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2 DE JULHO DE 1988

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cia. De facto, em Portugal, as receitas em divisas geradas pelo turismo contribuíram com cerca de 4,5% para o produto interno bruto em 1973, registando-se em 1984 uma elevação desta incidência para 4,9%. Trata-se de uma primeira indicação sobre o «peso» do sector na economia nacional, sem, contudo, se entrar em linha de conta com os rendimentos gerados pelo turismo interno, nem com os efeitos multiplicadores que se repercutem noutras actividades económicas.

Um outro aspecto decorrente das actividades turísticas, e que vem revelando uma preponderância crescente, resulta do aproveitamento das suas potencialidades para correcção de assimetrias e de desequilíbrios regionais.

É, no entanto, pelo significativo contributo que presta para atenuar os défices da nossa balança comercial que o sector do turismo adquire uma expressão assinalável; em 1973, a taxa de cobertura atingia os 35,5%, tendo-se no ano passado superado esta participação, através da obtenção do valor máximo de sempre, 36,6% (v. quadro 1-6, em anexo).

2 — Análise do desenvolvimento do turismo em Portugal

No final de 1984, os indicadores estatísticos conferiram no nosso país os quantitativos mais dilatados de sempre, no que concerne aos movimentos proporcionados pela procura turística externa. Nos quadros i-l, 1-2, 1-4 e 1-5, procede-se ao confronto entre estes valores e os apurados em 1973, de modo a se avaliarem os diferentes ritmos de crescimento para cada variável.

Contudo, e apesar de todos os indicadores revelarem variações médias anuais positivas, a oscilarem entre os 8,3% para as entradas gerais e os 5,3% para as entradas de turistas, convém recordar que a evolução 1973-1984 não revestiu uma forma linear, bem pelo contrário. Assim, entre 1974 e 1976, factores de instabilidade interna, aliados à recessão económica internacional, produziram uma assinalável quebra na procura turística externa em Portugal. A partir de 1977, encetou-se então uma recuperação praticamente constante, traduzida através de taxas de crescimento médio anual, cuja aceleração é evidente. Recapitulemos, as variações médias anuais detectadas para o período em causa, isolando as fases atrás mencionadas:

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Constata-se assim, que o ritmo de crescimento registado entre 1976 e 1984 ultrapassa significativamente a cadência aumentativa observada até 1973, sendo esta situação extensiva a todos os indicadores estatísticos.

Em termos comparativos directos, entre 1984 e 1973, o «saldo» resultante deste paralelo é o seguinte (v. quadros i-l a 1-5, em anexo):

+ 4,8 milhões de entradas gerais em 1984 ( + 140,5%), sendo 1,8 milhões resultado do movimento turístico propriamente dito ( + 77,3%);

+ 17,7 milhões de dormidas de estrangeiros em todos os meios de alojamento ( + 93,2%), como corolário da subida da permanência média geral (passou de 8,2 dias para 8,9 dias) e afluxo do turístico;

Duplicação do volume de dormidas de estrangeiros na hotelaria recenseada (11 milhões contra 5,6 milhões em 1983), com evolução igualmente favorável de +3,2 milhões para os estabelecimentos hoteleiros tradicionais (excluindo aldeamentos e apartamentos turísticos);

Melhoria nas taxas de ocupação-cama (médias anuais) para o conjunto dos hotéis (53,5% contra 50,6%), com progressos evidentes das unidades de cinco e três estrelas, e baixas nas categorias inferiores;

Expansão na oferta hoteleira global, que passou de 86 538 para 131 037 camas, contribuindo para este aumento a criação de novas classes de estabelecimentos (aldeamentos e apartamentos turísticos), além do incremento registado na componente «clássica» (+ 20 000 camas);

Evolução positiva da procura externa em meios complementares de alojamento, com particular destaque para os parques de campismo recenseados, onde o quantitativo de dormidas atingiu 1,4 milhões em 1984, precisamente o dobro do ocorrido em 1973;

No capítulo das receitas ilíquidas atribuídas ao turismo, o ano de 1984 proporcionou 140,5 milhões de contos, o que, comparado com os 12,5 milhões de contos contabilizados em 1973, implicou uma taxa média anual de crescimento à volta dos 25% (a preços correntes); a preços constantes, e apesar das fortes taxas de inflação que o nosso país vem evidenciando desde 1974, o paralelo ainda é favorável a 1984, se bem que muito mais atenuado ( + 18% sobre o volume de 1973); em dólares, a desvalorização do escudo face a esta moeda, acarretou um crescimento médio anual entre 1973 e 1984 da ordem dos 5,8%, tendo-se em 1980 atingido o valor mais elevado de sempre (1149 milhões de dólares);

Com base nos elementos disponíveis, e dividindo as receitas ilíquidas pelo número de turistas/dia ou visitantes, constatou-se que o gasto médio teórico por visitante espanhol, passou de 171$ em 1973 para 3155 em 1984, enquanto para os turistas das outras nacionalidades progrediu de 800$ para 5100$;

Como último apontamento respeitante à evolução da procura externa, saliente-se que a maior incidência percentual do excursionismo no total de entradas em 1984 (56%), face aos valores de 1973 (35 %), advém do comportamento do mercado espanhol após 1979, nomeadamente depois da abolição do regime de obrigatoriedade de apresentação de passaporte entre Portugal e a Espanha.

Finalmente, completamos este capítulo, com uma breve referência aos dados disponíveis sobre o turismo interno. Assim, segundo os inquéritos às férias dos Portugueses promovidos pela DGT, a percentagem de nacionais que teve férias subiu de 29% em 1973 para 44% em 1984. Estes dados reportam-se à população