O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE JANEIRO DE 1988

754H45)

No Porto saíram O Comércio do Porto e O Primeiro de Janeiro. O Diário de Coimbra não aderiu à greve. Dos jornais desportivos só A Bola saiu no dia 6, não se publicando, todavia, a 8. Na Madeira nenhum diário surgiu nas bancas, tendo igualmente paralisado a RDP e a ANOP. Nos Açores só aderiram os jornalistas da RDP. Quanto aos semanários, não se publicaram no dia habitual, embora o Expresso tenha lançado uma edição no dia 5 e O Jornal tenha antecipado para o dia 11 a sua edição da semana seguinte.

Os jornalistas do Jornal de Notícias, que haviam aderido à greve, interromperam-na porque, segundo afirmaram, a administração da empresa aceitara as reinvidincações salariais do Sindicato. O JN publicou--se, assim, nos restantes três dias de greve, mas viria a paralisar mais tarde — 14, 15 e 16 — porque a administração denunciou o protocolo acordado durante a greve geral.

Macedo e Cunha, presidente do conselho de administração da empresa, justificou a denúncia do acordo pelo facto de «terem sido publicadas no JN notícias em que o protocolo era revelado e adulterado».

2.10 - Formação profissional - escola

Embora o Programa do Governo fosse omisso neste domínio, a Secretaria de Estado da Comunicação Social anunciou logo em Fevereiro que iria propor a criação de uma escola de jornalismo nas instalações do extinto O Século. Amitiu-se mesmo que o prestigiado título viesse a reaparecer como publicação semanal dessa escola. A intenção, todavia, não passou disso.

Em todo o caso, algumas iniciativas pontuais de organismos oficiais e de entidades privadas foram tomadas ao longo de 1980, embora privilegiando quase exclusivamente o ensino e a divulgação do jornalismo no exterior. Escassas foram, na verdade, as acções visando a formação profissional ou a reciclagem de jornalistas já em exercício de funções.

2.10.1 — Documentação

Maria João Murias e Carlos Cruz orientaram um curso de «Documentação na comunicação social», que se realizou, em Lisboa, de 14 a 18 de Fevereiro e, no Porto, de 25 a 27.

2.10.2 — Bolsa

Ao entrar no 112.° ano de publicação, O Primeiro de Janeiro anunciou a criação de uma bolsa de jornalismo destinada a custear as despesas de reciclagem de profissionais da informação no estrangeiro. A esta bolsa foi dada o nome de Manuel Pinto de Azevedo, antigo director do jornal.

2.10.3 — Iniciação

Foi nesta área que maior número de acções se realizaram.

De 12 a 19 de Fevereiro, no Funchal, o jornalista Adelino Alves orientou um curso aberto a jovens habilitados com o 11.° ano de escolaridade ou equivalente.

Em Ponta Delgada Javier Zumaga, director da delegação da agência EFE em Lisboa, leccionou um curso de jornalismo de 25 a 29 de Fevereiro.

Em Agosto o FAOJ do Porto promoveu, durante dez dias, num campo de férias na foz do Douro, um «minicurso de jornalismo» destinado a jovens de ambos os sexos dos 16 aos 23 anos. A orientação foi da responsabilidade de Pereira Pinto, Manuel Rocha e Adriano Nazaré.

Na Universidade de Aveiro Júlio de Sousa Martins dirigiu um curso de jornalismo para 30 alunos, que começou a 15 de Outubro.

2.10.4 — Jornalistas africanos

Duas dezenas de jornalistas da Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Principe chegaram a Lisboa em Janeiro para frequentarem, durante seis meses, um curso de aperfeiçoamento, organizado pelo Núcleo de Relações Internacionais da Secretaria de Estado da Comunicação Social, no âmbito da cooperação entre Portugal e aqueles países.

Numa primeira fase os participantes tiveram acesso a uma iniciação teórica — introdução ao jornalismo escrito e falado —, a que se seguiram estágios em jornais portugueses e na RDP.

2.10.5 — Curso universitário de ciências da Informação

A 6 de Março o Cardeal-Patriarca de Lisboa inaugurou o curso de Ciências da Informação no âmbito da Universidade Católica Portuguesa.

O curso, integrado na Faculdade de Ciências Humanas, destinava-se a atingir os seguintes objectivos:

«ff) Preparar profissionais da informação que em qualquer meio de comunicação social, empresa, gabinete de imprensa, departamento de Estado, etc, possam competir com os melhores profissionais, não só pela sua sólida preparação cultural e científica, mas também pelo domínio das técnicas próprias de cada MCS;

b) Preparar futuros docentes de Ciências da Informação de nível universitário capazes de, a médio prazo, tomarem a seu cargo o ensino em cursos de exigência cada vez maiores — em extensão e especialização —, ao mesmo tempo que iniciem e desenvolvam a investigação nos diversos domínios das ciências da informação.»

No primeiro relatório sobre o funcionamento do curso fornecia-se explicação mais detalhada sobre os propósitos da Universidade Católica: «Antes de mais, convirá salientar que o ensino das ciências da informação não existe em Portugal, circunstância que levanta, entre outros problemas, a questão da docência qualificada para uma prática pedagógica deste tipo. Por outro lado, a própria profissão não está preparada para as profundas modificações suscitadas pelo ensino regular das matérias relacionadas com as ciências da informação.

Com o curso agora proposto pretende-se criar os fundamentos futuros de uma 'escola', não no sentido de um corpo doutrinal próprio e específico — como quando nos referimos a uma escola alemã, americana ou francesa —, mas sim a formação de um grupo de