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28 DE FEVEREIRO DE 1986

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a política militar parece muitas vezes ser a excepção a esta norma. A imagem que muitos jovens têm do bloco de Leste é a de um império misterioso onde as decisões são tomadas de modo enigmático. Deve-se evitar a todo o custo dar esta mesma imagem relativamente às decisões sobre a defesa no Ocidente.

C) O papel do ensino secundário

73 — O ensino é, sem qualquer dúvida, o mais efectivo meio de comunicação política. Temos de compreender, porém, que os sistemas educacionais em todos os países membros da NATO têm as suas próprias características de organização. Além disso, os sistemas educacionais são ciosamente protegidos em todos os países membros da NATO, o que torna difícil influenciá-los do exterior. Contudo, o relator pensa que poderão ser tomadas algumas medidas.

74 — Hoje em dia, o ensino reveste-se de múltiplas formas, mas a escolaridade ainda é o principal elemento. O ponto chave, porém, é o estádio em que a socialização política dos futuros cidadãos se começa a desenvolver. O ensino primário é dirigido a crianças que estão a começar a compreender o mundo que as rodeia. Ê inconcebível que se pretenda, nesta fase, consciencializá-las para questões políticas. A simples tentativa constituiria uma aproximação aos métodos usados nas sociedades totalitárias. Poderá fornecer-se às crianças mais jovens uma informação superficial sobre os acontecimentos da história nacional mas apenas numa perspectiva da sua integração na sociedade adulta. Quanto ao ensino mais avançado, ele destina-se, especialmente na Europa, a jovens que já adquiriram alguns conhecimentos políticos e que geralmente já fizeram as suas opções básicas, às quais se cingirão para o resto da vida. Qualquer acção que tenha por objectivo a integração dos jovens na sociedade adulta deve, por conseguinte, concentrar-se no ensino secundário, fase de formação da consciência política dos jovens. É evidente que a politiquice deverá ser evitada a todo o custo.

75 — Os esforços deverão ser canalizados para o conteúdo dos programas educacionais do Ocidente, embora se tenha de compreender que o modo como os textos são utilizados é, por vezes, tão importante como o seu conteúdo. O relator considera positivos os esforços que estão a ser feitos em vários países da NATO para se obter um equilíbrio entre as ciências e os estudos clássicos nos programas educacionais e para o aumento da atenção relativamente à educação cívica. Estas recentes iniciativas provam que esta é a altura ideal para expressarmos as nossas opiniões e para o fazermos com mais vigor que até agora. Os parlamentares —especialmente os que estão a trabalhar numa base bipartidária— deveriam prestar atenção às deficiências existentes nos livros e programas escolares. Não têm de tomar decisões em vez das autoridades ligadas ao ensino, mas têm o direito, como representantes eleitos do povo, de criticar e exercer o controle por meio da pressão da opinião pública. Se a Aliança não é referenciada nos livros e programas escolares, ou se a realidade é referida de forma inexacta, os parlamentares têm um papel vital a desempenhar, especialmente quando se procede à votação dos orçamentos para o ensino. é do conhecimento geral que o financiamento do ensino, mesmo

nos países com um sistema educacional privado, provém em grande parte de fundos públicos. No caso de o financiamento não se fazer a nível nacional, cabe aos parlamentares desempenhar um papel em benefício dos seus eleitores. De qualquer modo, deveriam ser tomadas medidas para coordenar a pressão parlamentar e a pressão exercida pelas associações, recorrendo, sempre que possível, aos organismos estatais com interesses convergentes específicos neste domínio. Os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa são dois exemplos que imediatamente nos ocorrem.

76 — Através da imprensa ou da informação geral que recebem, os professores deveriam ser mais consciencializados para os aspectos políticos e militares da Aliança. Uma vez que não é possível estabelecer o contacto com todos os educadores, os esforços deveriam centrar-se em dois grupos de dirigentes de opinião com particular influência: os dirigentes de associações ou sindicatos de professores e os autores de livros de textos destinados ao ensino secundário. A estes dois grupos não deveria apenas ser fornecida ume vasta e objectiva informação escrita; deveriam ser convidados a visitar a NATO, a SHAPE e os Ministérios nacionais dos Negócios Estrangeiros e da Defesa. Naturalmente, as associações voluntárias, como é o caso dos comités atlânticos, têm um papel a desempenhar neste aspecto. A experiência dos comités para o ensino dos comités atlânticos nacionais é particularmente útil. Estes comités congregam representantes de organizações juvenis e pessoas mais velhas com cargos de responsabilidade, unindo assim uma experiência variada numa tarefa comum. O aumento da cooperação com a Direcção de Informação da NATO e com os serviços nacionais de informação de política externa e de defesa poderia alargar consideravelmente a função informativa destes comités.

77 — As visitas a países comunistas também são muito educativas e as escolas podiam, em alguns casos, considerar a hipótese de levar alguns alunos a visitá-los. Ê geralmente um bom meio para abrir os olhos em relação aos resultados comparativos das sociedades livres e dos regimes comunistas.

D) Programas de intercâmbio

78 — Os programas de intercâmbio são uma boa forma de fortalecer a compreensão internacional e a confiança dos jovens na sociedade democrática ocidental e na cooperação da Aliança. Vários exemplos foram já citados de programas de intercâmbio juvenil em países da NATO, de modo a fornecer ao Subcomité informação sobre a organização e financiamento destes programas e os resultados obtidos até agora. O intercâmbio juvenil poderia ser alargado através de um aumento do envolvimento de políticos, da cooperação com organizações privadas e de maior financiamento de sectores privados e ou públicos. As companhias de aviação deveriam ser incentivadas no sentido de reduzirem os preços das tarifas para os jovens participantes em programas de intercâmbio transatlânticos. Várias companhias de aviação importantes já reduziram as suas tarifas, contribuindo assim grandemente para a redução dos elevados custos destes intercâmbios.

79 — Uma vez que o presente relatório também se destina às autoridades da NATO, consideramos apropriado sugerir c - — :~\ci'~ \2i intercambie organizado de jovens soldados e recrutas. Estes jovens