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28 DE FEVEREIRO DE 1986

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São Francisco, uma importante cidade da América e situada na costa do Pacífico. É importante realçar, na costa cestc dos Estados Unidos, que uma boa relação transatlântica c essencial para os Estados Unidos, no seu todo. Além disso, é óbvio que a coesão da Aliança 6 uma grande preocupação não apenas para os países membros da NATO mas também para a Ásia e para a América do Sul, pelo importante papel da NATO na manutenção da paz e estabilidade no mundo.

8 — O relator está perfeitamente consciente de que existe, evidentemente, um risco inerente ao examinar a no- a gerrção como um grupo homogéneo. Ê óbvio que a nova geração não é igual em cada um dos dezasseis países da Aliança, e mesmo dentro de um único país há diferenças consideráveis. Do mesmo modo, os indicadores a que temos acesso, quantitativos ou outros, representam apenas dados em bruto cobrindo uma infinita variedade de diferenças. Porém, este relatório final não pretende ser um estudo académico detalhado, mas antes um estímulo à acção. Qualquer análise dos dados mais gerais, ao nível de um mero relatório, tornaria efectivamente a questão tão complexa e confusa que seria impossível tirar dela qualquer ensinamento político. O relatório final ver-se-ia, deste modo, impossibilitado de cumprir o seu papel, que se resume na proposta de recomendações de natureza política. O relator está também consciente do facto de que, devido a várias diferenças subtis entre países, a implementação em cada país membro da NATO de todas as medidas recomendadas neste relatório é impossível. No entanto, está plenamente convicto de que estas diferenças não devem constituir obstáculo a uma melhor compreensão do problema da nova geração ou, pelo menos, à implementação diversificada das medidas recomendadas para solucionar o problema.

I — A juventude e a politica

9 — A juventude dos nossos dias é muitas vezes caracterizada como descontente com a sociedade moderna, pessimista e mesmo niilista. Diz-se que os problemas políticos e económicos, como o desemprego, a corrida ao armamento, a poluição e a racismo, provocam o medo do futuro e uma forte sensação de inutilidade numa grande parte da juventude. Um número demasiado grande de jovens — de acordo com os mesmos observadores— volta-se para as drogas e para o álcool ou tenta criar um mundo melhor, juntando-se a novos movimentos ou seitas religiosas. Outros, segundo se crê, voltam-se para o protesto violento numa tentativa para mudar a sociedade por meios radicais. Ê este o quadro que nos é oferecido da juventude dos nossos dias tal como muitas vezes surge nos meios de comunicação. As acções espectaculares de pequenos grupos de jovens constituem notícia de primeira página e servem apenas para fortalecer esta imagem. Uma análise mais atenta da juventude actual mostra que esta imagem negativa é muito distorcida e que necessita ser corrigida se desejamos fazer justiça à realidade.

A) A geração do desemprego?

10 — A atitude dos jovens face aos problemas que enfrentam na sociedade moderna é muitas vezes carac-

terizada tanto como totalmente indiferente ou como dramaticamente radical em comparação com a atitude da geração mais velha. Ê óbvio que os problemas que se deparam aos jovens de hoje são muito sérios. Após um longo período de crescimento e prosperidade, as economias das sociedades ocidentais começaram a enfraquecer em meados dos anos setenta. Um dos efeitos mais marcantes desta recessão global foi uma deterioração da posição sócio-económica dos jovens. Presentemente, o desemprego ainda está largamente espalhado e mesmo em crescimento em vários países membros da NATO, sendo os Estados Unidos uma notável excepção. Tanto nos Estados Unidos como nos países da CEE, cerca de 38 % dos desempregados têm menos de 25 anos. Dos 48 milhões de jovens dos países da CEE com idades compreendidas entre os 15 e os 25 anos, 5 milhões estão desempregados, dos quais um milhão e meio há mais de um ano. A maior parte dos 18 milhões de jovens que possui um em-nrego tem poucas hipóteses de escolha no mercado laboral e está impossibilitada de desenvolver ao máximo o seu potencial. Alguns grupos estão ainda em maior desvantagem: as mulheres jovens (entre as quais a taxa de desemprego é superior a 22 %, contra 20 % para o sexo oposto), os filhos de emigrantes e os jovens deficientes í.1). Está provado que uma boa educação já não é garantia para a obtenção de um emprego e de uma posição respeitável na sociedade e que as alterações do ensino em vários países ainda não contribuíram para uma solução satisfatória deste problema.

11 — Face aos números acima indicados, dificilmente nos surpreendemos por o desemprego constituir a principal preocupação da juventude. Entre os jovens existe uma correlação quase exacta entre a idade e o medo do desemprego: quanto mais jovens são mais sentem que o desemprego é provável. Além disso, segundo Os Jovens Europeus, um estudo efectuado a pedido da Comissão das Comunidades Europeias, o número de jovens europeus que considera o desemprego como provável aumentou notoriamente entre 1978 e 1982. Ainda segundo o mesmo estudo, as perspectivas profissionais e materiais desempenham um papel particularmente importante no índice de «satisfação com a vida» estabelecido pelo estudo (4). A situação no Canadá e nos Estados Unidos é idêntica: «ter um emprego» é sempre a preocupação dominante dos jovens. Existe uma contradição evidente entre a importância que as sociedades democráticas dão, em teoria, à iniciativa privada e as expectativas dos jovens do ponto de vista do trabalho. Um facto saliente a este respeito é que nos Estados Unidos o grupo etário compreendido entre os 18 e os 24 anos tinha uma maior confiança no sistema de iniciativa privada em 1982 que em 1978, mas este mesmo grupo estava mais sensível à perspectiva da perda de emprego (5).

12 — Quando nos vemos confrontados com estas informações, sentimo-nos tentados a concluir que a juventude dos anos oitenta é menos optimista e idealista que a juventude dos anos sessenta e setenta e que está a cair na indiferença ou a lançar mão da violência. No entanto, os estudos efectuados não corroboram esta conclusão e mostram que as condições que presentemente afectam a juventude não têm consequências sócio-políticas dramáticas óbvias. As aná-