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9 DE MARÇO DE 1991

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sanato de madeira, onde, através de técnicas bem antigas mas eficientes, são fabricados objectos de grande interesse etnográfico de características únicas a nivel nacional e internacional.

Dispõe ainda de uma culinaria regional bastante rica, onde sobressaem a famosa vitela e as trutas, além dos pastéis regionais de Santa Eufemia. Destaque especial para o muitíssimo afamado, e igualmente procurado, o já célebre hipericão do Gerês, cuja exploração deu origem à formação de uma cooperativa de produtores — a GERESMEL.

Nas termas do Gerês existem ainda:

Praça de táxis;

Indústrias de camionagem;

Estação de abastecimento de combustíveis;

Carpintarias;

Hotéis (5);

Pensões (7);

Casas de hóspedes (16); Restaurantes (11); Cafés (9) Talhos (3);

Padaria com fabrico próprio;

Várias mercearias;

Mercado;

Drogaria;

Sapataria;

Salões de cabeleireira (3);

Lojas de quinquilharias e artesanato (5);

Quiosques (2).

Razões de ordem social

Embora não esteja instalada na sua área geográfica, o Gerês é abrangido pela Casa do Povo existentes nas pontes do Rio Caldo, a 7 km de distância, a qual curiosamente, se designa por Casa do Povo de Rio Caldo--Gerês.

Além disso, estas termas dispõem ainda de:

Serviços médico-sociais, com posto clínico;

Dois balneários termais, com vários consultórios médicos, laboratório de análises clínicas e gabinete de fisioterapia, com aparelhos modernos de ondas ultracurtas (marconiterapia);

Consultórios médicos de clínica geral e dentária;

Farmácia;

O Grupo Desportivo do Gerês possui um campo de futebol e sede social, dos courts de ténis e um campo de minigolfe, duas piscinas públicas;

O Parque Nacional da Peneda-Gerês, além de diversas estruturas de apoio, dispõe de uma delegação, posto de informações e parque de campismo no Gerês;

A Comissão Regional de Turismo do Verde Minho tem aqui um posto de turismo, a funcionar nas instalações da ex-Junta de Turismo do Gerês;

O Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa tem aqui um posto de câmbios, que, na prática e para todos os efeitos, funciona como qualquer agência bancária;

Estação dos CTT;

Postos da GNR e Guarda Fiscal;

Um parque de recreio explorado pela Empresa das Águas, com lago, campo de ténis e locais de lazer;

O Gerês dispõe também de transportes públicos colectivos, garantidos por duas empresas de camio-

nagem, que o ligam várias vezes ao dia a Braga, Amares, Terras de Bouro, Porto e Lisboa, sendo ponto de partida e chegada dessas carreiras.

Razões de ordem cultural

Existem nas termas do Gerês uma escola pré--primária, uma escola primária e um posto do ciclo preparatório TV, que garantem a aprendizagem a nível de escolaridade obrigatória.

A sua relativamente recente existência como povoação propriamente dita não lhe permite possuir monumentos de grande antiguidade histórica.

A Capela de Santa Eufêmia, mandada construir por D. João V na primeira metade do século xvin, e ampliada em 1934, é o monumento mais característico existente. Apresentando na sua fachada principal o escudo da monarquia e a inscrição latina, já bastante rompida, sobre a porta principal, Introibo in domum tuam, adorabo ad templum Sanctuam tuum, nela se encontram ainda algumas imagens e alfaias litúrgicas do século xvin.

A virgem e mártir Santa Eufêmia, a quem a capela com funções paroquiais está dedicada, é a padroeira das termas do Gerês.

Segundo uma versão lendária, no tempo do imperador romano Adriano (anos 117 a 138 da nossa era) governava a província de Entre Douro e Minho e reino da Galiza Lúcio Caio Atílio, casado com uma senhora de nome Calcia, natural de Braga, sede oficial do governo naquela época.

Deslocando-se Caio Atílio, em serviço, Espanha, demorou-se em Saragoça durante alguns meses, quando em Braga, no ano 120, sua mulher, que ficara grávida, dava à luz nove filhos.

Impressionada com o caso e receosa de que o seu marido interpretasse mal tal parto, mandou uma sua criada, de nome Cita, lançar ao rio Este as crianças recém-nascidas.

Esta, porém, foi entregá-las ao arcebispo de então, hoje Santo Ovídio, o qual viria a confiar as crianças aos cuidados de amas cristãs.

Criadas e educadas segundo os princípios do cristianismo, nessa fé se arreigaram as suas crenças, até que um dia o governador, desconhecendo que era pai delas, as mandou chamar, inquirindo directamente da sua filiação e tendências religiosas.

Informado o governador de que eram suas filhas e cristãs, confessada a falta por sua mulher, foram recolhidas num quarto do palácio para reconsiderarem e optarem, no dia seguinte, pela religião que professavam ou pelas divindades pagãs.

Firmes na sua fé, as nove irmãs conseguiram fugir durante a noite, tomando Santa Eufêmia o rumo das serranias do Gerês, através da Geira, onde se viria a refugiar.

Por aqui se demorou, retirada do bulício do mundo e das perseguições dos inimigos da sua fé cristã, vivendo das esmolas dos pastores e das ajudas de pessoas bondosas.

Mais tarde viria a ser presa e martirizada pelos perseguidores dos cristãos, que lhe deceparam a cabeça a fio de espada em 13 de Abril do ano 140.

Todos os anos as termas do Gerês celebram as festas em honra de Santa Eufêmia, sua padroeira, no terceiro domingo do mês de Agosto, as quais se costumam revestir de grande brilhantismo e gozam de grande reputação em toda a região.