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13 DE JANEIRO DE 1988

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acções várias de reorganização nas esferas administrativa e empresarial do sector. Impunha-se igualmente um discurso que afirmasse os princípios da liberdade de informação e um relacionamento do quotidiano entre o poder político e a comunicação social pautado pelo princípio da independência e do respeito mútuo.» Assim via José Alfaia a sua acção sobre a comunicação social portuguesa no período em que foi secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro.

Em Maio ainda foi constituída a primeira Associação de Jornalistas Portugueses de Macau.

Entretanto, estava marcada para 23 de Maio a arrematação em hasta pública de oito máquinas de impressão da Empresa de O Primeiro de Janeiro, S. A. R. L. As máquinas foram penhoradas pelo Tribunal de 1." Instância das Contribuições e Impostos do Porto, devido às dívidas da empresa à Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas, de cerca de 10 000 contos. No entanto, como a «praça» não teve licitantes, a sessão foi adiada para 29 de Junho. Só que nesta data a sessão voltou a ser adiada e não chegou a realizar-se durante todo o ano de 1983.

Já em Junho o Diário de Notícias apresentou-se aos leitores de «cara nova». De facto, o velho matutino passou a publicar-se aos domingos em formato tablóide.

Em Julho os trabalhadores de O Século continuavam sem receber o valor correspondente à quarta prestação das indemnizações que lhes haviam sido atribuídas em consequência do encerramento do jornal. As indemnizações foram divididas em sete prestações com vencimento de seis em seis meses. A quarta prestação, vencida em Junho, continuava por liquidar e só ficaria em pagamento com três meses de atraso. Foi apenas em Setembro, depois de o próprio Sindicato dos Jornalistas ter efectuado um protesto público, que os trabalhadores receberam a prestação devida em Junho.

No mês seguinte o jornalista Carneiro Jacinto do semanário O Jornal, passou a exercer funções de assessor de imprensa do Primeiro-Ministro, Mário Soares, substituindo Luís Esteves, que suspendeu a sua actividade por motivos de saúde.

Muito a propósito, pela mesma altura, o conselho técnico e deontológico do Sindicato dos Jornalistas emitia um parecer no qual considerava que «os jornalistas que passem a exercer cargos de assessores em departamentos governamentais são obrigados a devolver ao Sindicato as respectivas carteiras profissionais».

Em Setembro o Clube Português de Imprensa instituiu um conjunto de prémios de jornalismo «com o objectivo de distinguir anualmente os melhores trabalhos de reportagem e fotoreportagem publicados em jornais ou revistas portugueses do continente, Açores e Madeira». Os prémios eram no valor de 150 e 100 contos para a reportagem e a fotoreportagem, respectivamente.

Uma delegação portuguesa da Associação de Jornalistas Europeus participou em Outubro no XXI Congresso daquela organização, que se realizou na cidade francesa de Estrasburgo. A delegação integrava oito jornalistas, entre os quais o presidente e o vice--presidente da direcção, respectivamente José Manuel Barroso e Diogo Pires Aurélio.

Nesse Congresso foi atribuído o prémio do jornalismo europeu, que contemplou um português, José Amaral, ex aequo com o francês Henri Leconte. Com

a escolha de José Amaral, proposto pela delegação portuguesa, o Congresso quis premiar um profissional que tivesse difundido a «ideia europeia» e, nessa conformidade, José Amaral havia sido nos dois anos anteriores o «elo de ligação entre a CEE e Portugal, num momento importante para a adesão».

Em Novembro foi oficialmente constituído o Clube de Jornalistas, através da outorga da respectiva escritura notarial.

No mesmo mês decorria em Lisboa o ciclo DN de cinema e comunicação social, em cuja sessão inaugural foram tabém distribuídos os prémios literários atribuídos por aquele matutino. Foi um momento para sublinhar a necessidade de consonância entre o jornalismo e a cultura, como frisou o director do Diário de Notícias, Mário Mesquita.

Ainda em Novembro realizava-se em Lisboa, no Instituto de Defesa Nacional, um seminário sobre «A comunicação social e a defesa nacional», com o objectivo de analisar «as possibilidades dos órgãos de comunicação social na promoção de um amplo, esclarecido e aprofundado conhecimento de questões relativas à defesa nacional em Portugal».

3 — Situação financeira da imprensa 3.1 - Traçans

Segundo informação da Associação da Imprensa Diária, as vendas dos jornais diários de expansão nacional no 1.° trimestre de 1983 foram as seguintes:

Jornal de Notícias — 5 958 998;

Correio da Manhã — 4 430 503;

Diário Popular — 3 263 054;

O Comércio do Porto — 3 200 370;

Diário de Notícias — 3 190 918;

A Capital — 2 645 113;

O Diário — 2 573 921;

Diário de Lisboa — 1 834 100;

O Primeiro de Janeiro — 1 809 105;

O Dia — 1 140 394;

A Tarde — 323 138.

32 - Alteração de preços de venda

Em 1983, como é habitual, os jornais aumentaram de preço. Os primeiros a fazê-lo foram os semanários. De facto, a maioria dos semanários decidiu aumentar, a partir de 1 de Março, o preço de venda de 25$ para 30$, por razões que tinham a ver com o custo das matérias-primas e os aumentos salariais. O Expresso, O Jornal, o Tempo, O Diabo, O País e o Se7e foram os semanários que adoptaram o novo preço.

Mais turbulenta foi a decisão relativa aos preços dos diários. A AID anunciou em finais de Outubro a intenção de elevar os preços diários de 20$ para 25$ a partir de 1 de Novembro. O conselho de gerência da EPNC, porém, não concordou com o aumento, considerado lesivo para a expansão dos jornais que a empresa publica — Diário de Notícias e A Capital —, e manifestou-se disposta a manter o mesmo preço. A posição dos gestores da EPNC fez bola de neve e arrastou consigo atitudes semelhantes do Diário Popular e do Diário de Lisboa.