O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

754.(48)

II SÉRIE — NÚMERO 37

porém, que «não podem ser considerados actos de censura todos os cortes feitos pela direcção, uma vez que parte deles foram efectuados no domínio da sua competência». O Conselho de Imprensa reconheceu também que existe uma «situação de afrontamento entre a redacção do Diário Popular e a respectiva direcção» (v. relatório do Conselho de Imprensa).

Botelho da Silva, director-adjunto do DP, lamentou que o Conselho de Imprensa apenas se tenha debruçado sobre um dossier elaborado por alguns elementos da redacção, constando de notícias preparadas para nele poderem ser incluídas.

2.11.3-4 Tribuna

O jornalista Carlos Pina foi demitido do cargo de subdirector do matutino A Tribuna, em cujo cabeçalho o seu nome deixou de figurar a partir de 16 de Junho.

Carlos Pina pretendera publicar no dia 2 de Junho, na secção do jornal «Ponto de observação», que assinava regularmente, um artigo intitulado «Eanes: o mau da fita». O director do jornal, Pereira da Costa, impediu a publicação do texto, circunstância que gerou um contencioso de repercussões públicas, culminando na demissão do autor do artigo.

O conselho de redacção manifestou o seu apoio ao director e Carlos Pina anunciou, por seu lado, que iria apresentar o caso ao Conselho de Imprensa, ao Sindicato dos Jornalistas, à Associação da Imprensa Privada Ibérica e ao Instituto Internacional de Imprensa.

2.12 -ANOP 8 agências 2.12.1 — ANOP 2.12.1.1 — Administração

João Tito de Morais demitiu-se na primeira semana de Fevereiro do cargo de presidente do conselho de gerência da ANOP, acusando o Governo de «atitudes discriminatórias». Dias depois o Conselho de Ministros nomeava dois outros gestores da Agência.

O conselho de redacção protestou contra as exonerações por não ter sido apresentada qualquer justificação válida, o que, afirmava, «só pode ser interpretado como uma violação da independência da Agência em relação ao poder político».

Quanto às nomeações, e porque não foi ouvida previamente a comissão de trabalhadores, o conselho de redacção considerava-as «violadoras do estatuto da Agência e das disposições legais sobre as comissões de trabalhadores e as empresas públicas».

A própria comissão de trabalhadores enviou ao Secretário de Estado da Comunicação Social um protesto por considerar «ilegal» a nomeação dos novos gestores.

O Conselho de Informação para a ANOP também se pronunciou a 22 de Fevereiro contra a nomeação dos administradores. A reunião do Conselho de Informação para a ANOP efectuou-se a pedido do Secretário de Estado da Comunicação Social e foi marcada

pelo abandono dos representantes do PSD e do CDS, sob a alegação de que a posição do Conselho não reflectia as posições relativas dos partidos no Parlamento.

Para os representantes do PS, que censuraram a atitude dos membros sociais-democratas e centristas, ela foi tomada para impedir a apreciação do parecer pedido pelo Governo.

Em 19 de Setembro o Conselho de Informação para a ANOP viu-se impossibilitado, por falta de «quórum», provocado intencionalmente por representantes do PSD e do CDS, de emitir parecer sobre a nomeação de Fialho de Oliveira para vogal do conselho de gerência.

A 22 de Dezembro, passadas as eleições legislativas de 5 de Outubro, o Conselho de Informação para a ANOP deu parecer favorável à nomeação de Sulei-man Valy Hamede para presidente do conselho de gerência. Votaram a favor o PSD e o CDS, tendo-se abstido o PS, o PCP e o MDP/CDE. O PPM e a UDP não compareceram.

2.12.1.2 — O caso Cartaxo e Trindade

No âmbito da organização das estruturas da direcção de informação da ANOP, definida pelo conselho de gerência, Cartaxo e Trindade foi nomeado director--adjunto de informação para os assuntos nacionais, cargo criado a 25 de Fevereiro.

José Manuel Barroso e Wilton Fonseca foram reconduzidos nas funções de director de informação e director-adjunto, respectivamente.

O conselho de redacção deu parecer desfavorável à nomeação de Cartaxo e Trindade, considerando que este «não possuía nem experiência profissional nem o espirito de isenção exigíveis para a direcção da Agência».

A posição do CR foi ratificada por plenário de jornalistas a 14 de Março.

A 21 de Maio o Secretário de Estado da Comunicação Social informou o conselho de gerência de que, «não tendo Cartaxo e Trindade obtido parecer favorável do conselho de redacção, não pode manter-se a designação oportunamente feita pelo CG».

Em Novembro Cartaxo e Trindade foi nomeado assessor do conselho de gerência.

2.12.1.3 — Expansão da Agência e novos serviços

O ano de 1980 ficou assinalado por um conjunto de acções visando a expansão da Agência, quer no País, quer no estrangeiro.

No plano internacional, a ANOP passou a dispor — a partir de Julho — de uma delegação na cidade de Paris (Cabo Verde), chefiada pelo jornalista João Galamba, que desde 1978 exercia as funções de correspondente.

Ainda em Junho o jornalista Michel Hernandez, há anos residente nos Emiratos Árabes Unidos, foi nomeado correspondente da Agência para o golfo Arábico.

Em Agosto o conselho de gerência e o director-geral da agência Angola-Press (ANGOP) assentaram os principais pontos a incluir num acordo entre as duas agências, visando a troca quotidiana de noticiário de ambos os países, através de uma linha directa a instalar em Luanda.