O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

754-(142)

II SÉRIE — NÚMERO 37

providências tencionava adoptar para a «reposição da legalidade democrática» face ao parecer da Procuradoria-Geral da República.

A 3 de Novembro assinalava a NP o seu primeiro aniversário com um beberete, que serviu de cenário ao anúncio da informatização, para muito breve, da agência.

Alguns dias depois o Conselho de Informação para a ANOP reunia com Anselmo Rodrigues e os representantes dos trabalhadores apelavam aos deputados para que incluíssem no orçamento suplemantar uma verba que garantisse à Agência condições de funciona: mento.

Quase no fim do mês o conselho de gerência da ANOP lançava um apelo quase dramático ao secretário de Estado da tutela, onde considerava que a situação da ANOP não poderia arrastar-se por muito mais tempo. Aí se recordava que os trabalhadores não recebiam há dois meses, além de não lhes terem sido pagos os subsídios de férias e os retroactivos decorrentes da aplicação do contrato colectivo respectivo. E o conselho de gerência vai mais longe, apontando a existência de casos dramáticos, impossíveis de resolver nas actuais condiçõos financeiras da Agência.

Nos últimos dias de Novembro começa-se a ouvir falar em dinheiro fresco para a ANOP. O primeiro a dizê-lo foi o deputado socialista Carlos Lage, que revelou a representantes dos trabalhadores que o próprio Ministro de Estado, Almeida Santos, a tal se havia comprometido.

Soube-se depois que o Governo entregaria à ANOP uma verba de 50 000 contos, que teria de durar até ao final do ano.

Os 50 000 contos seriam uma verba quase à justa para pagar os três meses de salários até ao fim do ano (Novembro, Dezembro e 13.° mês), os dois em atraso (Outubro e subsídio de férias), além de metade do subsídio de refeição de Outubro e retroactivos do diferencial entre os salários de 1983 e os de 1982, por cuja tabela os trabalhadores foram sendo pagos ao longo do ano.

Só que em Dezembro a ANOP continuava sem receber os prometidos 50 000 contos...

Entretanto, o Conselho de Informação para a Agência propunha a inclusão no Orçamento do Estado para 1984 de uma verba para a ANOP, aliás de acordo com o estipulado nos estatutos da Agência. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do PS, PCP e MDP e as abstenções do PSD e CDS.

Já quase no final de 1983 uma fonte governamental garantia que antes de 1984 seria dada uma solução aos casos ANOP e NP. Havia então no Governo duas teses, mas admitia-se que viesse a vingar a que perfilhava a manutenção das duas agências (defendida, segundo a fonte citada pelo Diário de Lisboa, pelo Ministro Almeida Santos). A outra tese apontava a extinção de ambas com a criação imediata de uma nova agência resultante da fusão das anteriores. O que é certo é que até ao fim de 1983 não foi tomada nenhuma decisão sobre a ANOP e a NP.

2.10 - Vários

Em Janeiro de 1983 a secção portuguesa da Associação dos Jornalistas Europeus elegeu os corpos gerentes para o biénio seguinte, cuja lista fora proposta pela direcção cessante.

No mesmo mês o vespertino Diário Popular recomeçou a sua publicação aos domingos, após uma ausência de quase uma década.

Em Fevereiro uma sondagem na NORMA indicava que a audiência dos meios de comunicação social se havia mantido estacionária no ano anterior: os jornais diários foram lidos apenas por 18% da população, tal como havia acontecido em 1981, seguindo-se em audiência a rádio, com 36%, e a televisão, com 59% (respectivamente 39% e 58% em 1981).

A sondagem revelou ainda que a audiência dos meios de comunciação diminui com o afastamento das zonas de Lisboa e Porto, com o aumento da idade e a descida do nível sócio-económico.

A audiência média dos jornais não diários foi também estimada em 18% da população, para cujo resultado contribuem de forma decisiva os jornais desportivos. Já as revistas semanais descem para 15% e as quinzenais não passam dos 2%.

No mês seguinte a Comissão Liquidatária do Jornal O Século começou o apuramento das dívidas da empresa, enviando 1300 cartas aos credores para reclamação de créditos. Destas, 800 foram para trabalhadores da empresa e entre 400 e 500 para credores gerais, incluindo o Estado, bancos e editoras.

Pela mesma altura reuniu em Lisboa o conselho da União Católica Internacional da Imprensa, congregando 45 jornalistas católicos de diferentes países, com destaque para a Polónia, Jugoslávia, Senegal e Tanzânia.

Realizado a pensar no XIII Congresso Mundial da Imprensa Católica, que se realizaria em Outubro, em Dublin, este conselho «constituiu uma etapa importante na preparação do Congresso, não tanto por avançar na elaboração e realização dos preparativos indispensáveis a esta grande assembleia, mas para reflectir em conjunto nas nossas responsabilidades», nas palavras do secretário-geral da organização Pierre Chevalier. De salientar, entre as comunicações apresentadas, a que foi subscrita por Giuseppe Cacciami, de Itália, que referiu «a influência criadora» desenvolvida pela Commu-nio et Progressio nos últimos anos em relação a uma «nova ordem mundial da informação».

Também em Março foi eleita a comissão instaladora do Clube de Jornalistas de Portugal (Press Club), que foi integrada por Silva Costa (O Jornal), Adelino Cardoso (Diário Popular), Cáceres Monteiro (O Jornal), Emídio Rangel (RDP), Eugénio Alves (Diário de Lisboa), Francisco Belard (Expresso), Nicole Guardiola (ANOP), Pedro Oliveira (RTP), Pedro Vieira (O Jornal) e Vítor Santos (A Bola). Segundo os seus estatutos, o novo clube apresentou-se com o objectivo fundamental de «construir um espaço de informação e cultura, convívio e intercâmbio aberto a quantos tenham o jornalismo como ocupação principal, por forma pública e notória».

Ainda secretário de Estado, José Alfaia publicou em Maio uma colectânea de textos programáticos e políticos sobre a comunicação social referentes à sua actuação entre 1981 e 1982. Segundo Alfaia, no prefácio do livro, intitulado Modernizar e Garantir a Liberdade, de acordo com o expresso no Programa do Governo, modernizar e garantir a liberdade foram os dois propósitos da acção do Governo na área da comunicação social. Para atingir esse objectivo, assinalava o então secretário de Estado, impunham-se «alterações no plano institucional, profundas modificações de estrutura,