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II SÉRIE — NÚMERO 100

Evolução do «cash-flow» operacional e dos resultados líquidos

fio* contos)

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As conclusões fundamentais que se podem extrair dos valores apresentados são claras:

a) A verificação de valores do cash-flow operacional sistematicamente negativos indica:

A completa inviabilidade económica da empresa;

A gravidade do sucessivo adiamento de decisões de fundo sobre a CNP, que tem conduzido a um progressivo agravamento da dívida (uma vez que as receitas correntes da exploração não cobrem as despesas' dessa própria exploração);

b) A total falência técnica da empresa, evidenciada por uma situação líquida que, em quatro anos, passa de 4,8 milhões de contos negativos para 114 milhões de contos negativos;

c) A manter-se a situação, o Estado terá:

De substituir-se à empresa no pagamento dos encargos associados à dívida;

De injectar anualmente os fundos necessários para compensar o cash-flow operacional negativo;

De, a médio prazo, proceder a substanciais injecções de fundo para reparar ou substituir os equipamentos que se forem degradando ou tornando tecnologicamente obsoletos.

De notar ainda que:

A CNP tem obtido valores do cash-flow operacional negativos apesar de comercializar os polímeros no mercado interno a um preço superior aos preços europeus, situação que tem prejudicado as indústrias a jusante, e que não é defensável manter face à integração de Portugal na CEE, com o consequente agravamento das perspectivas da CNP. Aquela diferença de pre-

ços tem sido de 20 % a 17 %, e terá de ser reduzida em consequência do programa de desarmamento de protecções aduaneiras, apresentado em anexo; A situação real da empresa ainda é agravada pela acelerada degradação das suas instalações fabris, provocada pelo regime de paragens sucessivas, que conduzirá à antecipação da necessidade de reparar e substituir os equipamentos e instalações, envolvendo verbas vultosas que a empresa não possui nem pode gerar.

2 — Dada a situação e as perspectivas da CNP serem, já nos finais de 1982, preocupantes, foi elaborado um estudo na sequência do Despacho n.° 46/83 dos Secretários de Estado das Finanças e do Planeamento, que ficou concluído em Agosto de 1983.

Este estudo previa, a preços constantes de 1983, os seguintes valores de resultados de exploração antes de amortizações e de encargos com a dívida (cash-flow operacional) para o complexo CNP+EPSI:

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A empresa considerava então que este cenário era pessimista, pois julgava poder haver um aumento da margem entre preço dos produtos e preço da matéria--prima.

Os autores do estudo foram de opinião que, se não se verificasse a médio prazo uma alteração ao facto de o complexo não autofinanciar a sua exploração corrente, se devia encarar a hipótese do seu encerramento total ou parcial.

3 — No seguimento do despacho dos Secretários de Estado das Finanças e da Indústria de 11 de Outubro de 1983 foi constituído um grupo de trabalho que elaborou um estudo previsional para um período mais alongado (dez anos). Este estudo baseou-se em números que foram produto de uma reflexão conjunta das principais hierárquicas da CNP e da EPSI, dirigidas pelos respectivos presidentes dos conselhos de gerência.

Os resultados previstos neste estudo foram ainda mais optimistas do que os previstos no estudo referido no ponto anterior, pois estimava-se que o cash-flow operacional fosse sempre positivo, tanto para a CNP como para a EPSI.

No caso da CNP, previam-se os seguintes valores do cash-flow operacional, a preços constantes de 1983:

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