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II SÉRIE-A — NÚMERO 1

IV.3 — Segurança social

IV.3.1 —Execução orçamental em 1993

Em 1993 a situação da actividade económica teve reflexos significativos no equilíbrio financeiro da segurança social. Com o abrandamento da actividade e o aumento do número de desempregados, reduziu-se o crescimento das contribuições e aumentaram as prestações, diminuindo de forma muito expressiva a cobertura das despesas pelas receitas das contribuições, conforme resulta do seguinte quadro:

QUADRO IV.34

Execução orçamental em 1993

(Em milhões de comos)

Contribuições.............

Prestações...................

Saldo..........................

Orçamento para I993

Estimativa de execução de I993

Variação (em milhões de contos)

Variação (em percentagem)

I 07I.5 I 005,6 + 65,9

(a) l 033

I I02.8 - 69,8

- 38,5 + 97,2

- 135,7

-3,6 9.7

(n) Inclui 24 Mc nvchidos cm 199.1 relativos aos débitos à segurança social dns Centros Coordenadores do Trabalho Portuário dc Lisboa. Porto c Leixões e 9 Mc dc uma operação de cessio de creditos sobre contribuintes com dívidas, que se admite o possibilidade dc concretizar cm 199.1.

Verifica-se, assim, relativamente ao orçamentado, um agravamento do saldo (contribuições-prestações) de 135,7 Mc, explicado por uma quebra nas contribuições de 3,6 %, contra um crescimento das prestações de 9,7 %.

O crescimento das prestações ficou a dever-se, fundamentalmente, ao acréscimo muito significativo do subsídio de desemprego, que passou de 50,7 Mc para 112,8 Mc, e das pensões, que excederam em 25 Mc o valor orçamentado.

No quadro seguinte sumaria-se a evolução das principais prestações:

QUADRO 1V.35

Execução das prestações em 1993

(Em milhões de contos)

Abono de família...........

Subsídio de doença Subsídio de desemprego Pensões...........................

Orçamento para 1993

Estimativo de execução de 1993

Variação (em milhões de contos)

Variação (em percentagem)

54.7 71,1 50,7 787,6 41,5

56.7 76,3 112.8 812.9 44.1

+ 2 + 5,2 + 62,1 + 253 + 2,6

+ 97,2 0

3,7 7,3 122.6 3,2 6.3

9,7 0

Total das prestações..........

Acção social...................

1 005,6 70,4

1 102.8 70,4

Para fazer face a este agravamento da situação de desequilíbrio do orçamento da segurança social foi tomado, em 1993, um conjunto de medidas no domínio das pensões e da contribuição dos independentes de que se espera um contributo para o aumento das receitas e diminuição das despesas com este regime. Foram, ainda, iniciadas acções visando a cessação de créditos a instituições bancárias, admiündo-se a possibilidade de contratação de um montante de 9 Mc ainda no corrente ano.

As condições para o equilíbrio da situação financeira do sistema tiveram de passar pelo apoio do Estado, traduzido J \

num montante de 206,5 Mc, sendo 95,8 Mc relativos à transferência orçamental inicialmente prevista e 110,7 Mc o contributo adicional para o equilíbrio das contas. A participação do Estado representou, assim, cerca de 20% das contribuições dos beneficiários, percentagem que compara com um valor da ordem dos 8 % nos anos anteriores.

QUADRO 1V.36

Relação entre a participação financeira do Estado e as contribuições

(Em milhões de contos)

 

1990

1991

1992

1993

 

725,4

855.4

958

1 033

Apoio financeiro do Estado...

53.5

69,8

76.8

206.5

 

7,4

8.2

8

20

IV.3.2 — Orçamento da segurança social para 1994

O orçamento da segurança social para 1994 apresenta uma previsão de cerca de 1116 Mc para o montante das contribuições, que são a principal fonte de financiamento do sistema.

Deverá salientar-se que o montante inscrito para 1994 reflecte o impacte, que se espera vir a verificar ao nível das contribuições, das medidas legislativas sobre a redefinição do regime dos trabalhadores independentes e adequação das taxas reduzidas existentes, e inclui 40 Mc provenientes da cessão de créditos sobre contribuintes, por dívidas de contribuições à segurança social.

Relativamente à estimativa que se apresenta para 1993, o aumento das contribuições é de cerca de 8,1 %. Deduzindo às receitas previstas para as contribuições cerca de 40 Mc que se espera, obter pela cessação de créditos, a taxa de crescimento passa para 4,2 %.

A previsão para as outras receitas correntes é dé cerca de 200 milhões de contos. Nesta rubrica têm peso preponderante as transferências do Orçamento do Estado, que atingem os 145,8 Mc. Aumenta assim o grau de cobertura das despesas relativas às prestações dos regimes não contributivos, à acção social e aos encargos com o défice dos regimes especiais dos ferroviários, que aquelas transferências se destinam a financiar.

Nas receitas de capital do orçamento da segurança social para. 1994 ressaltam as transferências do FSE, cujo montante previsto é de 106 Mc e que se destinam a financiar acções de formação profissional. A estimativa de execução para 1993 apresenta um valor idêntico.

No que respeita às despesas, destacam-se as relativas às prestações dos regimes da segurança social cuja previsão é de cerca de 1218 Mc, crescendo portanto 10,5% relativamente à estimativa de execução que se apresenta para o corrente ano. Na previsão dos montantes das prestações estão já reflectidos os efeitos das novas medidas legislativas sobre a redefinição do regime dos trabalhadores independentes, bem como da alteração da fórmula de cálculo das pensões e igualização da idade de reforma.

Este facto justifica, nomeadamente, o decréscimo das prestações relativas à infância e juventude relativamente às quais se prevê uma actualização em percentagens que se situarão ao nível do valor esperado para a inflação, e o crescimento das pensões com base numa actualização média do seu valor unitário da ordem dos 5,6 %.