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II SÉRIE — NÚMERO 36

possível que os estudantes compreendam a sua sociedade sem estudarem a herança intelectual que lhe foi deixada (M).

David Istance, do Departamento de Educação e Ensino da OCDE, escreveu em Janeiro do corrente ano:

[...] as implicações sociais das mudanças tecnológicas não podem ser entendidas nem os períodos mais longos de lazer podem ser aproveitados criativamente sem os conhecimentos adquiridos pelo estudo das ciências humanas, das artes e das culturas clássicas. As necessidades de conhecimentos das sociedades contemporâneas não podem ser reduzidas a especialidades restritas í29).

49 — As opiniões acima expressas ilustram a tendência crescente nas democracias ocidentais. Os políticos e as instituições educacionais introduziram programas de reforma acentuando a importância da educação cívica e tendo por objectivo um maior equilíbrio entre as ciências —ensino técnico e prático— e as letras — línguas e literaturas, história, arte e filosofia. Em França, os planos anunciados em Maio último pelo Ministro da Educação, Jean-Pierre Chevènement, conduziram a uma mudança nos programas de ensino. As escolas francesas concentram-se agora de novo na leitura, na escrita e na aritmética e a educação cívica foi reintroduzida como tema obrigatório nas escolas. Nos Estados Unidoe, no seguimento de um movimento de «retomo às bases» ao nível das escolas preparatórias e secundárias, uma onda de reformas curriculares está a mudar radicalmente o ensino que os estudantes universitários americanos irão ter nos próximos anos. Também em Portugal, uma democracia relativamente jovem com graves problemas económicos, a necessidade de alterações fundamentais nos programas educacionais tem vindo a ser detectada e várias propostas relativamente a essas alterações já foram apresentadas no corrente ano. Estas mudanças são muito auspiciosas e indubitavelmente contribuirão para uma maior confiança na sociedade democrática ocidental e —mais indirectamente — pára uma valorização do papel da Aliança Atlântica como o melhor meio de defesa dessa sociedade.

cu — Exemplos de programas de intercâmbio Juvenil bem sucedidos

50 — Os programas de intercâmbio juvenil são um dos principais meios de consciencialização da nova geração para as semelhanças existentes entre as sociedades democráticas ocidentais. Por conseguinte, eles contribuem para melhorar a apreciação da Aliança Atlântica por parte da nova geração. Ê praticamente impossível estabelecer com precisão o impacte destes programas. No entanto, o grande número de testemunhos obtidos mostra que uma estada num país estrangeiro durante a juventude proporciona uma perspectiva pessoal mais ampla, prova praticamente conclusiva de que estes programas são benéficos.

51 —Os jovens são especialmente receptíveis a novas experiências, interessados em viajar pelo estrangeiro e em conhecer novas pessoas. Os períodos de estudo no estrangeiro proporcionam um importante complemento à educação que recebem no seu próprio país. Os que têm ambições ou interesses políticos po-

dem beneficiar imenso com uma estada no estrangeiro, e é importante notar, a este respeito, que vários membros do Parlamento ingleses dão a licenciados universitários americanos a oportunidade de trabalharem com eles durante um certo período. Este tipo de intercâmbio é valioso e merece ser incentivado. Obviamente, esquemas menos ambiciosos, como visitas aos quartéis-generais da NATO e SHAPE, podem também trazer bons resultados. No entanto, o relator gostark de se concentrar nalguns exemplos de programas de intercâmbio juvenil.

A) O Departamento Juvenil Franco-Germánico (OFA|)

52 — O Departamento Juvenil Franco-Germânico (Office Franco-Allemand pour la Jeunesse) foi a única instituição prevista pelo Tratado de Cooperação Franco--Germânico de 22 de Janeiro de 1963. O OFAJ foi criado por acordo assinado pelos respectivos Ministros dos Negócios Estrangeiros em 5 de Julho de 1963. O Presidente francês Charles de Gaulle e o Chanceler alemão federal Konrad Adenauer desejavam dar uma importância particular ao Tratado apelando aos jovens para trabalharem em prol da amizade franco-germâ-mca. Depois de três conflitos graves ao longo de 70 anos, estes chefes compreenderam que a restauração de uma amizade duradoura entre os dois países dependia sobretudo das atitudes das respectivas juventudes. O OFAJ teve por missão estimular e promover, em larga escala, encontros e cooperação entre os jovens dos dois países.

53 — Ficou provado que o OFAJ tem bastante sucesso. Desde 1963, um número superior a 4 milhões de jovens tomou parte em mais de 90 000 actividades promovidas pelo OFAJ nos dois países. Em 1984, 120 000 jovens de França e da República Federal da Alemanha participaram em 5300 programas de intercâmbio subsidiados pelo OFAJ. A actividade do OFAJ cstcndc-sc para além do campo do trabalho juvenil e abrange todas as áreas que envolvem a junventude, como, por exemplo, a escola, a universidade, a vida laboral, as cidades gémeas e as organizações juvenis e desportivas. Os intercâmbios revestem-se das mais variadas formas, desde encontros de crianças das escolas, estudantes, aprendizes e jovens profissionais até visitas de estudo e de trabalho a um determinado país. O trabalho do OFAJ também engloba a promoção do ensino extracurricular de línguas, treino de professores e pesquisa pedagógica, bem como o fornecimento de informações sobre intercâmbios e sobre o respectivo país aliado.

54 — Para além de subsidiar os programas franco--germânicos organizados por quase todas as instituições ligadas ao ensino e à aprendizagem extracurricular e vocacional nos dois países, o OFAJ também contribui com encorajamento e conselho. Os intercâmbios juvenis franoo-germânicos servem para unir não só os jovens de todas as camadas sociais mas também os jovens representantes do campo político e industrial, dos meios de comunicação e das artes. Existem também programas de treino para jovens dirigentes. Já há alguns anos que os programas do OFAJ foram abertos a jovens dos países da Comunidade Europeia. Contudo, foi decidido que o número de programas incluindo participantes de terceiros países não deverá exceder 5 % de todos os programas realizados no período de um ano.