivíduo, transmitir dados e o máximo possível de sabedoria e formar os espíritos dos jovens de modo a> poderem constituir os alicerces de uma sociedade livre e responsável C). O ensino tem responsabilidades na procura de soluções para o problema do desemprego; isto não significará elaborar novos cursos ou reordenar prioridades tendo como único critério a «vantagem» de emprego imediato.

48 — No ano passado, num relatório criticando publicamente os programas de estudos clássicos das universidades americanas, William J. Bennett, actual Se-crerary of Education (Ministro da Educação dos Estados Uunidos), escreveu:

A essência dos cursos ministrados pe/as universidades americanas deveria ser constituída pelo estudo da civilização ocidental, fonte das mais poderosas e generalizadas influências sobre toda a população americana. Não é, de modo algum,