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II SÉRIE — NÚMERO 72

informação local, quisemos saber se havia razão para esta moção de protesto. Por isso contactámos o presidente da Câmara.

O Dr. Albino Brito de Matos, sem titubear, disse--nos logo entender que sim.

Na sua opinião, «o intitulado jornal de Resende/contra Resende não é órgão de informação dos munícipes de Resende, mas, antes, de deformação de mentalidades, porque insinua, confunde e perturba, visando denegrir a actividade dos órgãos democráticos eleitos, bem como as pessoas que os constituem, especialmente a minha pessoa, na qualidade de presidente da Câmara».

Questionado sobre se haveria uma explicação para o caso, disse-nos que o «seu director, bem como o seu pai, notário deste concelho, estão de relações cortadas comigo».

Mas isso são questões pessoais ...

«Assim deveria ser, na verdade. Na campanha eleitoral das últimas eleições autárquicas, de Dezembro de 1985, tivemos oportunidade de tudo explicar às populações com a máxima clareza.

Ora, uns tantos, muito poucos, entre eles, o referido director do intitulado jornal de Resende/contra Resende, e o seu pai, que foram apoiantes de uma lista de independentes, que envergonhados, se encostaram ao CDS, nunca aceitaram a derrota que sofreram naquelas eleições:

Daí que o mesmo jornal se tenha encarregado de satisfazer caprichos pessoais, de espalhar ódios, quezílias e confusão.»

Brito de Matos prossegue: «daí a crítica constante mordaz e destrutiva aos órgãos autárquicos e aos seus titulares, querendo sempre atingir de um modo especial a minha pessoa.

Daí que, a propósito do orçamento da Câmara Municipal/87, tenha falado, em primeira página, no «buraco» da Câmara de 220 000 contos, lançando a confusão nas populações.

Buraco de 220 000 contos

Mas, afinal e para clarificar, que significa esse buraco de 220 000 contos, de que tanta gente já fala e não entende ...

«Ainda bem que deseja que eu explique aquela expressão 'buraco da Câmara' usada pelo jornal de Resende/contra Resende e sua autarquia. E clara a intenção deste jornal com aquela bombástica expressão. Pretendeu-se lançar a confusão nos leitores menos avisados.

Na verdade, tal expressão já levou a pensar a certos leitores menos prevenidos que o presidente da Câmara terá feito um desvio de 220 000 contos.

Claro que alguns, os tais poucos que não sabem perder, riem-se cínica e maliciosamente, à gargalhada, com o resultado previsível da insinuante expressão, outros, a maioria das pessoas, entristecem-se com o negativismo do jornal.»

Mas há ou não buraco de 220 000 contos?

«Não há qualquer buraco. Devemos esclarecer que a CMR elaborou o seu plano de actividades e o seu orçamento no mês de Outubro/86, para o ano de 1987, por isso, quando era desconhecida a verba atinente ao fundo de equilíbrio financeiro. Conhecia, no entanto, o projecto do Governo quanto às verbas do FEF, que eram muito superiores àquelas que vieram a ser apro-

vadas pelo Orçamento do Estado. Desta forma, como se evidencia, não podíamos deixar de inscrever obras previsíveis, tendo em conta também verbas previsíveis.

E, assim, o falso buraco consiste pura e simplesmente em terem sido aprovados no plano de actividades e no orçamento obras de valor superior à verba que mais tarde veio a ser atribuída.»

Quer isto dizer, se bem entendemos, que a Câmara, embora tenha mais obras previstas, vai realizar menos. Vai apenas gastar, de harmonia com as verbas que tem ao seu alcance?

«Exacto.»

Não houve má previsão

Sobre uma possível má previsão, que nos parece ter havido, o chefe do executivo de Resende assegura que não, pois a Câmara não desvirtuou a essência do que é um orçamento. Tal documento é uma previsão, um plano de intenções ...

Por isso, é que «nenhum pecadilho foi cometido pelo executivo».

Assim, diz o presidente, o «intitulado jornal de Resende/contra Resende não tem qualquer razão em falar no buraco da Câmara, como razão não tem para tentar achincalhar a Câmara, a propósito de um requerimento na Assembleia da República pelo deputado centrista João Morgado, sobre o gasóleo fornecido a um empreiteiro».

Esclarecendo-nos o caso do gasóleo, numa Câmara onde a «gestão é transparente», adiantou-nos nada haver de anormal. Apenas se facultou a determinado empreiteiro, com obra feita da empreitada, com autos de medição, e sem facilidade de crédito no posto de abastecimento local. Por outro lado, como era necessário andar com as obras e a Câmara não tinha disponibilidade de tesouraria, facilitou o fornecimento de gasóleo, com requisições, assinalando a obra a que se destinava, descontadas depois no pagamento dos trabalhos, sendo toda a documentação presente ao Tribunal de Contas.

Brito de Matos lamenta que o «deputado centrista João Morgado, a reboque do jornal de Resende/contra Resende, tenha tempo para se intrometer, abusivamente, na gestão da Câmara Municipal de Resende, revelando a mais inadmissível e crassa ignorância, e não saiba intervir, como seria seu dever, na Assembleia da RepúbSica, em desfavor dos problemas para que foi e«eiío».

PS goste Êe efar bebe cnÊaztta

Mas, continua o presidente da Câmara, ao «falarmos deste senhor deputado, lembramo-nos também do senhor deputado socialista Raul Junqueiro, que igualmente gosta de dar a sua mãozinha ao intitulado jornal de Resende».

No entender de Brito de Matos estranha-se o excedo de zelo, na medida em que do mesmo modo, «a reboque do intitulado jornal e por consequência do seu director, o deputado em causa tenta intrometer-se na vida interna do poder local de Resende».

Porém, «afirmamos não temer qualquer inspecção à nossa Câmara, estando sempre preparados para a receber, porque tranquila está a nossa consciência e trans-

parentes são os nossos actos».