O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

22 DE NOVEMBRO DE 1991

33

dinheiro, velas e ouvidos de cera. O calendário bracarense celebra a festa de Santo Ovídio no dia 3 de Junho, e, quando o dia 3 recai em dia de semana, o povo festeja-o no domingo seguinte.

A partir da capela de Santo Ovídio o traçado da estrada contorna a encosta para atenuar o declive até alcançar a lomba que avança suavemente para o cume.

tí) A ermida de São Pedro Fins

No alto do monte há dois miradouros sobre largos e fascinantes horizontes que se completam harmoniosamente: o primeiro, mais elevado, com vista para nordeste e sul, localiza-se na calota onde assenta a ermida de São Pedro Fins; o segundo, em plano um pouco mais baixo, situa-se na muralha de rochas que limita a encosta do lado de Caldelas.

A ermida de São Pedro Fins foi reedificada em 1869 e é meeira, constituindo um marco divisório entre as freguesias de Caldelas e Caires.

Devido à sua posição desabrigada no cume do monte, a ermida sofria grandes estragos com o rigor dos ventos e das invernias, que lhe arrancavam as telhas, deterioravam as paredes e despedaçavam as portas, exponda-a à profanação dos pastores, que a transformavam, por vezes, em abrigo dos rebanhos. Foi por isso que, em 1950, os párocos de Caldelas e de Caires tomaram a iniciativa de cobrir a ermida com uma placa de cimento e de a fechar com portas revestidas de chapa de ferro. Estas obras tornaram a ermida mais pesada e fria, mas defendem-na eficazmente contra o ímpeto dos vendavais e contra o atropelo dos pastores.

A festa popular de São Pedro Fins celebra-se no primeiro domingo de Agosto.

D) Razões de ordem demográfica

É assim que neste anfiteatro natural o desenvolvimento de Caldelas se relaciona estreitamente com o sítio, a arquitectura e a história.

Porém, as termas de Caldelas têm-se desenvolvido extraordinariamente no tempo e no espaço: no tempo, sublinha-se o período desde 1882 até aos nossos dias, principalmente a partir de 1920; no espaço, assinala-se sobretudo o sucessivo melhoramento das instalações balneares até à sua modernização do presente, com a especialização e o aumento multiforme da indústria hoteleira.

Todo aquele desenvolvimento que entrou num ritmo mais acelarado com a construção do novo balneário de 1923 define um período distinto e importante na história das termas de Caldelas, a que fica bem o nome de Época Moderna.

Sem esquecer nem minimizar a iniciativa, a inteligência, a vontade e (por que não?) a audácia e o legítimo interesse dos homens (incluindo nestes expressamente a Empresa das Águas Minero-Medicinais de Caldelas e todos os que se dedicam à exploração da indústria hoteleira), convém sublinhar dois factores fundamentais, decisivos e concomitantes, um principal e outro derivado.

Factor principal: as próprias águas mineromedicinais com que a natureza privilegiou Caldelas e que sempre têm operado prodígios sucessivamente confirmados.

Factor derivado: a afluência de aquistas atraídos pelo nome, qualidade e eficácia das mesmas águas. A im-

portância decisiva deste factor salta aos olhos de um modo evidente na estatística das inscrições anuais. Por se tratar de elementos muito elucidativos e talvez insuficientemente conhecidos, transcrevem-se alguns números (com a devida vénia), os mais antigos do opúsculo Seis Anos em Caldelas, do Dr. Ortigão de Oliveira, ex--director clínico das termas, e dos relatórios do Dr. Fernando Ferreira. Senão, vejamos:

1892

638 inscrições;

1902

704 inscrições;

1912

1175

inscrições;

1922

2214

inscrições;

1932

1472

inscrições;

1942

2127

inscrições;

1952

2982

inscrições;

1962

4192

inscrições;

1979

7057

inscrições;

1980

7452

inscrições;

1981

7839

inscrições;

1982

7110

inscrições;

1983

6648

inscrições;

1984

6218

inscrições;

1985

6511

inscrições.

Vêm a propósito tais considerações, pois, quanto à demografia (exigência do artigo 12.° da Lei n.° U/82, de 2 de Junho), haverá neste caso específico que colocar em destaque, mais do que os cidadãos eleitores, «população flutuante» na época termal, que por norma ocorre entre Junho e Outubro de cada ano.

Nesta época, com todos os serviços a funcionar, o movimento das termas, segundo as estatisticas dos últimos anos, regista em média 7000 inscrições, 12 500 actos médicos e 98 000 tratamentos.

Se se considerar uma estimativa de 1985, possuía a povoação ao tempo 1120 habitantes. Se apenas nos limitarmos ao número de eleitores, em Dezembro de 1989, totalizavam os mesmos 965.

Mas que fique em destaque que tal facto não retira grandiosidade nem falta de dignidade a Caldelas para uma elevação que, por múltiplas razões (uma das quais de natureza histórica), inteiramente se justifica.

Senão, veja-se que o baixo índice demográfico do concelho de Amares deve ser levado em linha de conta. A própria vila, sede de concelho, composta por duas freguesias, é elucidativa: Amares com 747 e Ferreiros com 1654.

£) Razões de ordem socioeconómica

Como já foi referido, Caldelas é uma povoação rústico-urbana e estância termal da «Costa Verde», do Norte de Portugal, e, graças à sua localização, é centro obrigatório de passagem.

Por outro lado, a sua elevação a vila não contunde com quaisquer interesses paralelos de outras povoações que já tenham essa categoria, designadamente com os da sede do conselho.

Caldelas possui, para os efeitos da presente iniciativa legislativa, nomeadamente:

Posto de saúde; Farmácia; Casa do povo; Transportes públicos;