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13 DE JANEIRO DE 1988

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2.13.13 - A Tarde

O vespertino de Lisboa A Tarde foi admitido em Outubro como beneficiário do esquema de apoio à imprensa privada definido pelas Secretarias de Estado da Comunicação Social e das Finanças.

2.13.14 — Livro Negro

A Política de Informação no Regime Fascista é o terceiro volume da responsabilidade da Comissão do Livro Negro sobre o regime de Salazar. Ao anunciar a sua edição em 10 de Outubro, José Carlos Vasconcelos observou que o livro agora editado contém documentação reveladora sobre «a política de desinformação e manipulação» levada a cabo no sector pelo antigo regime.

2.14-0 Séaào

A 4 de Janeiro O Século completaria 100 anos de existência se a sua publicação não tivesse sido interrompida pelo I Governo Constitucional. Nesse dia os trabalhadores, que durante meses continuaram a debater-se com salários em atraso e a irregularidade no pagamento de indemnizações, deram uma conferência de imprensa, durante a qual declararam que o desmembramento da Empresa Pública Século-Popular foi uma « desnacionalização».

«A partir de agora», afirmavam, «o Governo tem as mãos livres para, a pretexto da presumível inviabilidade económica, desmembrar empresas do sector público, aplicando medidas drásticas.»

Em 25 de Janeiro entrou em vigor o despedimento colectivo determinado para os funcionários de O Século.

O Governo, através da SECS, confirmava pouco depois —8 de Fevereiro— a extinção do prestigioso matutino, enquanto jornal diário, acrescentando que o Estado respeitaria «os compromissos relativos à liquidação integral dos salários e das indemnizações devidos aos trabalhadores».

Simultaneamente, a Secretaria de Estado da Comunicação Social dizia que tencionava mudar os seus serviços para o edifício de O Século, partilhando-o com uma escola de jornalismo, cuja criação iria propor, com o objectivo de «atrair a juventude que deseja abraçar o jornalismo» e «reciclar, aos níveis intermédios, os profissionais da informação». Essa escola, segundo o plano da SECS, beneficiaria a exploração da Feira Popular de Lisboa e os seus funcionários, bem como os jornalistas docentes, seriam recrutados prioritariamente entre os trabalhadores de O Século, o qual deveria então surgir como publicação semanal da futura instituição.

A Secretaria de Estado propunha-se ainda transformar a Colónia Balnear Infantil de O Século, em São Pedro do Estoril, em casa de repouso dos jornalistas, permitindo, além do apoio aos profissionais da terceira idade, o alojamento dos estudantes da escola de jornalismo que de tal carecessem.

Em finais de Fevereiro o Secretário de Estado, Sousa Brito, garantiu ao Sindicato dos Jornalistas que os salários em atraso e as indeminizações (240 000 contos)

seriam pagos brevemente, o que sucedeu a partir de 18 de Abril, com a liquidação, em primeiro lugar, das remunerações devidas aos reformados.

Na véspera Eliseu Pereira, de 56 anos, fiel de armazém da secção de livros da empresa, suicidou-se no seu local de trabalho. Era o quarto funcionário de O Século que punha termo à vida desde a cessação da publicação do jornal.

Comissão Liquidatária de O Século

José Carlos Ataíde Pinto de Mascarenhas foi nomeado em Julho presidente da Comissão Liquidatária de O Século, substituindo no cargo Hugo Herculano Simão Taborda.

Número especial de O Século

Em Setembro, o Conselho de Ministros nomeou o jornalista Redondo Júnior director de uma edição especial de O Século a publicar em 3 de Outubro. Tal edição seria posteriormente anualda, porque, dada a proximidade das eleições legislativas, poderia, segundo o Secretário de Estado da Comunicação Social, «representar, aos olhos de alguns, formas de ataque a determinadas forças políticas».

2.15 — Imprensa regional

2.15.1 — Encontros da Imprensa regional

2.15.1.1 — Portalegre

Os problemas da imprensa regional foram analisados em Portalegre num encontro de representantes de jornais do distrito e ainda de Évora e Castelo Branco realizado em Janeiro.

Os jornais A Rebeca, O Distrito de Portalegre, Ecos de Sor, Voz da Senhora da Granja e Voz do Alentejo manifestaram-se contrários a que as direcções dos jornais regionais tenham de ser confiadas a jornalistas profissionais. Argumentaram, designadamente, com «os encargos económicos, a eventualidade de manipulações e o provável desconhecimento do contexto em que aqueles órgãos de informação se inserem».

Sugeriram, em contrapartida, a valorização profissional dos trabalhadores dos próprios jornais através de cursos de formação e o aproveitamento dos parques gráficos estatais de Lisboa e do Porto.

Os representantes dos jornais participantes reclamaram, por outro lado, o pagamento de subsídios de papel e novas taxas de porte pago para a emigração.

2.15.1.2 — Viana do Castelo

A Câmara Municipal de Ponte de Lima tomou em Fevereiro a iniciativa de levar a cabo, anualmente, um encontro de jornalistas da imprensa diária regional de dez conselhos.

2.15.1.3 — Imprensa do Norte

No princípio de Abril representantes de vários jornais nortenhos reuniram-se na Póvoa de Varzim para