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n SÉRIE — NÚMERO 37

diplomados em Ciências da Informação que possa, mediante o exercício de uma investigação de nível superior em Portugal, sobre o qual se apoiará a docência de uma futura faculdade de ciências da informação, quando tal se tornar oportuno.

Também se não afigura desejável preparar desde já licenciados. Entendemos que a licenciatura é um grau académico que exige e pressupõe a existência de uma escola de professores, em obediência a uma orientação pedagógica específica e coerente, já testada pelos resultados obtidos pelos profissionais, em comparação com os seus colegas sem estudos superiores. Nesta fase inicial, em que será forçoso recorrer à experiência de professores estrangeiros, procurar-se-á não descurar o contributo de elementos docentes portugueses, de modo a orientar as matérias do curso para uma articulação cada vez mais pronunciada com as realidades portuguesas.

É sabido que as pessoas familiarizadas com a problemática dos meios de comunicação têm uma aspiração comum: ver surgir uma faculdade que proporcione a obtenção de todos os graus académicos próprios do ensino univesitário, mas esta aspiração apenas poderá ser concretizada a partir de uma experiência de investigação, de docência, de análise de resultados, a fim de se criar uma tradição onde ela não existe.»

O plano de estudos, com a duração de quatro semestres, abrangia quatro grandes áreas:

Grupo 1 — Fundamentos;

Grupo 2 — História e teorias;

Grupo 3 — Técnicas;

Grupo 4 — Aplicações.

O curso incluía ainda um estágio num órgão de comunicação social e a apresentação de um trabalho de investigação sobre um tema no âmbito das ciências da informação. A respectiva conclusão daria direito a um diploma de estudos em Ciências da Informação.

A distribuição de cadeiras pelos grupos era a seguinte:

Grupo 1 — Fundamentos:

1.1 — Introdução à História Contemporânea;

1.2 — Instituições Políticas;

1.3 — Relações Internacionais;

1.4 — Linguagem e Comunicação;

Grupo 2 — História e Teorias:

2.1 — História da Imprensa;

2.2 — História da Comunicação Eléctrica;

2.3 — Teoria da Comunicação;

2.4 — Teoria da Notícia;

Grupo 3 — Técnicas:

3.1 — Produção do Texto I;

3.2 — Produção do Texto II;

3.3 — Técnicas de Pesquisa — 64;

3.4 — Tecnologia da Informação I e II — 160;

3.5 — Tecnologia da Informação III e IV — 160;

Grupo 4 — Aplicações:

4.1 — Deontologia — 96;

4.2 — Empresas Informativas — 96;

4.3 — Direito da Informação — 96.

Sobre as condições de admissão, o referido relatório explicitava o seguinte critério: «Ponderando os dados objectivos da situação portuguesa e tendo em vista a necessidade de dotar o presente curso com requisitos para formação de futuros docentes e profissionais qualificados, parece conveniente que a admissão ao curso seja limitada a licenciados ou a estudantes com um mínimo de formação universitária, embora se abra uma excepção para profissionais devidamente credenciados, nas condições adiante referidas. Com essa exigência será possível seleccionar alunos com hábitos de trabalho intelectual e formação de nível superior.

Para efeitos de admissão, todos os cursos universitários são encarados em pé de igualdade, pois, em rigor, nenhum fornece o conjunto de conhecimentos que normalmente faz parte do elenco de cadeiras da faculdade de ciências da informação. Considera-se, assim, factor relevante a existência de formação universitária prévia dos candidatos, seja qual for a área de estudos em que haja sido obtida.

À semelhança do que ocorre em certas universidades estrangeiras, e em analogia com os sistemas de admissão aos cursos ministrados pela Universidade Católica Portuguesa, os candidados deverão prestar uma série de provas e testes de avaliação cultural antes de ingressarem no curso de Ciências da Informação: com três meses de antecedência em relação à data das provas, ser-lhes-á proposto um programa temático, acompanhado da respectiva bibliografia.»

O regime de frequência do curso era de natureza presencial, excluindo-se qualquer hipótese de voluntariado.

«As características do ensino num curso desta natureza», explicava a Universidade Católica, «supõem um tipo de avaliação baseado na efectiva participação dos alunos em todos os trabalhos escoiares, tendo por referência o nível dos conhecimentos assimilados e sua articulação com as outras matérias, assim como a maturidade científica e cultural reveladas. A avaliação contínua tem, por estas razões, primordial importância.»

2.11 - Maiqpjbção da informação (casos refereraaiis;

2.11.1 — O pretenso golpe de Estado do Conselho cia Revolução

De entre os casos de manipulação da imprensa referenciados durante o ano merece destaque a «notícia», que, posteriormente, se verificou ser destituída de fundamento, segundo a qual um grupo de conselheiros da Revolução estaria a propor um «pronunciamento militar» contra o governo de Sá Carneiro.

A informação foi publicada na primeira página da edição de 4 de Março de O Dia. Era do seguinte teor: «A hipótese de um 'pronunciamento militar' com vista a repor o ritmo revolucionário imposto em 11 de